Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/90528
Título: Educação sexual no contexto escolar e familiar: o contributo de variáveis pessoais, relacionais e educacionais para a compreensão das vivências sexuais dos jovens
Autor: Carvalho, Cristiana Pereira de
Orientador: Pinheiro, Maria do Rosário
Pinto Gouveia, José
Vilar, Duarte
Palavras-chave: Educação Sexual; Conhecimentos; Atitudes e Crenças; Comunicação; Qualidade da relação; Práticas educativas; Vivências sexuais; Comportamentos sexuais de proteção; Adolescentes; Pais; Professores
Data: 24-Jan-2018
Projeto: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/SFRH/SFRH/BD/75130/2010/PT/EDUCAÇÃO SEXUAL NO CONTEXTO ESCOLAR E FAMILIAR: O CONTRIBUTO DE VARIÁVEIS PESSOAIS, RELACIONAIS E EDUCACIONAIS PARA A COMPREENSÃO DAS VIVÊNCIAS SEXUAIS DOS JOVENS 
Local de edição ou do evento: Coimbra
Resumo: Enquadramento: As relações entre fatores sociocognitivos, afetivos, relacionais e situacionais têm desafiado a educação sexual a aumentar os comportamentos sexuais de proteção e a reduzir os de risco. Neste sentido, constituiu objetivo central deste trabalho a identificação de relações entre variáveis pessoais (conhecimentos, conceções e atitudes face à sexualidade e à educação sexual), educacionais (práticas de educação sexual dos pais e professores) e relacionais (comunicação e qualidade da relação com os educadores e o par amoroso), e a sua integração num modelo explicativo das vivências sexuais de proteção dos adolescentes. Procedeu-se à adaptação, construção e validação de instrumentos que possibilitaram a caraterização das variáveis em estudo. Metodologia: Este projeto de investigação inclui treze estudos empíricos com desenho transversal, conduzidos em três amostras independentes de adolescentes (N=1586), pais (N=367) e professores (N=144). Estes estudos privilegiaram uma análise quantitativa do tipo descritivo, diferencial e correlacional, permitindo o desenvolvimento de um modelo path analysis explicativo dos comportamentos sexuais de proteção dos adolescentes. Resultados: Com base nos estudos realizados com as três amostras foi possível identificar que os conhecimentos, as atitudes e opiniões, embora diferenciados, são de uma forma geral favoráveis à educação sexual na escola e na família. Relativamente aos adolescentes, os resultados evidenciaram a importância das competências e estratégias para comunicarem com parceiros, pais e professores. Em termos de currículo de educação sexual, sobressai o interesse e preferência dos adolescentes pela temática do prazer sexual. Adicionalmente foi possível identificar que os professores possuem níveis mais elevados de conhecimentos e mais baixos de crenças limitantes sobre sexualidade quando comparados com os pais e os adolescentes. Os resultados revelaram a existência de divergências entre educadores e adolescentes no que diz respeito à perceção de estratégias de comunicação sobre sexualidade e educação sexual, havendo evidência de que os adolescentes gostariam de conversar mais com os pais e que recorrem poucas vezes aos professores, atribuindo a ambos os educadores níveis mais elevados de estratégias manipulativas de comunicação que os próprios. De acordo com estas divergências, o modelo de path analysis evidenciou que o uso de estratégias de comunicação manipulativa por parte dos professores interfere negativamente nas atitudes favoráveis de negociação da utilização do preservativo com o/a parceiro/a sexual. No mesmo sentido surgem, como preditores das atitudes de negociação do preservativo, as competências de comunicação com o par amoroso baseadas no controlo do outro e na gestão do ambiente e, ainda, o indicador de negligência e desatenção emocional na relação amorosa. O mesmo modelo evidenciou as atitudes positivas de negociação do preservativo como variável mediadora da relação entre a comunicação com o par amoroso e com os professores e a intenção motivacional de vir a usar preservativo na próxima interação sexual. No seu conjunto, as variáveis de comunicação explicam 40% da variância dessa atitude de negociação. Por sua vez, a intenção motivacional apresenta um efeito positivo direto no índice de comportamento sexual de proteção, efeito direto que também se verifica a partir do número de anos de educação sexual na escola e das atitudes positivas face ao prazer sexual associado ao uso do preservativo. Verificou-se, assim, que para além do efeito indireto, mediado pela intenção motivacional de utilizar o preservativo na próxima interação sexual, as atitudes positivas face ao prazer sexual com o uso do preservativo, têm um efeito direto no comportamento sexual de proteção. Conclusões: De uma forma geral, os resultados dos estudos empíricos apresentados oferecem novas perspetivas acerca da natureza dos comportamentos sexuais de proteção. As atitudes favoráveis face ao prazer sexual associado ao uso do preservativo, a comunicação com o/a parceiro/a sexual, a negociação do preservativo, a qualidade da relação interpessoal com o par amoroso, e ainda, a comunicação com os professores e os anos de educação sexual na escola são elementos que, de forma direta ou indireta, interferem na intenção motivacional para utilizar preservativo no próximo encontro sexual e no próprio comportamento sexual de proteção (uso do preservativo de forma consistente). Este trabalho lança novos desafios e disponibiliza novos apoios à investigação e intervenção. São apresentadas implicações para a promoção da saúde sexual e reprodutiva dos jovens e, ainda, recomendações para pais, técnicos de saúde e profissionais de educação. Este trabalho finaliza com orientações para a construção de programas de educação sexual e para a atualização das políticas e práticas de saúde dirigidas à promoção da saúde sexual e reprodutiva da população adolescente.
