Parentalidade e Toxicodependência: A Questão das Diferenças de Género

Abstract

Substance abuse has been the object of study in its various aspects, including how it affects parenthood and how it differs in terms of gender. This dissertation intends to understand the extent to which gender interferes in the phenomenon of addiction, from the perspective of parents.The study sample included 90 male and female participants, 60 from the control group and 30 from the substance addict group. Each participant responded to the investigation protocol that included: Questionário Sociodemográfico; Escala de Investimento na Criança (PIC); Escala de Pensamentos Automáticos Negativos no Pós-Parto (PAN-PP); EMBU-P; Escala de Envolvimento Paterno (EEP); Protocolo de Entrevista aos Pais (PEP)- transformed into an inquiry.The results showed statistically significant differences with regard to gender and the group in which each participant belonged. The control group showed higher values in terms of investment in children and more autonomous parenting styles, compared to the group addicted to substances. Addict males showed less investment in their children as well as a more austere and coercive parenting style. In conclusion, we found that addicted female individuals demonstrate high automatic negative postpartum thoughts, however, statistically significant values with regard to investment, compared to addicted males. The biggest differences are due to the consumption or not of a substance. It was observed that addicted parents reflect higher levels of distress, lower levels of investment and more coercive, authoritarian and demanding parenting styles, compared to parents in the control group.

A toxicodependência tem sido objeto de estudo nas suas variadas vertentes, inclusive no modo como afeta a parentalidade e em como difere, face ao género. Esta dissertação pretende compreender até que ponto o género interfere no fenómeno da adição, partindo da perspetiva dos progenitores. A amostra do estudo contou com 90 participantes do género masculino e feminino, 60 do grupo de controlo e 30 do grupo adito de substâncias. Cada participante respondeu ao protocolo de investigação que incluía: Questionário Sociodemográfico; Escala de Investimento na Criança (PIC); Escala de Pensamentos Automáticos Negativos no Pós-Parto (PAN-PP); EMBU-P; Escala de Envolvimento Paterno (EEP); Protocolo de Entrevista aos Pais (PEP)- transformado em inquérito.Os resultados evidenciaram diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito ao género e ao grupo em que cada participante se inseria. O grupo de controlo evidenciou valores mais elevados quanto ao investimento nos filhos e estilos parentais mais autonomizantes, comparativamente ao grupo adito de substâncias. Indivíduos aditos do género masculino demonstraram um menor investimento nos filhos assim como um estilo parental mais austero e coercivo. Em conclusão verificamos que indivíduos aditos do género feminino demonstram elevados pensamentos automáticos negativos pós-parto, no entanto, valores estatisticamente significativos no que diz respeito ao investimento, comparativamente aos homens aditos. As maiores diferenças devem-se ao consumo ou não de uma substância. Observou-se que pais e mães aditos refletem maiores níveis de angústia, menores níveis de investimento e estilos parentais mais coercivos, autoritários e exigentes, face aos pais do grupo de controlo.