Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/97696
Título: A reação neuroinflamatória em resposta à inflamação sistémica aguda durante delirium: estudo caso-controlo com biomarcadores moleculares
Outros títulos: The neuroinflammatory reaction to acute systemic inflammation during delirium: a case-control study using molecular biomarkers
Autor: Farinha, Mariana Branco
Orientador: Cerejeira, Joaquim Manuel Soares
Santos, Lélita Conceição
Palavras-chave: Delirium; Demência; Neuroinflamação; Biomarcadores; Diagnóstico; Delirium; Dementia; Neuroinflammation; Biomarkers; Diagnosis
Data: 8-Jul-2020
Título da revista, periódico, livro ou evento: A reação neuroinflamatória em resposta à inflamação sistémica aguda durante delirium: estudo caso-controlo com biomarcadores moleculares
Local de edição ou do evento: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Resumo: Introdução: O delirium e a demência são duas perturbações cognitivas frequentes em pessoas mais velhas, fortemente associadas à ocorrência de complicações durante e após o internamento. As patologias partilham uma relação complexa cujos mecanismos fisiopatológicos subjacentes desconhecemos, sendo a hipótese neuroinflamatória uma das teorias que justifica a sua ligação. Assim, como objetivo deste estudo, propõe-se avaliar se os níveis da expressão de biomarcadores inflamatórios no sangue durante episódios de delirium, em doentes com doenças médicas agudas, está associado ao desenvolvimento dos episódios e à consecutiva progressão para demência. Material e métodos: Estudo caso-controlo longitudinal no qual participaram doentes com idade igual ou superior a 65 anos internados no serviço de medicina interna do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra por patologia médica aguda. Os participantes foram avaliados com testes neuropsicológicos e foram recolhidas informações dos seus processos clínicos e junto dos seus familiares, de forma a avaliar o comprometimento cognitivo dos doentes, com o objetivo de os dividir em quatro grupos: controlo, delirium, demência e delirium sobreposto a demência. Procedeu-se ao doseamento de biomarcadores inflamatórios no sangue, através da determinação da concentração da proteína C reativa (PCR), leucócitos e microRNAS (miR-155, miR146a, miR-145 e miR23a) nos monócitos circulantes e exossomas. A análise estatística foi efetuada com o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25. Resultados: Dos 22 participantes (59,1% do sexo feminino, média de idades 86,77±3,811), 13 apresentavam défice cognitivo (5 demência, 2 delirium, 6 delirium sobreposto a demência). O valor médio do teste MoCA (Montreal Cognitive Assessment Test) foi de 12,21±7,08 pontos (6,4±3,47 no grupo com défice cognitivo) e o do questionário IQCODE-SF (Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly) foi de 5,63±11,46 pontos (8,86±14,27 no grupo défice cognitivo). A concentração de PCR e leucócitos foi superior no grupo controlo (8,59±8,94 e 11±5,00 respetivamente), enquanto que os valores de miRNAs foi semelhante nos dois grupos. Também não se verificaram diferenças significativas entre os valores de miRNAs em relação ao género e à idade. Discussão: Os resultados obtidos não foram esclarecedores relativamente às alterações de biomarcadores intervenientes no processo fisiopatológico, não sendo comprovada a hipótese neuroinflamatória como base do mesmo. Verificou-se que a concentração de marcadores inflamatórios circulantes no sangue é independente de variáveis relevantes como a idade e o género. Conclusão: Os resultados obtidos não validaram a hipótese em estudo. Devem ser realizados mais estudos, de forma a entender a influência dos marcadores inflamatórios no processo fisiopatológico das patologias que apresentam desenvolvimento de défice cognitivo, permitindo assim a realização de um diagnóstico precoce.
Introduction: Delirium and dementia are two common cognitive disorders in older people that are strongly associated with complications during hospitalization and after discharge. These pathologies share a complex relationship whose underlying pathophysiology mechanism remain unknown, with the neuroinflammatory hypothesis being one of the theories that justify their connection. The objective of this study is to evaluate whether there is an association between the concentration of inflammatory biomarkers in the blood during delirium, in patients with acute medical diseases, and the development of delirium manifestations and the consecutive progression to dementia. Material and Methods: Longitudinal case-control study in which patients aged 65 years or older admitted to the internal medicine service of the Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra for acute medical pathology participated. Participants were assessed by neuropsychological tests and information from patients' clinical file and from caregivers collected in order to evaluate the cognitive impairment of the patients, with the aim of dividing them into four groups: control, delirium, dementia and delirium superimposed on dementia. Inflammatory biomarkers were assayed in the blood by determining the concentration of C-reactive protein (CRP), leukocytes and microRNAS (miR-155, miR-146a, miR-145 and miR23a) in circulating monocytes and exosomes. Statistical analysis was performed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 25. Results: 22 participants were included (59,1% female, mean age 86.77 ± 3.811), of which 13 had cognitive impairment (5 dementia, 2 delirium, 6 delirium superimposed on dementia). The average value of the MoCA test (Montreal Cognitive Assessment) was 12.21 ± 7.08 points (6.4 ± 3.47 in the group with cognitive impairment) and the IQCODE-SF questionnaire (Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly) was 5.63 ± 11.46 points (8.86 ± 14.27 in the cognitive impairment group). The concentration of CRP and leukocytes was higher in the control group (8.59 ± 8.94 and 11 ± 5.00 respectively), while the values of miRNAs were similar in both groups. There were no differences between the values of miRNAs regarding gender and age. Discussion: The results obtained were not clear as to the alterations of biomarkers intervening in the pathophysiological process, and the neuroinflammatory hypothesis as the basis for it was not proven. The value of the inflammatory markers in the blood is independent of relevant variables such as age and gender. Conclusion: The results obtained did not validate the hypothesis under study. Further studies should be carried out in order to understand the influence of the inflammatory biomarkers in the pathophysiological process of the pathologies with cognitive impairment, allowing an early diagnosis.
Descrição: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/97696
Direitos: openAccess
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