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Título: Platão passado e presente: caminhos para pensar justiça nas relações de gênero
Autor: Silva, Vânia dos Santos
Orientador: Leão, Delfim
Cornelli, Gabriele
Palavras-chave: Platão; República; Justiça; Relações de Gênero
Data: 17-Abr-2020
Local de edição ou do evento: Brasil
Resumo: Compreender o texto da República, clássica obra de Filosofia Política, no seu aspecto ético-político, proposta desse trabalho, exige um esforço que é aquele do exercício da epokhé. Tomar essa postura para si, por um lado, é importante para não ressuscitarmos valores do passado, que já não nos serve mais, sobretudo, os que subjugaram e excluíram. Por outro lado, para não silenciarmos e invisibilizarmos as diferenças nos modos de vida, nas compreensões de ser humano e das construções das relações sociais que configuraram na antiguidade clássica. A presença das diversas maneiras de estar no mundo, são flagrantes nas obras de autores antigos. Platão, é, assim, um dos expoentes que manifesta desejo por relações de convívio diferentes das estabelecidas no seio da soberania da pólis. Na República lemos a narrativa de mais de uma noção sobre o que é justiça e é nesse diálogo que Platão imprime uma crítica à política feita para poucos e propõe outro forma de se relacionar com o poder que assegura a governança para todas as pessoas. O Filósofo demonstra que a existência da tamanha desigualdade na cidade deve-se, sobretudo, a hybris, que conduz a prática dos indivíduos que, por sua vez, teria efeitos amenizados com uma educação com foco nas relações justas. A kallipolis, a cidade bela, é um projeto utópico, porém, possível. Mas a sua realização depende do esforço de todos que partilham a mesma pólis. Se faz necessário desenvolver nos indivíduos as virtudes da sabedoria, da coragem e da temperança para finalmente ver crescer a virtude da justiça. O trabalho teve, primeiro, como questão entender o conceito de justiça platônico, conceito que ao longo do estudo foi ganhando cada vez mais características de noções coletivistas e comunitaristas, algo que deve-se, de acordo com a pesquisa, a influência que Platão sofre do modo de vida pitagórico. Acrescenta-se à motivação central para a pesquisa entender de que modo o conceito de justiça que Platão esboça é gerador das propostas do livro V? E, como hoje podemos nos inspirar na crítica feita pelo filósofo aos costumes de sua época e aos regimes de governo, a fim de pensar sociedades com relações mais justas para todas as pessoas? As conclusões que tiramos não foram muito diferentes daquelas do filósofo. Para mudarmos o estado de injustiça comecemos por conhecer e cuida de si mesmo, essa prática será ampliada para as nossas relações com o Outrem e é na comunidade que a mudança ocorre.
Descrição: Tese no âmbito do Doutoramento em Estudos Clássicos, ramo Poética e Hermenêutica, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
URI: https://hdl.handle.net/10316/91096
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:FLUC Secção de Estudos Clássicos - Teses de Doutoramento
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