How commuting influences urban economies and the environment: A Commuting Satellite Account applied to the Lisbon Metropolitan Area

Abstract

The world is becoming more and more urbanized. The growth of megacities has been intrinsically linked with increasing sprawling that compels millions of workers to commute. Commuting has often been either neglected or simply viewed as a byproduct of the markets operating and individual choices. However, as a mass phenomenon, commuting has benefits and costs well beyond those supported by each individual, which further shape urban and regional economies. This PhD dissertation sets out a proposal for an innovative Commuting Satellite Account (CSA). This framework integrates into a Multi-Regional Input-Output (MRIO) model five main elements that arise from commuting: (1) commuting flows are represented in a specific geographic and economic context; (2) commuting influences the regional distribution of income; (3) commuting affects household consumption structures; (4) commuting is intrinsically linked with the rental prices of housing and business premises; and, (5) commuting is a major cause of energy consumption and CO2 emissions. To assess commuting opportunity costs, the CSA extension to the MRIO framework is applied, as an illustrative example, to the Lisbon Metropolitan Area. Two hypothetical extreme scenarios are considered, both assuming that commuters change their status to non-commuters: one by considering the change of their place of residence to the municipality where they work; and the other one by assuming that the corresponding production activities are displaced to the suburbs. The CSA is also empirically tested in a more ‘realistic’ case, providing important insights into a scenario of commuting reduction resulting from a strategy of urban recentralization. The comprehensive analysis of these applications indicates dichotomous, yet complementary, conclusions: commuting, by itself, induces significant economic, social and environmental costs, although commuting, as one of the many elements associated with the agglomeration phenomenon, is undoubtedly linked to increasing productivity and economic growth. To conclude, this work discusses the adoption of policy oriented recommendations, either through actual urban planning application, or by resorting to land-use and transport policy instruments, which might contribute to refrain sprawling in metropolitan regions and intervene to achieve the broader aims of economic growth, well-being and a more sustainable urban environment.

O mundo está a ficar cada vez mais urbanizado. O crescimento de megacidades está intrinsecamente ligado à sua expansão territorial, obrigando milhões de trabalhadores a efetuarem deslocações pendulares. Esta atividade tem sido geralmente ignorada ou considerada apenas como um resultado do funcionamento do mercado e das escolhas dos indivíduos. No entanto, sendo um fenómeno generalizado, o volume diário de deslocações pendulares tem benefícios e custos que vão para além dos suportados pelos indivíduos, contribuindo para moldar as economias urbanas e regionais. Esta Dissertação de Doutoramento propõe uma Conta Satélite de Commuting (CSC). Este elemento inovador é integrado num modelo Multi-Regional de Input-Output (MRIO), incorporando cinco componentes ligadas às deslocações pendulares: (1) os fluxos pendulares são representados num contexto geográfico e económico específico; (2) as deslocações pendulares influenciam a distribuição regional de rendimento; (3) as deslocações pendulares afetam a estrutura de consumo das famílias; (4) as deslocações pendulares estão intimamente relacionadas com o valor das rendas de habitação e de escritórios e outros edifícios usados pelas empresas; e, (5) as deslocações pendulares estão na origem de elevados níveis de consumo de energia e de emissões de CO2. Para estimar os custos de oportunidade das deslocações pendulares, aplica-se a CSC à Área Metropolitana de Lisboa. Para o efeito consideram-se dois cenários (extremos) hipotéticos, que apontam o fim das deslocações pendulares: um admite a alteração do local de residência dos trabalhadores para o município onde trabalham; o outro assume que uma parte da atividade produtiva é deslocada para a periferia, onde os trabalhadores residem. A CSC é também testada num exercício mais ‘realista’, permitindo avaliar potenciais impactos associados a situações em que as deslocações pendulares se reduzam como resultado da aplicação de uma estratégia de centralização urbana. A análise detalhada dos resultados deste trabalho aponta para conclusões dicotómicas, ainda que complementares: as deslocações pendulares, por si, induzem importantes custos económicos, sociais e ambientais; no entanto, as deslocações pendulares, enquanto elemento associado à aglomeração urbana, estão relacionadas com o aumento da produtividade e o crescimento económico. Para concluir, este trabalho discute a implementação de políticas de planeamento urbano e o uso de instrumentos de política do solo e de transportes. Estas soluções poderão contribuir para conter a dispersão territorial das cidades e concretizar objetivos de crescimento económico, bem-estar e de um melhor e mais sustentável ambiente urbano.