Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/83882
Título: Estudo longitudinal do efeito moderador da qualidade do relacionamento com os pais na relação entre regulação emocional e sintomatologia depressiva nos adolescentes
Outros títulos: Longitudinal study of the moderating effect of the quality of the relationship with parents on the relation between emotional regulation and depressive symptomatology in adolescents
Autor: Antunes, Joana Carolina Simões 
Orientador: Matos, Ana Paula Soares
Palavras-chave: depressão; regulação emocional; relacionamento com os pais; efeito moderador; adolescência; depression; emotional regulation; relationship with parents; moderating effect; adolescence
Data: 27-Jul-2017
Projeto: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/COMPETE/131882/PT 
Título da revista, periódico, livro ou evento: Estudo longitudinal do efeito moderador da qualidade do relacionamento com os pais na relação entre regulação emocional e sintomatologia depressiva nos adolescentes
Local de edição ou do evento: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
Resumo: A Depressão é um problema cada vez mais prevalente e com impactos negativos no funcionamento psicossocial, sendo demonstrado pela literatura que a adolescência corresponde a um período de risco para o desenvolvimento de sintomatologia depressiva. De acordo com o Modelo Transacional, fatores ambientais, como o relacionamento com os pais, podem interagir com fatores individuais, como a regulação emocional, o que pode influenciar o desenvolvimento de sintomatologia depressiva. Neste seguimento, o presente estudo longitudinal teve como principal objetivo examinar os efeitos preditores das estratégias cognitivas de regulação emocional, da qualidade do relacionamento com os pais (conflito, suporte e profundidade), e das suas interações, na sintomatologia depressiva na adolescência, analisando o efeito moderador da qualidade do relacionamento com os pais.Participaram no presente estudo 566 adolescentes portugueses, com idades entre os 13 e os 17 anos, através do preenchimento de questionários de autorresposta, avaliando num primeiro momento as estratégias cognitivas de regulação emocional (Cognitive Emotion Regulation Questionnaire – CERQ; Garnefski, Kraaij, & Spinhoven, 2001; Matos, Cherpe, & Serra, 2012) e a qualidade do relacionamento com os pais (Inventário da Qualidade dos Relacionamentos Interpessoais – IQRI; Pierce, Sarason, & Sarason, 1991; Marques, Matos, & Pinheiro, 2014; Marques, Pinheiro, Matos, & Marques, 2015), e num segundo momento, seis meses depois, a sintomatologia depressiva (Children Depression Inventory – CDI; Kovacs, 1985, 1992; Marujo, 1994).As estratégias de regulação emocional apresentaram-se como preditoras da sintomatologia depressiva. Encontraram-se associações positivas entre a sintomatologia depressiva e estratégias maladaptativas, como a catastrofização, ruminação, culpar o outro, e a aceitação, com esta última a revelar-se como uma possível resignação passiva à experiência emocional negativa. Encontraram-se igualmente associações negativas com estratégias adaptativas, como a reavaliação positiva, a reorganização positiva e o replaneamento.A qualidade do relacionamento com os pais também se revelou como preditora da sintomatologia depressiva. Uma elevada perceção de conflito e baixos níveis de suporte e profundidade nos relacionamentos com os pais associaram-se a níveis mais elevados de sintomatologia depressiva.Encontraram-se igualmente associações entre um maior recurso a estratégias maladaptativas e maiores níveis de conflito, e entre um maior recurso a estratégias adaptativas e uma perceção de maior suporte e profundidade nos relacionamentos com os pais.O principal contributo do presente estudo foi a observação de efeitos moderadores significativos da qualidade do relacionamento com os pais, principalmente o domínio do conflito, na predição de sintomatologia depressiva, ao interagir com estratégias de regulação emocional, quer adaptativas, quer maladaptativas, revelando o funcionamento do conflito como um fator de risco no desenvolvimento de sintomatologia depressiva em adolescentes com dificuldades na regulação emocional. Em relação às qualidades positivas nos relacionamentos, apenas se registou uma interação significativa entre o suporte no relacionamento com a mãe e a aceitação, não se verificando qualquer interação significativa no relacionamento com o pai, sugerindo que ao existirem dificuldades de regulação emocional, é sobretudo o suporte no relacionamento com a mãe que funciona como fator protetor de desenvolvimento de sintomatologia depressiva.Os resultados vão ao encontro do Modelo Transacional, mostrando como as interações entre a qualidade de relacionamento com os pais e as estratégias de regulação emocional podem influenciar o desenvolvimento de sintomatologia depressiva. Os resultados revelaram igualmente implicações clínicas na prevenção e no tratamento da Depressão na adolescência, demonstrando a importância de um maior recurso a estratégias de regulação emocional adaptativas, de incentivar a existência de suporte e envolvimento por parte dos pais nos relacionamentos com os filhos e de trabalhar questões associadas ao conflito no relacionamento, sobretudo quando os adolescentes apresentam dificuldades de regulação emocional.
