A Importância da Banda de Mucosa Queratinizada Superior a 2 mm na Taxa de Sucesso e Sobrevivência dos Implantes.

Abstract

Introduction: In implant therapy, the success and survival rates are dependent on the capacity and efficiency of the mucosa on providing a protective and resistant barrier in order to keep an adequate state of periimplant tissue health. The need for keratinized mucosa (KM) around dental implants is not defined in the literature being a controversial topic. Aim: The main aim of this systematic review is to evaluate the effect of a cuff comprised with at least 2 mm of keratinized mucosa on the survival rates of dental implants. The secondary goal is to determine the influence of keratinized mucosa on clinical parameters, which indicate the health status of the periimplant tissues.Materials and Method: An electronic search was performed on the following platforms: MEDLINE; EMBASE and Cochrane library. A manual search was also performed in order to include potential relevant studies. A 20-year time limit was established and prospective, longitudinal and cohort studies realized in humans with a minimum follow-up of 6 months were included. The studies had to compare different widths of keratinized mucosa in order to be included.Results: 11 trials were included in this systematic review: 7 resulted from the electronic search while 4 were included from the manual search. The following clinical parameters were recorded: Plaque Index (PI); Gingival Index (GI); Bleeding on Probing (BoP); Probing Depth; Mucosal Recession (MR); Average Bone Loss (ABL) and implant survival rate.Conclusion: Based on the results obtained from the clinical trial included in this review, we can conclude that an inadequate width of keratinized mucosa is related with higher plaque accumulation, bleeding on probing, mucosal recession and periimplant tissue inflammation. No conclusions were taken related to the impact of keratinized mucosa on implant survival rate due to limited results. Further randomized prospective trials are required in order to establish de relationship between the width of keratinized mucosa and the survival rate of dental implants.

Introdução: O sucesso e a taxa de sobrevivência dos implantes dentários estão dependentes da capacidade e eficiência da mucosa em formar uma barreira protetora e resistente, de modo a manter os tecidos peri-implantares num estado de saúde saudável. A necessidade de uma banda de mucosa queratinizada (KM) em redor dos implantes ainda não está explícita na literatura sendo ainda um tópico controverso. Objetivos: A elaboração desta revisão sistemática tem como objectivo principal investigar o efeito de uma banda de no mínimo 2 mm de mucosa queratinizada na taxa de sucesso dos implantes. Como objectivo secundário é avaliar a influência da banda de mucosa queratinizada nos parâmetros relacionados com a saúde dos tecidos periimplantares.Materiais e Métodos: Foi efetuada uma pesquisa nas bases de dados da MEDLINE, EMBASE e da Cochrane library com um limite temporal de nos últimos 20 anos. Foi também realizada uma pesquisa manual às referências de modo a incluir artigos relevantes. Foram incluídos estudos prospectivos, transversais e coorte realizados em humanos, com um seguimento mínimo de 6 meses. Os artigos incluídos comparavam diferentes larguras da banda de KM presente.Resultados: A pesquisa resultou num total de 11 estudos, onde 7 originaram da pesquisa electrónica e 4 da pesquisa manual. Estes estudos apresentavam resultados para os seguintes parâmetros: Índice de Placa (PI); Índice Gengival (GI); Hemorragia à Sondagem (BoP); Profundidade de Sondagem (PD); Recessão da Mucosa (MR); Perda Óssea Média (ABL) e taxa de sobrevivência dos implantes.Conclusão: Com base nos resultados dos artigos incluídos nesta revisão sistemática, podemos concluir que o défice de KM em torno dos implantes, está associado com um aumento da acumulação de placa, do índice hemorrágico, da recessão da mucosa e da inflamação dos tecidos periimplantares. Não foi possível tirar conclusões acerca do impacto da banda de KM na taxa de sobrevivência devido à falta de resultados dos estudos para este parâmetro. São necessários estudos clínicos prospectivos randomizados, de modo a obtermos mais evidência em relação ao impacto da KM na taxa de sobrevivência dos implantes.