Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/97598
Título: Poderá a doença crónica contribuir para a depressão? Estudo caso-controlo
Outros títulos: Might chronic disease contribute to depression? Case-control study
Autor: Lima, Ana Sofia Santos
Orientador: Silva, Inês Rosendo Carvalho e
Madeira, Nuno Gonçalo Gomes Fernandes
Palavras-chave: Depressão; Doença Crónica; Região Centro; Saúde Mental; Medicina Geral e Familiar; Depression; Chronic Disease; Central Region; Mental Health; General and Family Medicine
Data: 20-Mar-2020
Título da revista, periódico, livro ou evento: Poderá a doença crónica contribuir para a depressão? Estudo caso-controlo
Local de edição ou do evento: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Resumo: Introduction: Depression disorders are the leading cause of disability worldwide and are widely known to be more prevalent in patients with chronic pathology. This study aimed to relate the chronic disease and the appearance of depressive disorders throughout the Central region of Portugal and also to conclude about the chronic pathologies that are most associated with subsequent diagnosis of depression.Methods and materials: A case-control retrospective study was carried out, including all the adults from the Portuguese Central region, who, in 2017, were not previously diagnosed with depressive disorder. The most prevalent chronic diseases in 2017 were analysed using computer data from the ARS primary care. The new cases of depressive disorder in 2018 were counted and a statistical analysis was performed calculating the relative risk (RR) of each chronic disease being associated with depression, based on the Chi-square test. The p-value <0.05 was defined as statistically significant.Results: The sample studied included 1.416.532 adults. The incidence rate of depressive disorder in 2018 in the Central region was 1.18%. The chronic diseases that were significantly related to the development of depressive disorder were: "Anxiety/anxiety disorder" (RR=1.59; p<0.001), "Fibromyoma of the uterus" (RR=1.51; p<0.001), "Vertigo syndrome" (RR=1.30; p<0.001), "Cervical spine syndrome" (RR=1.28; p<0.001), "Osteoporosis" (RR=1.27; p<0.001), "Painful shoulder syndrome" (RR=1.25; p<0.001), "Spine syndrome with pain irradiation" (RR=1.22; p<0.001), "Musculoskeletal system disease, other" (RR=1.19; p<0.001), "Goiter" (RR=1.26; p<0.001), "Hypothyroidism/myxedema" (RR=1.26; p<0.001), "Varicose veins in the leg" (RR=1.26; p<0.001) and "Functional alteration of the stomach" (RR=1.19; p<0.001).Discussion: Several relationships between certain chronic diseases and depression previously described in the literature were confirmed, while others were contested or non-significant. This study has presented some limitations, as other risk factors for depressive disorder were not considered, there may have been undercoding or recording errors and the depressive disorder may have been underdiagnosed.Conclusion: This study has established a statistically significant relationship between several chronic diseases frequent in the Central region and the subsequent development of depressive disorder which finding highlights the importance of a quality follow-up by the General and Family Medicine (GFM) practitioner, with particular attention to people with musculoskeletal diseases, anxiety, vertigo syndrome, uterine fibromyomas and thyroid pathology.
Introdução: As perturbações depressivas são a principal causa de incapacidade em todo o mundo e sabe-se que apresentam uma maior prevalência nos doentes com patologia crónica. Este estudo teve como objetivo relacionar a doença crónica e o aparecimento de perturbação depressiva em toda a região Centro de Portugal e concluir acerca das patologias crónicas que mais estão associadas a posterior diagnóstico de depressão.Materiais e métodos: Foi realizado um estudo retrospetivo caso-controlo constituído pelos adultos da Administração Regional de Saúde (ARS) Centro que, em 2017, não apresentavam diagnóstico prévio de perturbação depressiva. Foram analisadas as doenças crónicas ativas em 2017 mais prevalentes através de dados informáticos dos cuidados primários da ARS do Centro. Foram contabilizados os novos casos de perturbação depressiva em 2018 e realizada uma análise estatística calculando o risco relativo (RR) de cada doença crónica se associar a depressão, com base no teste do Qui-quadrado. Foi definido como estatisticamente significativo o valor-p <0,05.Resultados: A amostra estudada foi de 1.416.532 adultos. A taxa de incidência de perturbação depressiva em 2018 na região Centro foi 1,18%, tendo sido superior no sexo feminino e na faixa etária entre os 54 e os 65 anos. As doenças crónicas que significativamente se relacionaram com o desenvolvimento de perturbação depressiva foram: “Distúrbio ansioso/estado de ansiedade” (RR=1,59; p<0,001), “Fibromioma do útero” (RR=1,51; p<0,001), “Síndrome vertiginoso” (RR=1,30; p<0,001), “Síndrome da coluna cervical” (RR=1,28; p<0,001), “Osteoporose” (RR=1,27; p<0,001), “Síndrome do ombro doloroso” (RR=1,25; p<0,001), “Síndrome da coluna com irradiação de dores” (RR=1,22; p<0,001), “Doença do aparelho músculo-esquelético, outra” (RR=1,19; p<0,001), “Bócio” (RR=1,26; p<0,001), “Hipotiroidismo/mixedema” (RR=1,26; p<0,001), “Veias varicosas da perna” (RR=1,26; p<0,001) e “Alteração funcional do estômago” (RR=1,19; p<0,001).Discussão: Foram confirmadas várias relações entre doenças crónicas e o aparecimento de depressão, previamente descritas na literatura, enquanto que outras foram contestadas ou não foram significativas. Este estudo apresentou algumas limitações pois não foram considerados outros fatores de risco para perturbação depressiva, pode ter havido sub-codificação ou erros de registo e a perturbação depressiva pode ter sido subdiagnosticada.Conclusão: Verificou-se uma relação estatisticamente significativa entre várias doenças crónicas frequentes na região Centro e o desenvolvimento posterior de perturbação depressiva, o que realça a importância de um seguimento de qualidade pelo médico de medicina geral e familiar (MGF) com especial atenção a pessoas com certas doenças6crónicas, nomeadamente musculoesqueléticas, perturbações de ansiedade, síndrome vertiginoso, fibromiomas uterinos e patologia tiroideia.
Descrição: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/97598
Direitos: closedAccess
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