A alimentação na cidade de Lisboa: influências, ingredientes e rituais

Abstract

Resulta todo este trabalho de investigação e pesquisa, da paixão e prazer de escrever sobre Lisboa, por nela termos sido gerados, vivido e trabalhado ao longo de mais de cinquenta anos. Guiados por essa curiosidade, suscitou-nos então o despertar em aprofundar a mundividência que havíamos desfrutado de uma cidade tão cheia de acontecimentos históricos de relevo para a comunidade europeia. A divisão do trabalho foi feito em duas partes cronológicas, procurando as suas origens na Modernidade, da Lisboa “Joanina” e “Pombalina” e, depois iluminista, constitucionalista e republicana.E foram múltiplos os acontecimentos plasmados em tragédias naturais e outras por vontade do homem, dignas de registo, desde a conquista de Lisboa em 1147 e a revolução de 1383, a Batalha de Alcântara em 1580 e a revolução de 1640, a entrada das forças liberais em 1833 e as revoluções de 1910, e de 1926. Sendo que, a maior tragédia registou-se com o devastador terramoto de 1755, mas em que, depois da reconstrução, e por via iluminista, faria dela a primeira cidade moderna do Ocidente E, a partir de reconstruída, a cidade seria apetrechada com a abertura da Avenida da Liberdade que lhe abriria novos horizontes expansionistas urbanos. Nessa transformação pós-terramoto, falámos das diásporas que contribuíram para o reerguer da cidade, tendo por base e com destaque em primazia, para todo o processo evolutivo de prover água e alimentação à sua população, de forma satisfatória, através do contributo desses movimentos diaspóricos relevantes em todas as vertentes sócio económicasE, neste trabalho, também abordámos acontecimentos culturais, tais como as Conferências do Casino em 1871, e da pintura do “Grupo do Leão”, em 1885, ambos conotados com a gastronomia lisboeta, bem como das suas festas populares de lazeres e religiosas, ao longo dos seus oito séculos e meio de histórias.

This complete work of research and investigation has come about as a result of the passion and pleasure of writing about Lisbon and for having been born there, as well as having lived and worked there for over fifty years. Guided by this passion, our desire to deepen the views we had enjoyed of this city, so full of relevant historical events for the European community, was aroused. The work was divided into two chronological parts: searching for its origins in the Modern era, that of the ‘Joanina’ and ‘Pombalina’ Lisbon; and then the Enlightenment, the constitutionalist and republican Lisbon.2There were many events shaped by natural tragedies and others by the hand of man which are worth recording, such as the conquest of Lisbon in 1147 and the revolution of 1383, the Battle of Alcântara in 1580 and the revolution in 1640, the entry of the liberal forces in 1833 and the revolutions of 1910 and 1926. Notwithstanding all the above, the biggest tragedy was that of the devastating earthquake of 1755. However, the subsequent reconstruction of the city would make it the first modern Western city via the Enlightenment. And after this natural disaster, the city would be endowed with the development of the Avenida da Liberdade, a boulevard that would expand it into new urban horizons. As we analyze the period during which the city was rebuilt, we observe the diasporas that contributed towards the rebirth of the city, based primarily on the whole evolution process of providing water and food to its population in a satisfactory manner through these diaspora movements which are relevant to all social and economic aspects.We also considered cultural events in this work, such as the Casino Conferences in 1871 and the painting of the “Grupo do Leão” (Lion Group) in 1885, both bearing connotations with the Lisbon gastronomy, as well as the city’s popular and religious festivals in the course of its eight and a half centuries of stories.