O racismo contra os Roma e a agenda acadêmica branca: pontos cegos ocultos do sistema educacional

Abstract

A educação tem sido retratada como o principal “elevador social” para enfrentar as desigualdades internas das sociedades abissais modernas. Os Roma, a maior e mais antiga minoria europeia, são perpetuamente visados como uma população “sensível” no que diz respeito ao acesso e ao sucesso no ensino básico e superior, criando um quadro em que os próprios Roma, desde tenra idade, são considerados um “problema”. A academia, a pesquisa científica e a produção do conhecimento não estão isoladas dessas práticas e do arcabouço político/epistemológico. Nesse sentido, o artigo desvenda sua cumplicidade e responsabilidade na manutenção da ordem branca, sua missão civilizatória moderna em relação aos corpos racializados e sua “ideologia da integração” como único caminho político possível. Este artigo discute a produção acadêmica atual de pesquisas baseadas em evidências no campo da educação sobre os Roma, explorando a semântica e as construções conceituais que enquadram a discussão relacionada à experiência dos Roma no sistema educativo. Além disso, o artigo discute como a codificação conceitual de tal estrutura realmente serve para condicionar as abordagens intelectuais e políticas que tentam ir além da cúmplice “ideologia da integração” ao abordar políticas públicas e educativas.