Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/81992
Título: Fatores Mediadores da Associação entre Abuso Sexual na Infância e Comportamento Suicidário
Outros títulos: Mediating Factors of the Association between Sexual Abuse in Childhood and Suicidal Behaviour
Autor: Costa, Isa Daniela Marques 
Orientador: Saraiva, Carlos Manuel Braz
Pedroso, Sara
Palavras-chave: “abuso sexual na infância”; “fatores de risco”; “fatores de proteção”; “ideação suicida”; “tentativa de suicídio”; “child abuse, sexual”; “risk factors”; “protective factors”; “suicidal ideation”; “suicide, attempted”
Data: 24-Mai-2018
Título da revista, periódico, livro ou evento: Fatores Mediadores da Associação entre Abuso Sexual na Infância e Comportamento Suicidário
Local de edição ou do evento: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Resumo: Introdução: O abuso sexual na infância é reconhecido como um grave problema de saúde pública e uma realidade a nível mundial. A grande maioria das crianças que sofre abuso sexual desenvolve ao longo da vida problemas de saúde mental, comportamentais e físicos e apresenta risco de comportamento suicidário. Objetivo: Analisar fatores mediadores – protetores e de risco – que podem explicar diferenças no risco de comportamento suicidário em populações com história de abuso sexual na infância. Métodos: A pesquisa foi realizada na MEDLINE/PubMed, restringindo-se a artigos escritos em língua inglesa, publicados entre 2007 e 2017. Foram também consultados livros escritos em língua portuguesa. Resultados/Discussão: Uma variedade de fatores individuais, familiares, sociais, relacionados às características da experiência abusiva e às consequências resultantes desta, podem promover uma adaptação positiva à situação traumática e uma vida dentro da normalidade ou, ao invés, podem interagir com esta e aumentar a probabilidade de comportamento suicidário. Constituem-se fatores de risco para o comportamento suicidário: a alta conformidade para as normas tradicionais de género, no sexo masculino; fatores biológicos como o gene recetor nuclear da subfamília 3 grupo C membro 1, o polimorfismo Val66Met do gene do fator neurotrófico derivado do cérebro, o polimorfismo Val158Met do gene catecol-O-metiltransferase e os polimorfismos do gene recetor 1 da hormona libertadora da corticotropina; perturbações psiquiátricas resultantes do abuso, como depressão, perturbação de stress pós-traumático, perturbações de ansiedade, perturbação de personalidade antissocial e perturbação de personalidade borderline; sequelas psicológicas resultantes do abuso e características da personalidade, como a desinibição comportamental, o humor deprimido, a raiva, o isolamento, a autoculpa, a baixa autoestima e a desesperança; o consumo de substâncias resultante do abuso; a história familiar de comportamento suicidário; a violência interparental e o conflito familiar. Como fatores protetores contra o comportamento suicidário destacam-se: a idade mais avançada da vítima; ter emprego; o maior nível de escolaridade; ter um relacionamento íntimo e coabitar com uma pessoa; a resiliência, a prosperidade e a inteligência emocional enquanto características da personalidade ajustadas; o bom funcionamento e a coesão familiar; o suporte emocional familiar, de amigos, profissionais de saúde e professores. Os resultados dos estudos não foram unânimes relativamente a fatores como o sexo da vítima, a impulsividade e a agressividade da vítima, o divórcio dos pais e os fatores relacionados às características da experiência abusiva. Conclusão: Face à escassez de evidências dirigida a esta temática e perante as conclusões dos estudos analisados, algumas delas controversas, é prioridade em investigações futuras, não só aprofundar os fatores mediadores mencionados ao longo deste artigo de revisão, como também focar a investigação noutros fatores que podem intervir positiva ou negativamente na predição de comportamento suicidário entre as vítimas de abuso sexual na infância.
Introduction: Sexual abuse in childhood is recognised as a serious public health problem and a reality at the global level. The vast majority of children who suffer sexual abuse develops mental, behavioural and physical problems throughout life and presents a high risk of suicidal behaviour. Goal: To analyse mediating factors – protective and of risk – that may explain differences in the risk of suicidal behaviour in populations with a history of sexual abuse in childhood. Methods: The research was performed in MEDLINE/PubMed, restricting itself to articles written in English language, published between 2007 and 2017. They were also consulted books written in Portuguese. Results/Discussion: A variety of individual, familiar and social factors related to the characteristics of the abusive experience and the resulting consequences can promote a positive adaptation to the traumatic situation and a normal life or, instead, it can interact and increase the likelihood of suicidal behaviour. Risk factors for the suicidal behaviour can be: the high compliance to the traditional norms of gender, in males; biological factors as the recipient of nuclear gene subfamily 3 Group C state 1, the polymorphism Val66Met of the brain-derived neurotrophic factor, the polymorphism Val158Met of catechol-O-methyltransferase and the polymorphisms of the gene receiver 1 of the corticotropin-releasing hormone; psychiatric disorders resulting from abuse, such as depression, disruption of post-traumatic stress, anxiety disorders, antisocial personality disorder and borderline personality disorder; psychological sequels resulting from abuse and personality characteristics, such as the behavioural disinhibition, depressed mood, anger, isolation, the guilty feelings, low self-esteem and hopelessness; the consumption of substances resulting from abuse; family history of suicidal behaviour; the parental violence and family conflict. As protective factors against suicidal behaviour one can emphasize: the older the victim is; to be employed; the highest level of schooling; to have an intimate relationship and cohabit with one person; the resiliency, prosperity and the emotional intelligence as adjusted personality characteristics; the smooth functioning and family cohesion; the emotional support from family, friends, health professionals and teachers. The results of the studies were not unanimous in relation to factors such as the victim gender, impulsivity and aggressiveness of the victim, parents divorce and factors related to the characteristics of the abusive experience. Conclusion: According to the scarcity of evidences directed to this theme and to the conclusions of the analysed studies, some of them controversial, it is a priority in future investigations, not only to deepen the mediating factors mentioned throughout this review article, but also to focus research on other factors that can intervene positively or negatively in the prediction of suicidal behaviour among victims of sexual abuse in childhood.
Descrição: Trabalho Final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/81992
Direitos: embargoedAccess
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