Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/18020
Title: Solidão e vinculação: análise das suas relações numa amostra de estudantes de Psicologia
Authors: Monteiro, Maria José de Albuquerque Melo 
Orientador: Sá, Eduardo
Keywords: Solidão; Vinculação; Relação interpessoal
Issue Date: 2010
Serial title, monograph or event: Solidão e vinculação: análise das suas relações numa amostra de estudantes de Psicologia
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: O estudo da solidão e da vinculação tem sugerido, teórica e empiricamente, a existência de uma dinâmica entre estes construtos. O projecto aqui presente consiste na análise de relações entre variáveis de medidas de vinculação e seu potencial impacto nas variações individuais da solidão. A solidão tem sido conceptualizada como uma experiência negativa, caracterizada por uma percepção subjectiva de isolamento e carência da intimidade e/ou integração social necessárias ao sentido de proximidade e ligação ao Outro (Weiss, 1973). Esta condição é fonte de perturbação emocional, nomeadamente de ansiedade (Rook, 1984), afectando o funcionamento psicossocial, saúde e bem-estar geral (Cacciopo & Patrick, 2008). A amostra é constituída por 233 estudantes dos cinco anos do Mestrado Integrado em Psicologia, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Considerámos dois momentos e modos de vinculação: aos pais durante a infância, retrospectivamente avaliada com o EMBU- Memórias de Infância (escala de auto-relato das memórias das práticas educativas do pai e da mãe), e a vinculação aos pares na vida adulta, acedida com a EVA- Escala de Vinculação do Adulto. Ambos os instrumentos são uma adaptação para a população portuguesa (Canavarro, 1996; 1997) das suas congéneres originais. A solidão foi aferida com a versão portuguesa da Escala da Solidão UCLA-R (Neto, 1989). Contemplamos a medida da solidão num contínuo pois interessa-nos averiguar a sua distribuição e não estabelecer categorias discriminantes de solidão. Os resultados do nosso estudo revelam que as medidas de vinculação (EVA e EMBU) são bons preditores da solidão, corroborando o sentido das nossas previsões, sendo 61.2% da variância total deste afecto psicossocial explicada pelo conjunto das nove dimensões das duas escalas de vinculação (EVA e EMBU). Averiguámos que dimensões como o suporte emocional (EMBU), o conforto com a proximidade e a confiança nos outros (EVA) têm uma correlação negativa, estatisticamente significativa, com a solidão, sendo que a valores mais consistentes daquelas dimensões, correspondem índices mais baixos de solidão. Em sentido inverso, a ansiedade (EVA) tem uma relação positiva, estatisticamente significativa, com o grau de solidão percepcionada. Deste modo, indivíduos confiantes na disponibilidade dos outros, com mais suporte emocional e conforto com a proximidade, apresentam índices inferiores de ansiedade e solidão. Na mesma lógica, sujeitos com pontuações mais elevadas em ansiedade, tendem a ser mais solitários. Estes dados permitiram-nos construir um modelo segundo o qual as configurações da vinculação adulta (EVA) assumem preponderância na justificação da solidão, secundarizando as memórias de infância mas sem lhes retirar valor preditivo em relação à solidão. Observámos, ainda, que indivíduos que têm um relacionamento amoroso estável, no momento, se sentem menos sozinhos que os que não o têm, independentemente da história relacional prévia. Ainda nos foi dado averiguar que a percepção do suporte emocional da mãe, na infância, é significativa na minimização da solidão, comparativamente ao suporte emocional do pai, o que aponta para a preponderância e valorização da função materna nos cuidados e envolvimento emocional com os filhos. Assim, concluímos pelo potencial da Teoria da Vinculação na explicação de fenómenos psicossociais como a solidão, independentemente da concorrência de outras variáveis (e.g., as situacionais).
Description: Dissertação de mestrado em Psicologia Clínica e Saúde (Psicopatologia e Psicoterapias Dinâmicas), apresentada à Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/18020
Rights: openAccess
Appears in Collections:UC - Dissertações de Mestrado
FPCEUC - Teses de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat
Maria José Monteiro.pdf5.85 MBAdobe PDFView/Open
Show full item record

Page view(s) 50

575
checked on Apr 23, 2024

Download(s)

79
checked on Apr 23, 2024

Google ScholarTM

Check


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.