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Título: Impacto da ivabradina na evolução dos doentes com insuficiência cardíaca avançada submetidos a terapêutica de ressincronização cardíaca
Outros títulos: Impact of ivabradine on the progression of patients with advanced heart failure undergoing cardiac resynchronization therapy
Autor: Saldanha, Cristina Isabel Gouveia
Orientador: António, Natália Sofia Claúdio
Palavras-chave: ivabradina; insuficiência cardíaca avançada; terapêutica de ressincronização cardíaca; fibrilhação auricular; ivabradine; advanced heart failure; cardiac resynchronization therapy; atrial fibrillation
Data: 26-Mar-2020
Título da revista, periódico, livro ou evento: Impacto da ivabradina na evolução dos doentes com insuficiência cardíaca avançada submetidos a terapêutica de ressincronização cardíaca
Local de edição ou do evento: Faculdade de Medicina Universidade de Coimbra
Resumo: Introdução: Vários estudos recentes relataram uma maior incidência de fibrilhação auricular (FA) de novo em doentes medicados com ivabradina. No entanto, há pouca informação sobre o impacto prognóstico deste medicamento, incluindo risco de desenvolvimento de FA, em doentes com insuficiência cardíaca (IC) avançada submetidos a terapia de ressincronização cardíaca (TRC).Objetivo: Avaliar o impacto da terapêutica com ivabradina em doentes com IC submetidos a TRC em relação ao desenvolvimento de FA, hospitalização por IC e mortalidade global a longo prazo.População e métodos: Estudo retrospetivo de 175 doentes consecutivos submetidos a TRC, em ritmo sinusal no momento da implantação do dispositivo, entre 2011 e 2015 (após a introdução generalizada da ivabradina em Portugal). A população foi dividida em dois grupos: A) doentes medicados com ivabradina (N = 34) e B) doentes sem ivabradina (N = 141). Os grupos foram comparados em relação a características demográficas e clínicas e evolução após TRC. Os objetivos primários foram avaliar durante um seguimento médio de 3,7 ± 1,4 anos, taxa de ocorrência de FA, hospitalização por IC descompensada e mortalidade global. Também avaliámos o tempo entre a implantação do dispositivo e o desenvolvimento da FA, bem como a taxa de resposta à TRC.Resultados: Nesta coorte, 67% dos doentes eram do sexo masculino e os doentes no grupo A eram significativamente mais jovens (59 ± 11vs 66 ± 10 anos, p <0,0005). Os doentes medicados com ivabradina mostraram uma tendência a maior proporção de cardiomiopatia de etiologia não isquémica (77% vs 59%, p = 0,071). Os doentes foram tratados com fármacos com impacto prognóstico na IC em proporções semelhantes nos dois grupos. A prevalência de hipertensão arterial, diabetes Mellitus tipo 2 e doença renal crónica foi semelhante nos 2 grupos, mas verificou-se maior prevalência de dislipidémia no grupo B (80% vs 53%, p = 0,002) e consequentemente maior utilização de estatinas (80% vs 59%, p = 0,015). Durante o acompanhamento, verificámos que 12% dos doentes do grupo A e 23% no grupo B (p = 0,157) desenvolveram FA, com tempos semelhantes entre a implantação do dispositivo e a ocorrência de FA nos dois grupos (2,8 ± 1,5 e 2,5 ± 1,4 anos respetivamente, p = 0,234), com curvas de Kaplan Meier semelhantes (Log Rank p = 0,147). A readmissão por IC descompensada foi semelhante entre os grupos (27% no grupo A vs 30% no grupo B, p = 0,721). A taxa de respondedores foi tendencialmente melhor no grupo A comparativamente com o grupo B (69,6% vs 46,7%, p=0,061). Não houve diferença estatisticamente significativa na mortalidade global entre grupos (3% no grupo A vs 10% no grupo B, p = 0,188).Conclusões: A terapêutica com ivabradina parece ser uma opção segura a considerar em doentes com IC propostos para TRC. O desenvolvimento de FA de novo ocorre lentamente após a TRC, e o uso de ivabradina não parece estar associado a um maior risco de desenvolvimento de FA.
Background: Several recent studies have reported a higher incidence of new onset atrial fibrillation (AF) in patients taking ivabradine. However, there is little information on the prognostic impact of this medication, including the risk of developing AF, in patients with heart failure (HF) submitted to cardiac resynchronization therapy (CRT).Purpose: To evaluate the impact of ivabradine therapy in patients with HF submitted to CRT regarding onset AF, readmission due to decompensated HF and all-cause mortality during long term follow-up.Population and methods: Retrospective study of 175 consecutive patients submitted to CRT, in sinus rhythm at the time of the device implantation, between 2011 and 2015 (after the generalized introduction of ivabradine in Portugal). The population was divided into two groups: A) patients taking ivabradine (N = 34) and B) patients without ivabradine (N = 141). The groups were compared regarding demographic and clinical characteristics and evolution after CRT. The primary endpoints were to assess AF occurrence rate, readmission due to decompensated HF and all-cause mortality, during a mean follow-up of 3.7 ± 1.4 years. We also evaluated the time between device implantation and the progression to new onset AF, as well as the rate of response to CRT.Results: In this cohort, 67% of the patients were male and patients in group A were significantly younger (59 ± 11vs 66 ± 10 years, p <0.0005). Patients taking ivabradine showed a tendency towards a higher proportion of non-ischemic cardiomyopathy (77% vs 59%, p = 0.071). Patients were treated with disease modifying HF drugs in similar proportions in both groups. The prevalence of arterial hypertension, type 2 diabetes Mellitus and chronic kidney disease was similar in both groups, but there was a higher prevalence of dyslipidemia in group B (80% vs 53%, p = 0.002) and consequent statin therapy (80 % vs 59%, p = 0.015). During the follow-up, new AF occurred in 12% of patients in group A and 23% in group B (p=0.157), with similar time between device implantation and AF development in both groups (2.8±1.5 and 2.5±1.4 years respectively, p=0.234) and similar Kaplan Meier curves (Log Rank p=0.147). Readmission due to decompensated HF was comparable in both groups (27% in group A vs 30% in group B, p=0.721). The responders rate tended to be better in group A compared to group B (69.6% vs 46.7%, p = 0.061). There was no statistically significant difference in all-cause mortality (3% in group A vs 10% in group B, p=0.188).Conclusions: Heart rate control with ivabradine seems to be a safe therapeutic option in HF patients submitted to CRT. Development of new AF occurs slowly after CRT, and ivabradine use doesn't seem to be associated with a higher risk of AF onset.
Descrição: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/97896
Direitos: embargoedAccess
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