Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/98407
Título: O Caminho Inverso: Principais Barreiras na Desprescrição em Idosos em Medicina Geral e Familiar
Outros títulos: The other way around: Perceived Barriers to Deprescription in the Elderly Among General Practitioners
Autor: Lopes, Tânia Sofia Gonçalves
Orientador: Ferreira, António Miguel da Cruz
Santiago, Luiz Miguel de Mendonça Soares
Palavras-chave: Desprescrição; Polifarmácia; Prescrição Inapropriada de Medicamentos; Medicina Centrada na Pessoa; Idoso; Deprescription; Polypharmacy; Inappropriate Prescribing; Patient Centered Medicine; Aged
Data: 10-Mar-2021
Título da revista, periódico, livro ou evento: O Caminho Inverso: Principais Barreiras na Desprescrição em Idosos em Medicina Geral e Familiar
Local de edição ou do evento: FMUC
Resumo: Introdução: A desprescrição constitui o processo de otimização do regime terapêutico de um doente através da cessação de fármacos potencialmente inapropriados. Os médicos relatam diversas barreiras na implementação do processo de desprescrição, relacionadas com questões de cariz intrínseco e com condicionantes externas. A identificação destas barreiras é o passo primordial na construção de soluções que tornem definitivamente o processo de desprescrição um elemento da prática clínica diária em contexto de Medicina Centrada na Pessoa (MCP), num caminho inclusivo e integrador das expectativas do doente face à sua saúde. Material e Métodos: Construção de um questionário com 2 componentes – Na Parte I avaliou-se a valoração que os médicos de Medicina Geral e Familiar (MGF) atribuem a cada uma das barreiras à desprescrição, através de um questionário contruído de novo, em que as potenciais barreiras à desprescrição se agruparam 4 subgrupos ou subescalas. A influência das variáveis idade, género, anos de experiência profissional e categoria de especialista em MGF ou de interno de formação específica nessa valoração foi também estudada. Na Parte II apurou-se a auto-perceção de prática de MCP em MGF, através de um questionário previamente validado para a medição desse construto. Foi realizada estatística descritiva e inferencial. Resultados: Obteve-se um total de 41 respostas. Na Parte I do questionário a consistência interna de cada uma das quatro subescalas foi considerada elevada em três delas (alfa de Cronbach α > 0,7). O grupo de barreiras mais preponderante é o que se relaciona com o doente. O género feminino valoriza com maior enfase as barreiras relacionadas com o doente (p = 0,027). Na Parte II, a auto-perceção de prática de MCP foi elevada (M = 3,14, numa escala de 1 a 4). Uma elevada auto-perceção de prática de MCP não parece relacionar-se com maior ou menor valoração de nenhuma das subescalas de barreiras à desprescrição. Discussão: O questionário de valoração das barreiras à desprescrição em MGF desenvolvido apresenta boa consistência interna, eventualmente promissora para futura validação. Apesar de as barreiras mais valoradas serem as relacionadas com o doente, há evidência de que a maioria dos doentes idosos estaria pelo menos disposto a discutir este assunto com o seu médico. Tal pode traduzir um problema comunicacional que pode ser solucionado pela aplicação dos princípios da decisão informada e partilhada em contexto de prática de MCP. Conclusão: Para mitigar os efeitos da perceção do doente enquanto barreira, o doente idoso deve ser encorajado a esclarecer com o seu médico de família qualquer dúvida sobre a adequação e necessidade de manutenção da sua medicação. Campanhas públicas de sensibilização dirigidas à população idosa podem informar sobre diferentes motivos pelosquais a medicação prescrita pode deixar de ser necessária depois de pesada a relação benefício-risco, e sobre a importância de estar disponível para discutir essa questão com o seu médico de família. É importante continuar a dissecar as dificuldades enfrentadas pelos médicos de família quando consideram desprescrever, com vista a encontrar as soluções práticas e dirigidas.
Introduction: Deprescribing is the process of optimizing a patient's therapeutic regime through the cessation of potentially inappropriate drugs. Doctors report several barriers when considering deprescription, related to intrinsic issues and external conditioning factors. The identification of these barriers is the primordial step to formulate solutions promoting deprescription as an element of daily clinical practice in the context of Patient Centered Medicine (PCM), in a way that includes patient's expectations regarding his health. Material and Methods: Formulation of an inquiry with 2 components – Part I and II. In the first one it is intended to appraise the valuation that General Practitioners (GP) attribute to each one of the barriers to the description, through a questionnaire developed from the start, in which potential barriers are grouped in 4 subgroups or subscales. The influence of the variables age, gender, years of professional experience or category of specialist/medical intern in this valuation was measured. In the second one, we aimed to assess the self-perception of PCM in daily practice among GPs, through a previously validated questionnaire. Descriptive and inferential statistics were performed. Results: A total of 41 responses were obtained. Regarding the first part of the questionnaire, the internal consistency of each of the four subscales was considered high in three of them (Cronbach's alpha α> 0.7). Barriers related to the patient are the ones which seem to have a bigger impact at daily practice. Female gender places greater emphasis on barriers related to the patient (p = 0.027). In Part II, self-perceived PCM practice was high (M = 3.14, on a scale of 1 to 4). A high self-perception of PCM practice does not seem to be related to higher or lower valuation of any of the subscales of barriers to deprescription. Discussion: The questionnaire on the valuation of barriers to description (Part I) has good internal consistency, promising for future validation. Although most valued barriers were those related to the patient, there is evidence that the majority of elderly patients would be willing to at least discuss deprescription with their doctor. This can translate a communicational gap that must be solved, by applying the principles of informed and shared decision in the context of PCM practice. Conclusion: In order to mitigate the negative effects of perceiving patients as a barrier, the elderly should be encouraged to clarify with their doctor any doubts about the adequacy and need to maintain their medication. Public awareness campaigns aimed at the elderly can inform about the reasons why the prescribed medication may no longer be necessary after a careful benefit-risk evaluation, and about the importance of being available to discuss this issue with their doctor. It is important to continue to dissect the difficulties faced by GPs when considering to describe, in order to find practical and targeted solutions.
Descrição: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/98407
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado

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