Paediatric short stature: The effect of coping, height-related beliefs and satisfaction with social support on health-related quality of life

Abstract

Objetivos: A baixa estatura (BE) corresponde a uma altura mais de dois desvios-padrão abaixo da média populacional para o sexo e idade, sendo constituída por múltiplas etiologias. A literatura sugere que a BE pode estar associada a uma menor qualidade de vida relacionada com a saúde (QdVrS), todavia têm sido pouco explorados os aspectos que levam a esta associação. Assim, este estudo pretendeu analisar as variáveis clínicas, sociodemográficas e psicossociais associadas à BE, bem como o papel moderador das variáveis sociodemográficas e clínicas na relação entre suporte social, coping e crenças e a QdVrS.Método: Foi realizado um estudo transversal utilizando uma amostra clínica de 89 crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 8 e os 18 anos, diagnosticados com défice de hormona de crescimento, baixa estatura idiopática ou outro diagnóstico associado à BE, tal como Síndrome de Turner, e recrutados na ala de Pediatria do Hospital de São João, Porto. Os participantes responderam à versão portuguesa de auto-relato do QoLISSY, um instrumento desenvolvido especificamente para a avaliação da QdVrS na BE, bem como à versão para crianças e adolescentes da Escala de Satisfação com o Suporte Social.Resultados: Relativamente à QdVrS, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre variáveis sociodemográficas e clínicas. Quanto ao coping, foram encontradas diferenças significativas para o desvio de altura actual, traduzindo-se em scores superiores de coping para sujeitos com BE actual comparativamente àqueles que atingiram uma altura normal. Constatou-se também um efeito principal significativo das crenças relacionadas com a altura na QdVrS, explicando 44% da variância. Análises de moderação revelaram efeitos de interacção estatisticamente significativos entre crenças e diagnóstico e entre coping e desvio de altura actual, explicando, respectivamente, 2 e 4% de variância adicional da QdVrS.Conclusões: Os resultados obtidos sugerem que, ao nível sociodemográfico e clínico, não há diferenças estatisticamente significativas na QdVrS. Todavia, crenças positivas relacionadas com a altura e estratégias de coping eficazes poderão afigurar-se como importantes variáveis associadas à QdVrS e poderão ter implicação clínica concreta, dado a possibilidade de serem trabalhadas no contexto psicoterapêutico.

Objective: Short stature (SS) can be defined as height more than two standard-deviations below population norms for sex and age, containing multiple aetiologies. Literature suggest that SS may be associated with poorer health-related quality of life (HrQoL), however the aspects that contribute to this association have been underexplored. Thus, the present study aimed to analyse clinical, sociodemographic and psychosocial variables associated with SS, as well as the potential moderating role of sociodemographic and clinical variables on the relationship between social support, coping and height-related beliefs and HrQoL.Methods: A cross-sectional study was conducted using a clinical sample of 89 children and adolescents aged 8 to 18, diagnosed with growth hormone deficiency, idiopathic short stature or other diagnoses with a phenotype that includes short-stature, such as Turner Syndrome, and recruited at the paediatric wing of Hospital de São João in Porto. Participant’s HrQoL was assessed with the self-report Portuguese version of the QoLISSY instrument, a condition-specific instrument developed solely for short stature, as well as the youth version of the Escala de Satisfação com o Suporte Social, a self-report instrument designed to evaluate participant’s satisfaction with their perceived social support.Results: Regarding total HrQoL, statistically significant differences across sociodemographic and clinical variables were not found. For coping, we found statistically significant differences regarding height-deviation, as currently short-statured participants had higher coping scores compared to those who achieved normal height. We also found a main effect of height-related beliefs on HrQoL, explaining 44% of its variance. Moderation analyses revealed significant interaction effects between beliefs and diagnosis and between coping and height deviation, explaining 2% and 4% of additional variance in HrQoL, respectively.Conclusion: The results suggest that, sociodemographic and clinical wise, there were no statistically significant differences in HrQoL. However, positive height-related beliefs and efficient coping strategies may play a key role in HrQoL and may be clinically relevant, as these variables are susceptible to be worked on through psychotherapy