Perceção de Forças Familiares por Estudantes do Ensino Superior. Impacto da Resiliência Individual, Variáveis Sociodemográficas, Familiares e Respostas ao Confinamento (COVID-19)

Abstract

A pandemia COVID-19 e o confinamento que esta impôs parece ter transposto consequências ao nível da saúde mental numa etapa desenvolvimental revestida de riqueza e intimidade – a adultez emergente (Afonso, 2020). Assim, a presente investigação debruça-se no reconhecimento do impacto de determinadas variáveis sociodemográficas (e.g., idade do/a estudante do ensino superior), variáveis familiares (e.g., número de elementos do agregado familiar), e variáveis respostas ao confinamento (e.g., gestão de conflitos familiares) nas forças familiares, procurando também analisar o papel mediador da resiliência individual na relação entre a variável (não) regresso a casa durante o confinamento (março-maio de 2020), e a perceção de forças familiares.Participaram no estudo 156 estudantes do ensino superior, em Portugal, com idades compreendidas entre os 18 e os 38 anos (M = 22.38, DP = 2.77). Foi aplicado um Questionário Sociodemográfico, de Dados Familiares e Complementares, o Questionário Sobre o Impacto do Regresso a Casa da Família de Origem no Período de Confinamento, a Escala de Resiliência de Connor-Davidson, e o Questionário de Forças Familiares. Os resultados apontaram que a resiliência individual não foi um mediador estatisticamente significativo da relação entre a variável (não) regresso a casa, e a perceção de forças familiares. Deste modo, pretende-se promover um olhar mais atento e focalizado nas forças familiares, considerando a influência de algumas características sociodemográficas e familiares, bem como da resiliência individual, na promoção e desenvolvimento de um sentimento de unicidade familiar.

The COVID-19 pandemic and the lockdown it imposed seem to have transposed consequences in terms of mental health into a developmental stage covered in richness and intimacy - emerging adulthood (Afonso, 2020). Thus, the present investigation focuses on recognizing the impact of certain sociodemographic variables (for example, the age of the higher education student), family variables (for example, number of elements in the household), and response variables to lockdown (for example, management of family conflicts) in family strengths, also seeking to analyze the mediating role of individual resilience in the relationship between the variable (no) returning home during lockdown (March-May 2020), and the perception of family strengths. 156 higher education students in Portugal, aged between 18 and 38 years old (M = 22.38, SD = 2.77) participated in the study. A Sociodemographic Questionnaire of Family and Complementary Data, the Questionnaire on the Impact of the Return to the Home of the Family of Origin in the Lockdown Period, the Connor-Davidson Resilience Scale, and the Questionnaire on Family Strengths were applied.The results showed that individual resilience was not a statistically significant mediator of the relationship between the variable (no) returning home and the perception of family strengths. Thus, it is intended to promote a more attentive and focused look on family strengths, considering the influence of some sociodemographic and family characteristics, as well as individual resilience, in promoting and developing a feeling of family unity.