Background: Relations between sociocognitive, affective, relational, and situational factors have challenged sex education to increase protective sexual behaviours and to decrease risky sexual behaviours. In this line, the main aim of the present work was to explore relations between personal (knowledge, views and attitudes regarding sexuality and sex education), educational (sex education practices by parents and teachers) and relational (communication and relationship quality with educators and romantic partners) variables, and to integrate these relations in a comprehensive model of youngsters’ protective sexual experiences. The operationalization of the variables under study required the adaptation, development, and validation of several instruments. Method: This research project includes thirteen empirical studies conducted with three different samples, namely, adolescents (N=1586), parents (N=367) and teachers (N=144). In these studies, a quantitative analysis using descriptive, differential, and correlational approaches prevailed, which allowed the development of a comprehensive path analysis model of adolescents’ protective sexual behaviours. Results: The studies conducted with the three samples showed that knowledge, attitudes and opinions, although diverse, are generally favourable to sex education in school and in the family. Regarding adolescents, results suggested the importance of communication competencies and strategies with partners, parents, and teachers. Regarding the sex education curriculum, adolescents showed a preference for themes related to sexual pleasure. Additionally, results showed that teachers have more knowledge and less limiting beliefs about sexuality when compared to parents and adolescents. Results also showed divergences between educators and adolescents in the perception of communication strategies about sexuality and sex education: adolescents would like to talk more with their parents and only seldom talk to their teachers, as well as they attribute to both educators higher levels of communication strategies based on manipulation than educators’ self-ratings. In line with these divergences, path analysis showed that the use of communication strategies based on manipulation by teachers has a negative impact on favourable attitudes about the negotiation of the use of condoms with the sexual partner. In the same line, communication competencies with the romantic partner based on controlling the other and on ambience management, emotional negligence and inattentiveness in the romantic relationship, were also predictors of condom use negotiation. This model also showed that positive attitudes about negotiation of the use of condoms mediated the relation between communication with the romantic partner and with teachers, besides mediating the motivational intention to use a condom in the next sexual encounter. Taken together, communication variables explain 40% of the variance of the negotiation attitude. Motivational intention, in turn, had a positive direct effect on the protective sexual behaviour index, as did the number of years of sex education in school and positive attitudes regarding sexual pleasure related to condom use. Hence, in addition to the indirect effect mediated by the motivational intention to use a condom in the next sexual encounter, positive attitudes regarding sexual pleasure related to condom use have a direct effect on protective sexual behaviour. Conclusion: In general, results from the empirical studies offer new perspectives regarding the nature of protective sexual behaviours. Favourable attitudes towards sexual pleasure associated with condom use, communication with the sexual partner, negotiation of the use of condom, quality of the interpersonal relationship with the romantic partner, and communication with teachers and years of sex education in school are variables that directly or indirectly interfere with the motivational intention to use condom in the next sexual encounter, as well as with one’s protective sexual behaviour (consistent condom use). This work presents new challenges and provides new support for research and intervention. Implications for the promotion of youngsters’ sexual and reproductive health are presented, as well as recommendations for parents, health technicians and education professionals. Lastly, this work provides guidelines for the development of sex education programs and for the update of health policies and practices directed to the promotion of sexual and reproductive health in adolescents. Keywords: Sex Education; Knowledge; Attitudes and Beliefs; Communication; Relationship Quality; Educational practices; Sexual experiences; Protective sexual behaviours; Adolescents; Parents; Teachers.
Descrição: Tese de Doutoramento em Ciências da Educação, Especialidade em Psicologia da Educação, apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/90528
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:FPCEUC - Teses de Doutoramento
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