Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/84637
Título: Impacto da Aplicação da Monitorização Farmacocinética Clínica na Utilização da Amicacina
Outros títulos: Impact of the Application of Clinical Pharmacokinetic Monitoring in the Use of Amikacin
Autor: Andrade, Ana Cristina dos Santos 
Orientador: Fortuna, Ana Cristina Bairrada
Rocha, Marília João da Silva Pereira
Palavras-chave: Resistência bacteriana; Monitorização farmacocinética clínica; Amicacina; Outcomes clínicos; Bacterial resistance; Clinical pharmacokinetic monitoring; Amikacin; Clinical outcomes
Data: 1-Mar-2018
Título da revista, periódico, livro ou evento: Impacto da Aplicação da Monitorização Farmacocinética Clínica na Utilização da Amicacina
Local de edição ou do evento: Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Resumo: O uso indiscriminado dos antibióticos e a falta de introdução no mercado de novos fármacos com ação antibiótica tem levado a uma crescente disseminação de múltiplos microrganismos multirresistentes. No meio hospitalar esta realidade é cada vez mais assustadora e a resistência a este grupo farmacológico é reconhecido como um grave problema de saúde pública; a nível hospitalar ainda mais significativo. Como forma de, por um lado, maximizar a eficácia terapêutica e minimizar a ocorrência de reações adversas, e por outro lado diminuir a proliferação dos microrganismos e combater o desenvolvimento de resistências bacterianas, recorre-se à monitorização farmacocinética clínica (MFC) para avaliar as concentrações séricas ou plasmáticas do fármaco e, assim, individualizar e otimizar a terapêutica de cada doente com vista a obter concentrações terapêuticas eficazes.A amicacina é um antibiótico que apresenta um amplo espectro de ação contra bactérias Gram-negativo, efeito pós-antibiótico, e tem efeito sinérgico com os β-lactâmicos no tratamento de infeções Gram-positivo. Por estas razoes, é atualmente um antibiótico de eleição para o tratamento de infeções multirresistentes a nível hospitalar. Devido às suas características farmacocinéticas e estreita margem terapêutica, é um fármaco que deve ser submetido a MFC, por forma a individualizar e otimizar o regime posológico. Apesar destes benefícios, os custos associados e o pessoal especializado necessário para a sua execução, fazem com que a utilidade da MFC da amicacina seja por vezes posta em causa. Por essa razão, surge a presente dissertação que teve como objetivo avaliar o impacto da MFC da amicacina no sucesso terapêutico e na segurança da amicacina, bem como a influência que os erros cometidos durante a execução da monitorização e a terapêutica podem ter nos outcomes clínicos a nível terapêutico e toxicológico.Assim, o presente trabalho consistiu num estudo observacional de caráter retrospetivo tendo por base os doentes internados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra entre Janeiro de 2008 e Outubro de 2016 e que estavam sujeitos ao tratamento com amicacina, apresentando pelo menos uma MFC registada. A população inicial de 576 doentes foi dividida em duas subpopulações, não oncológica e oncológica, apresentando cada uma delas 354 e 222 doentes, respetivamente. Posto isto, foram analisados vários parâmetros e indicadores clínicos (creatinina sérica, clearance da creatinina, concentrações séricas da amicacina em pico e em vale, dose administrada, dias de internamento e tratamento, estabilização dos leucócitos) tendo em conta o número de erros apresentados no protocolo de MFC.Da análise dos resultados concluiu-se que em ambas as subpopulações e, independentemente do local de infeção, a execução correta da monitorização farmacocinética e a administração correta da amicacina determinam os outcomes clínicos, verificando-se um maior tempo de internamento e de tratamento com o aumento do número de erros identificados. Consequentemente, maiores as doses de amicacina eram administradas a esses doentes. Para além disso é de salientar a maior percentagem de óbitos observando nos grupos de maior número de erros identificados. No que diz respeito à estabilidade dos leucócitos, verificou-se também que eram necessários mais dias para atingir essa estabilização quando o número de erros era maior. Quanto à função renal, verificou-se que à medida que o número de erros aumentou, os incrementos de CrS se dispersavam mais (afastando-se mais de 0); sendo que o decréscimo da função renal foi mais evidente no grupo que apresentou mais erros. Estes factos sugerem que uma MFC mal executada pode comprometer a função renal do doente, promovendo a acumulação da amicacina o aparecimento de efeitos tóxicos. Em suma, uma MFC bem executada acarreta muitos benefícios para o doente, para a equipa clínica e para o próprio hospital. Ao permitir uma recuperação mais célere por parte do doente, não só reduz os custos associados ao tratamento e internamento, como também diminui o tempo de contacto com outros doentes e a possibilidade de aquisição de infeções nosocomiais por microrganismos multirresistente.
Currently, several microorganisms are classified as resistant against different antibiotic drugs. In hospitals, this reality is even worse and ascribed as a public health problem. In order to increase the efficacy and reduce the adverse effects, it is used pharmacokinetic drug monitoring (TDM). Based on drug plasma or serum concentrations, TDM aims at individualizing and optimizing drug posology in order to achieve therapeutic drug concentrations.Amikacin has a wide range of action against Gam positive bacteria, post antibiotic effect, and a sinergic effect with β-lactamic drugs. All these characteristics make amikacin a first line treatment against infections of multiresistant bacteria in hospitals. Due to its pharmacokinetic characteristics and short therapeutic range, amikacin is often subjected to TDM. However, due to the required economic efforts and specialized personal skills, the value of amikacin TDM is not always recognized. This thesis emerges in an attempt of evaluating the influence of the errors identified throughout the TDM protocol with the efficacy and toxicity of amikacin. The observational study herein performed, included 576 patients admitted in CHUC between January 2008 and October 2016 in CHUC, treated with amikacin and controlled within at least one TDM. Two subpopulations were created: the oncologic group and the non-oncologic group (354 and 222 patients, respectively). After analysing the two groups, a it was observed that a TDM implementation with fewer errors was associated to safer and better therapeutic response, independently of the infection site.Furthermore, it was observed that, as the number of errors increases, higher is the treatment period and the time of patient admission, the total administered amikacin dose and the number of deaths. In addition, higher number of error causes a prolonged time to achieve leucocits stabilization and increases the values of creatinine serum concentrations. These findings suggest that an incorrect TDM may develop renal problems, with increased risk to accumulate amikacin and develop toxicological effects. In conclusion, a correct TDM exhibit advantages to the patient and to the hospital.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Farmacologia Aplicada apresentada à Faculdade de Farmácia
URI: https://hdl.handle.net/10316/84637
Direitos: openAccess
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