Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/756
Título: O principe ideal no séc. XVI e o De regis institutione et disciplina de D. Jerónimo Osório
Autor: Soares, Nair de Nazaré Castro 
Palavras-chave: Literatura Latina; Osório, Jerónimo, 1506-1580 -- obra; Educação de príncipes -- tratados
Data: 21-Fev-1990
Citação: SOARES, Nair de Nazaré Castro - O principe ideal no séc. XVI e o De regis institutione et disciplina de D. Jerónimo Osório. Coimbra, 1989.
Resumo: Desde a Antiguidade, sobretudo a partir de Isócrates, até aos tempos modernos que é possível rastrear as componentes essenciais dos tratados de educação de príncipe, apurar-lhes a sua identidade própria, adaptada a cada momento temporal. Pode mesmo considerar-se que é a ideologia imperial romana, imbuída da espiritualidade helenística, um sólido alicerce do modelo de príncipe cristão. É na época carolíngia que os tratados medievais de inspiração cristã se definem, com as principais linhas de orientação que a época moderna seguiu: por isso se nos pôs o problema da especificidade deste género, dentro de cada época. Diversos eram, na verdade, os tratados renascentistas dos tratados medievais. A filosofia que lhes serviu de base, conferia-lhes uma estrutura diferente e uma diversidade e amplitude temáticas, que ultrapassam em muito os limites do, quase sempre, esquemático manual de preceitos religiosos, morais e políticos da Idade Média. No séc. XVI, os tratados de educação de príncipes, pela sua dimensão cultural, desempenham um papel de relevo - como os tratados de educação para crianças, adolescentes e homens adultos - no grande movimento pedagógico, de renovação de estruturas de pensamento, de conduta humana, moral e social, de que foi pioneiro o Quattrocento italiano. O príncipe, arquitecto e responsável por todo o edifício público, deve encarnar o ideal de sapientia que a doutrina pedagógica do Renascimento pretende atingir. Na tratadística portuguesa, significativa é a obra de D. Jerónimo Osório, De regis institutione et disciplina, dedicado em 1572 a D. Sebastião, que segue as normas ético-jurídicas da teorização aristotélico-tomista, imbuída do idealismo ético de Platão - síntese digna de um Cícero. Não fora o célebre bispo de Silves intitulado, sobretudo pelo colorido e vigor da sua frase límpida e ritmada, o Cícero português ! Assim se compreende que a obra deste autor, humanista corresponsável na condução da respublica e orientação do seu príncipe, se torne o modelo paradigmático do ideal de príncipe, no século áureo da nossa história. Em suma, o De regis institutione et disciplina, verdadeiro espelho das realidades sociais e políticas do tempo, revela-nos a dimensão do humanismo estético-ideológico de um autor representativo de uma época, a sua concepção de príncipe ideal e a sua forma de encarar a problemática do homem, enquanto ser social e político, e enquanto pessoa, na sua finitude e transcendência.
Descrição: Tese de doutoramento em Letras (Literatura Latina) apresentada à Fac. de Letras da Univ. de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/756
Direitos: embargoedAccess
Aparece nas coleções:FLUC Secção de Estudos Clássicos - Teses de Doutoramento

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