Aldehyde dehydrogenase polymorphisms: the role in myelodysplastic syndromes and acute myeloid leukemia

Abstract

A aldeído desidrogenase (ALDH) é uma enzima com expressão elevada nas células estaminais hematopoiéticas (HSC) e a sua inibição promove a autorrenovação das HSC através da redução da atividade da via do ácido retinóico. Uma vez que a patogénese da síndrome mielodisplásica (SMD) e da leucemia mieloide aguda (LMA) envolve alterações genéticas e epigenéticas nas HSC, a desregulação dos processos relacionados com a diferenciação e proliferação celular dessas células estaminais pode estar associada desenvolvimento destas neoplasias hematológicas. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar melhor o papel da variabilidade genética das ALDHs, particularmente dos genes ALDH1A2, ALDH3A1 e ALDH16A1, nas neoplasias mieloides (NM), particularmente no desenvolvimento da SMD e da LMA, de modo a identificar novos potenciais fatores de risco e/ou marcadores prognósticos.Os polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) selecionados (ALDH1A2: rs4646626, ALDH3A1: rs2228100, ALDH3A1: rs887241 e ALDH16A1: rs1320303) foram genotipados por tetra-primer-ARMS-PCR, em 99 doentes com NM (49 doentes com SMD e 50 doentes com LMA), assim como 118 indivíduos controlo. O papel dos SNPs na suscetibilidade da SMD e da LMA e a associação com características clínicas e laboratoriais foi avaliado por regressão logística e/ou pelo teste exato de Fisher. A análise estatística foi considerada estatisticamente significativo quando p<0,05.Os nossos resultados mostram uma associação do genótipo CG da ALDH3A1 (rs2228100) a maior risco de desenvolvimento NM e SMD (MN: modelo codominante: OR=1,777, IC 95% 1,006-3,145 , p=0,048, modelo sobredominante: OR=2,072, IC 95% 1,197-3,585, p=0,009; SMD: modelo sobredominante: OR=2,204, IC 95% 1,119-4,344, p=0,022). No entanto, o genótipo GG da ALDH3A1 (rs2228100) apresenta efeito protetor (modelo recessivo: OR=0,296, IC 95% 0,105-0,828, p=0,02), tendo estes indivíduos 3,4x menos probabilidade de desenvolver de NM. Adicionalmente, os haplótipos CG e GT da ALDH3A1 foram associados a risco de desenvolvimento de SMD (GC: OR=1,901, IC 95% 1,181-3,062, p=0,0104; GT: OR=2,855, IC 95% 1,253-6,504, p=0,0200). No entanto, o haplótipo CT confere proteção contra o desenvolvimento de SMD (OR=0,444, IC 95% 0,243-0,812, p=0,0092), tendo os portadores deste haplótipo 2,3x menos risco de desenvolvimento de SMD. Por outro lado, o genótipo GG da ALDH1A2 (rs4646626) parece estar associado a maior risco de evolução de SMD para leucemia aguda. Os doentes com LMA, com o genótipo AG da ALDH1A2 (rs4646626) apresentaram maior sobrevivência que os doentes com os genótipos AA e GG (HR=0,513, IC 95% 0,273-0,966, p=0,035).Em suma, estes resultados reforçam a associação da ALDH com a suscetibilidade para NM. Devido ao seu papel no stresse oxidativo e na mutagénese, a ALDH parece desempenhar um papel importante no desenvolvimento da SMD. Além disso, as ALDHs podem ser também importantes no prognóstico e na sobrevivência da LMA devido ao seu papel na resistência à quimioterapia e sua associação com as propriedades estaminais.

Aldehyde dehydrogenase (ALDH) is highly expressed in hematopoietic stem cells (HSC) and inhibition of ALDH promotes HSC self-renewal via reduction of retinoic acid activity. Since myelodysplastic syndrome (MDS) and acute myeloid leukemia (AML) pathogenesis is owed to genetic and epigenetic changes in HSC, dysregulation of processes related with differentiation and cellular proliferation of these stem cells may be associated with the development of these hematological neoplasms. Thus, this study aims to analyze the role of ALDHs genetic variability in myeloid neoplasms (MN), namely in MDS and AML development and progression, particularly ALDH1A2, ALDH3A1, and ALDH16A1 genes, in order to identify new potential risk factors and/or prognostic markers.The selected ALDH single nucleotide polymorphisms (SNP) (ALDH1A2: rs4646626, ALDH3A1: rs2228100, ALDH3A1: rs887241 and ALDH16A1: rs1320303) were genotyped using tetra-primer-ARMS-PCR, in 99 MN patients (49 MDS patients and 50 AML patients), and in 118 control individuals. The role of SNPs in MDS and AML susceptibility and their association with clinical and laboratory characteristics was assessed by logistic regression analysis and/or by Fisher’s exact test. All statistical analysis was two sided and a p<0.05 was considered statistically significant.Our results show that ALDH3A1 (rs2228100) CG genotype was associated with risk of MN and MDS development (MN: codominant model: OR=1.779, 95%CI 1.006-3.145, p=0.048; overdominant model: OR=2.072, 95%CI 1.197-3.585, p=0.009; MDS: overdominant model: OR=2.204, 95%CI 1.119-4.344, p=0.022). However, ALDH3A1 (rs2228100) GG genotype conferred a protective effect against MN (recessive model: OR=0.296, 95%CI 0.105-0.828, p=0.02), having GG carriers 3.4x lower risk of MN development. Additionally, ALDH3A1 CG and GT haplotypes were associated with MDS risk (CG: OR=1.901, 95%CI 1.181-3.062, p=0.0104; GT: OR=2.855, 95%CI 1.253-6.504, p=0.0200). However, CT haplotype conferred protection against MDS development (OR=0.444, 95%CI 0.243-0.812, p=0.0092), having CT haplotype carriers 2.25x lower risk of MDS development. ALDH1A2 (rs4646626) GG genotype was associated with higher risk of MDS progression. In AML group, ALDH1A2 (rs4646626) heterozygous carriers (AG) showed higher overall survival than homozygous carriers (AA + GG) (HR=0.513, 95%CI 0.273-0.966, p=0.035).Altogether, these findings reinforce ALDH association with MN susceptibility. Because of its role in oxidative stress and mutagenesis, ALDH may play an important role in MDS development. Furthermore, these enzymes may also be important in AML prognosis and overall survival due to its importance in chemotherapy resistance and its association with stemness properties.