Shame, coping with shame and psychopathology: a moderated-mediation analysis by sexual orientation

Abstract

A vergonha tem sido associada à psicopatologia, tanto em indivíduos heterossexuais como não heterossexuais. No entanto, existe uma lacuna na investigação relativa às associações e processos subjacentes ao possível papel dos processos de regulação emocional na associação entre vergonha e psicopatologia. Neste sentido, o objetivo do presente estudo constituiu em explorar o papel mediador das estratégias para lidar com a vergonha na associação entre vergonha (interna e externa) e psicopatologia, e se esta mediação era moderada pela orientação sexual. A amostra deste estudo transversal foi constituída por 346 adultos portugueses da população geral (M idade = 26.3 anos), dos quais 231 referiram ser heterossexuais e 115 ser não heterossexuais. Os resultados mostraram que os indivíduos não heterossexuais reportaram níveis mais elevados de vergonha (interna e externa) e psicopatologia, assim como um maior uso de estratégias disfuncionais de lidar com a vergonha direcionadas ao self (fuga, ataque ao self, evitamento). Não foram encontradas diferenças entre os grupos na estratégia para lidar com a vergonha dirigida aos outros (ataque ao outro). Nos dois grupos, a associação entre vergonha, estratégias para lidar com a vergonha e psicopatologia mostrou que a vergonha estava positivamente associada à psicopatologia, e que a fuga e o ataque ao self apresentaram as associações mais fortes com a psicopatologia. A fuga foi a estratégia para de lidar com a vergonha com um efeito indireto significativo mais consistente na associação entre vergonha e psicopatologia. A orientação sexual não foi um moderador significativo das mediações hipotetizadas. O presente estudo proporciona resultados inovadores sobre a possível influência das estratégias para lidar com a vergonha na associação entre vergonha e psicopatologia. Neste sentido, este processo pode ser um alvo importante a considerar na prática clínica, independentemente da orientação sexual.

Shame has been associated with psychopathology, in both heterosexual and non-heterosexual individuals. However, there is a lack of empirical research on the associations and processes behind the potential influence of emotion regulation processes in the association between shame and psychopathology. Therefore, the aim of the present study was to explore the mediating role of shame-coping styles in the association between (internal and external) shame and psychopathology, and whether this mediation was moderated by sexual orientation. The sample of this cross-sectional study consisted of 346 Portuguese adults from the community (M age = 26.3 years), of which 231 reported to be heterosexual and 115 to be non-heterosexual. Results showed that non-heterosexual individuals reported higher levels of (internal and external) shame and psychopathology, as well as a greater use of self-directed shame-coping styles (withdrawal, attack-self, and avoidance). No differences between groups in other-directed shame-coping style (attack-others) were found. In both groups, the associations between shame, shame-coping styles and psychopathology showed that shame was positively associated with psychopathology, and that withdrawal and attack-self showed the stronger associations with psychopathology. The shame-coping style withdrawal had the most consistent mediating effect in the association between shame and psychopathology. Sexual orientation was not a significant moderator of the hypothesized mediations. This study provides novel findings on the potential role of shame-coping styles in the association between shame and psychopathology. Therefore, this process may be an important target to address in clinical practice, regardless of sexual orientation.