Activity patterns of red and roe deer: differences between sexes

Abstract

Most ungulates, especially those belonging to Cervidae family, display an elevated degree of sexual body-size dimorphism, where males are larger than females. Besides the size, males present other secondary sexual characters that distinguish them from females, as is the case of the antlers.Associated with sexual body size dimorphism arises sexual segregation, which seems to be inevitable in species with more than 20% of sexual body size dimorphism. Several hypotheses have been proposed to understand this complex phenomenon. Among them, the activity budget hypothesis, arises as being directly liked to sexual body size dimorphism, and proposed that males being larger than females, present higher digestive efficiency, due a larger rumen that leads to a slow passage of food, allowing them to be more time inactive, either ruminating or resting. Contrary, females, being smaller have smaller rumen, and, so, the food passes through the digestive system faster. This characteristic, leads them to be more time feeding, balance their low digestive efficiency.Using camera traps, placed in the Serra da Lousã, it was possible to obtain results regarding the patterns of activity of red and roe deer. The results demonstrated that males and females of red deer differed in time spent in most of the analysed behaviours, occurring a greater overlap of their behaviours in the rut season when sexes gather in mixed sex groups to mate. For roe deer, was verified that in general, the time spent in most behaviours, between sexes, was similar, however, greater asynchronies were detected contrary to our expectations. Although most of the results obtained are in the line with hypothesized by the the activity budget hypothesis. Similar synchrony levels obtained for red and roe deer, species with so distinct levels of sexual body-size dimorphism, may indicate that the differences in gender activity patterns are not only due to their differences in body-size, and may be the result of other social or environmental factors. The results also show the need for future studies including not only natural ecosystems, but also humanized ones (i.e. agricultural areas), as in which the presence of roe deer may be more relevant than expected.

A grande maioria dos Ungulados, especialmente os pertencentes á família Cervidae apresentam um elevado grau de dimorfismo sexual, em termos de tamanho corporal, onde machos são maiores que as fêmeas. Além do tamanho, os machos apresentam outros caracteres sexuais secundários que os distingue das fêmeas, como é o caso das hastes.Associado ao dimorfismo sexual de tamanho corporal surge a segregação sexual, que parece ser inevitável em espécies com mais de 20 % de dimorfismo sexual no tamanho corporal, levando a que varias hipóteses tenham sido propostas para entender este complexo fenómeno. De entre as várias hipóteses propostas, a hipótese da sincronia de atividade, surge como estando diretamente ligada ao dimorfismo sexual de tamanho corporal, e propôs que os machos sendo maiores do que as fêmeas, apresentam maior eficiência digestiva, devido a terem um rúmen maior o que leva a uma mais lenta passagem dos alimentos, permitindo-lhes estarem mais tempo inativos, quer seja a ruminar ou descansar. Pelo contrário, as fêmeas, sendo menores tem um rúmen menor, e, portanto, os alimentos passam pelo trato digestivo mais rapidamente. Esta característica, obriga-as a estarem mais tempo a alimentarem-se, compensando a sua baixa eficiência digestiva. Recorrendo a armadilhas fotográficas, colocadas na Serra da Lousã, foi possível obter resultados relativamente aos padrões de atividade, de veado e de corço. Os resultados demonstraram que os machos e fêmeas de veado diferem no tempo despendido na maioria dos comportamentos analisados, ocorrendo maior sobreposição dos seus comportamentos na época do acasalamento, na altura em que se juntam em grupos mistos para acasalar. Para corço, verificou-se que num modo geral o tempo despendido na maioria dos comportamentos, entre machos e fêmeas, foi semelhante, no entanto maiores assincronias foram detetadas face ao esperado. Apesar da maioria dos resultados obtidos estarem de acordo com a hipótese da sincronia da atividade, o facto de os resultados revelarem níveis de sincronia semelhantes em espécies com níveis de dimorfismo sexual de tamanho corporal tão distinto, pode indicar que as diferenças nos padrões de atividade dos sexos não se devem apenas às diferenças de tamanho corporal, podendo ser resultado de outros fatores sociais ou ambientais. Os resultados evidenciam ainda necessidade de estudos futuros incluindo não só os ecossistemas naturais, mas também os humanizados (i.e. áreas agrícolas), como nos quais a presença de corço pode ser mais relevante do que o esperado.