Fertility preservation in patients with haematological malignancies

Abstract

Introdução: A incidência de neoplasias hematológicas tem vindo a aumentar em mulheres de idade fértil. As taxas de sobrevivência acompanham este aumento, sendo fundamental avaliar o impacto dos tratamentos na futura qualidade de vida das doentes. A possível perda de fertilidade causada pelos tratamentos oncológicos é uma das principais preocupações para estas mulheres.Objetivo: Avaliar o impacto de cada tratamento na reserva ovárica e quais foram as técnicas de preservação da fertilidade mais utilizadas pelas pacientes com neoplasias hematológicas.Métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo com 61 doentes diagnosticadas com neoplasia hematológica acompanhadas num centro de preservação da fertilidade de janeiro de 2008 até junho de 2019.Resultados: As mulheres mais jovens, nulíparas e solteiras foram as que mais recorreram às técnicas de preservação da fertilidade. Os tratamentos oncológicos provocaram uma diminuição da reserva ovárica, demonstrada por um aumento dos níveis de FSH e pela diminuição dos níveis de AMH. Ao avaliar que tratamentos tiveram maior impacto nos níveis de AMH, constatamos que o regime BEACOOP, os agentes, vincristina, etoposido, procarbazina, prednisona e o transplante de medula óssea foram os principais responsáveis pela sua diminuição. Relativamente à gravidez pós tratamento oncológico, das onze mulheres que engravidaram, dez fizeram-no de forma espontânea, com a grande maioria a ocorrer pelo menos dois anos após o diagnóstico.Conclusão: Mais estudos são necessários para avaliar o impacto de cada agente quimioterápico na reserva ovárica, assim como a relação entre os níveis de AMH e a ocorrência de gravidez a curto, médio e longo prazo.

Introduction: The incidence of haematological malignancies is increasing in women of childbearing age. Survival rates accompany this increase, making it essential to assess the impact of treatments on patients’ future quality of life. The potential loss of fertility is a key concern of young women treated for cancer.Aim: Evaluate the impact of each treatment on ovarian reserve and what were the fertility preservation techniques used by patients with hematologic malignancies.Methods: A retrospective study was made after data collection of 61 patients diagnosed with haematological malignancies followed in a fertility preservation centre from January 2008 to June 2019.Results: The youngest, nulliparous and single women were those who most resorted to fertility preservation techniques. Cancer treatments caused a decrease in ovarian reserve, demonstrated by an increase in FSH levels and a decrease in AMH levels. When assessing which treatments have the greatest impact on AMH levels, we found that BEACOPP regimen, the agents vincristine, etoposide, procarbazine, prednisone and the haematopoietic stem cell transplantation were the main responsible for its decrease. Regarding pregnancy after oncological treatments, of the eleven women who became pregnant, ten did so spontaneously, with the vast majority occurring at least two years after diagnosis.Conclusion: Further studies are needed to assess the impact of each chemotherapeutic agent on the ovarian reserve, as well as the relationship between AMH levels and the occurrence of short, medium and long term pregnancies.