Depression is an increasingly prevalent problem with negative impacts on psychosocial functioning, being demonstrated in the literature that adolescence corresponds to a time of risk for the development of depressive symptomatology. According to the Transactional Model, environmental factors, such as the relationship with parents, may interact with individual factors, such as emotional regulation, which may influence the development of depressive symptomatology. Therefore, the main objective of this longitudinal study was to examine the predictive effects of the cognitive emotional regulation strategies, the quality of relationship with parents (conflict, support and depth), and their interactions, in the depressive symptomatology in adolescence, analyzing the moderating effect of the quality of the relationship with the parents.In the present study, 566 portuguese adolescents, aged 13 to 17 years old, participated by filling in self-response questionnaires, assessing in the first moment the cognitive strategies of emotional regulation (Cognitive Emotion Regulation Questionnaire – CERQ; Garnefski, Kraaij, & Spinhoven, 2001; Matos, Cherpe, & Serra, 2012) and the quality of relationship with parents (Inventory of the Quality of Interpersonal Relationships – IQRI; Pierce, Sarason, & Sarason, 1991; Marques, Matos, & Pinheiro, 2014; Marques, Pinheiro, Matos, & Marques, 2015), and in a second moment, six months later, the depressive symptomatology (Children Depression Inventory – CDI; Kovacs, 1985, 1992; Marujo, 1994).The emotional regulation strategies were presented as predictors of depressive symptomatology. Positive associations were found between depressive symptomatology and maladaptive strategies, such as catastrophizing, rumination, blaming the other, and acceptance, with the latter proving to be a possible passive resignation to negative emotional experience. Negative associations were also found with adaptive strategies, such as positive reappraisal, positive refocusing, and refocus on planning.The quality of the relationship with parents also proved to be a predictor of depressive symptomatology. Higher conflict and low levels of support and depth in the relationships with parents were associated with higher levels of depressive symptomatology.There was also an association between a greater use of maladaptive strategies and higher levels of conflict, and between a greater use of adaptive strategies and a perception of greater support and depth in relationships with parents.The main contribution of the present study was the observation of significant moderating effects of the quality of the relationship with parents, especially the conflict domain, in the prediction of depressive symptomatology, when interacting with strategies of emotional regulation, both adaptive and maladaptive, revealing the functioning of the conflict as a risk factor in the development of depressive symptomatology in adolescents with difficulties in emotional regulation. Regarding the positive qualities in the relationships, there was only an interaction between support in the relationship with the mother and acceptance, and there was no significant interaction in the relationship with the father, suggesting that when there are difficulties of emotional regulation, is mainly the support in the relationship with the mother that works as a protective factor in the development of depressive symptomatology.The results are in agreement with the Transactional Model, showing how the interactions between the quality of relationship with parents and the strategies of emotional regulation can influence the development of depressive symptomatology. The results also revealed clinical implications in the prevention and treatment of Depression in adolescence, demonstrating the importance of a greater use of adaptive emotional regulation strategies, encouraging the support and involvement of parents in relationships with their children and working on issues associated with the conflict in the relationship, especially when adolescents have difficulties in emotional regulation.
Descrição: Dissertação de Mestrado Integrado em Psicologia apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
URI: https://hdl.handle.net/10316/83882
Direitos: closedAccess
Aparece nas coleções:FPCEUC - Teses de Mestrado
UC - Dissertações de Mestrado

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