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Título: Modernidade Severina. O Teatro Experimental de Maria Sylvia Nunes e sua invisibilidade na História hegemônica do Teatro brasileiro
Autor: Costa, Iracy Rubia Vaz da
Orientador: Martins, Catarina Isabel Caldeira
Lima, Wladilene De Sousa
Palavras-chave: Teatro; História; Colonialidades
Data: 16-Nov-2020
Local de edição ou do evento: Brasil
Resumo: Essa tese versa sobre mais um caso de invisibilização de uma artista dentro da História da Arte. As invisibilidades são inúmeras, mas nenhuma é igual, pois cada uma se configura com especificidades de raça, classe, sexualidade e geografia, que distinguem o processo de apagamento dentro do cânone. O presente trabalho versa sobre a invisibilização da encenadora amazônida Maria Sylvia Nunes, dentro da História canônica do teatro brasileiro. Partimos então da indagação: quais motivos levaram à obliteração de Maria Sylvia e de sua precursora montagem do texto Morte e Vida Severina? Para respondermos a essa questão, trabalhamos em duas frentes, na desconstrução da historiografia hegemônica do teatro brasileiro, e na reconstrução de uma História a partir das memórias que foram postas à margem. No primeiro movimento de desconstrução, desenvolvido na Parte I da tese, investigamos o nascedouro da História canônica do Teatro brasileiro, seus autores e discursos, para chegarmos à compreensão de como se constituiu o paradigma da disciplina. Observamos, então, que o paradigma da História canônica do Teatro brasileiro é formado por uma tríade colonial composta pelo colonialismo interno, colonialidade do gênero e colonialidade do poder. Essa tríade colonial orienta a produção de um História calcada em parâmetros androcêntricos, pois privilegia os feitos masculinos. Racista e classista, pois inclui em suas narrativas apenas a produção cênica de artistas brancos (europeus ou descentes), sobretudo aqueles que faziam teatro para as elites econômicas de cada época. E por fim, essa historiografia se revela centralizadora, pois legitima e considera digna de entrar no cânone apenas o teatro desenvolvido no Sudeste/Sul do Brasil. No segundo movimento, desenvolvido ao longo da Parte II deste trabalho, iremos endossar a reconstrução dessa historiografia a partir de narrativas que foram colocadas à margem pelo paradigma colonial. Ressaltamos aqui a palavra “endossar”, pois também há outras pesquisadoras e pesquisadores trabalhando nesse processo de reconstrução, trazendo, para o cerne da narrativa, o teatro produzido por grupos subalternos ou grupos que sofreram processos de subalternização de suas práticas artísticas. Corroborando com a construção de uma História insurgente, iremos tecer narrativas sobre o grupo Norte Teatro Escola do Pará, capitaneado e dirigido por Maria Sylvia Nunes, sua produção cênica experimental e de vanguarda, que possibilitou a modernização do teatro na Amazônia e contribuiu para a modernização do Teatro brasileiro. Após desconstruirmos a historiografia canônica e reconstruirmos uma História a partir das margens, tendo pontuado as contribuições de Maria Sylvia Nunes, iremos versar sobre como a tríade colonial permitiu a invisibilização do teatro e da ação pedagógica de Maria Sylvia, pontuando que esse paradigma está em declínio para que surja um novo paradigma, diverso e sem hierarquias, onde a diversidade estética, de gênero, sexualidade e geografia possa coexistir em um novo horizonte, sem hierarquias e obliterações.
Descrição: Tese de doutoramento em Estudos Artísticos, Artes/Estudos Teatrais e performativos, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/92296
Direitos: openAccess
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