Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/81817
Título: Suicídio em meio prisional: que realidade?
Outros títulos: Suicide in prison: what reality?
Autor: Margalho, Eugénia Maria Nunes 
Orientador: Vieira, Duarte Nuno Pessoa
Gonçalves, Francisco Manuel Andrade Corte Real
Palavras-chave: Suicídio; Tentativas de suicídio; Factores de risco; Saúde mental; Prevenção; Suicide; Suicide attempts; Risk factors; Mental health; Prevention
Data: 31-Jul-2018
Título da revista, periódico, livro ou evento: Suicídio em meio prisional: que realidade?
Local de edição ou do evento: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Resumo: Suicide is, nowadays, a serious public health problem, complex and not always easy to prevent and control. It is the common cause of violent death in Portugal. According to World Health Organization it is among the ten causes of death most common, affecting about 800,000 people every year worldwide. In 2015 it was considered the second most common cause of death in individuals between 15 and 29 years. More and more people are attempting suicide every year and previous suicide attempts are the most relevant risk factor in the general population. The use of pesticides, hanging and the use of firearms are the most common methods¹. Often associated with mood disorders, with depression being the most significant change, it needs to be followed by psychiatrists, essential for the prevention of suicide, among other measures. Suicide attempts are more common in women and consumed suicides are more frequent in men. In Portugal, in 2010, in the general population the suicide rate was 10.4 per 100 thousand inhabitants², with a rate of 16.4 in men and 4.8 in women. It is influenced by risk factors such as age, recent separation, social isolation, unemployment, economic difficulties, and previous history of attempted suicide or suicide in the family (due to abrupt change factors). On the other hand, there are also certain factors considered to be protective, which can significantly contribute to avoid the individual's thoughts and actions of self-injurious behavior, reducing the risk of considering, attempting and consummate suicide. Self-injurious behaviors comprise a series of actions through which the person causes injuries to himself. Several studies have shown that statistics on the risk of suicide and self-injurious behavior in prisons are much higher compared to the general population, but this issue needs to be studied. In many countries (suicide) is the leading cause of death among detainees (Moreira, 2008). Based on Durkheim's work on this subject, suicide is the act of death that results from an action carried out by the individual himself and which can be considered as resulting from a certain type of disorganization or social change (Moreira, 2008). The present investigation aims to analyze risk factors (essentially sociodemographic but also family, personal or seclusion factors) related to the suicidal behavior of inmates. It is intended to know the reality of the suicide in prison environment and present some preventive measures by reintegrating prisoners in society again. It were analyzed the cases of death by suicide in the Coimbra Prison between 2002 and 2016. Variables such as age, marital status and other factors related to the circumstance of death were considered. Suicide risk factors were also taken into account, with depressive phases, suicidal ideation and previous suicide attempts being the main and most important factors in the cases of consummate suicide. The main goal of this study would be to try to understand the relationship between these deaths and demographic, social, cultural and economic variables, among others, to understand which factors could influence the individual and lead him to end up with his life and the reasons behind his suicidal thoughts and acts and what measures could be proposed to avoid those same acts and to promote his integration in society. The results showed that there is a strong relationship between self-injurious behaviors and demographic variables, prison reality, psychopathological symptoms and certain characteristics of the individuals' personality. At an eventual later stage of this study, the objective is to link these data to the cases from other national prisons establishments in order to have a more comprehensive view on this issue.
O suicídio é, nos dias de hoje, um grave problema de saúde pública, complexo e nem sempre fácil de prevenir e controlar. É a causa de morte violenta mais comum em Portugal. Segundo a OMS, está entre as dez causas de morte mais comuns afetando cerca de 800 000 pessoas todos os anos a nível mundial. Em 2015 era considerada a segunda causa de morte mais comum em indivíduos entre os 15 e os 29 anos. Há cada vez mais pessoas a tentar o suicídio e as tentativas de suicídio prévias são o fator de risco mais relevante na população geral. O uso de pesticidas, enforcamento e o recurso a armas de fogo são os métodos mais comuns. Frequentemente associado a transtornos de humor, sendo a depressão a alteração mais significativa, carece de acompanhamento por médicos psiquiatras, fundamental para a sua prevenção, entre outras medidas. As tentativas de suicídio são mais frequentes nas mulheres e os suicídios consumados mais frequentes nos homens. Em Portugal, em 2010, na população geral a taxa de suicídio era de 10.4 por cada 100 mil habitantes , verificando-se uma taxa de 16.4 nos homens e 4.8 nas mulheres. É influenciado por fatores de risco como a idade, separação recente, isolamento social, desemprego, dificuldades económicas, historial prévio de tentativas de suicídio ou suicídio na família, ou seja, fatores bruscos de mudança na vida do indivíduo. Por outro lado, existem igualmente determinados fatores, considerados de proteção, que podem contribuir significativamente para afastar o indivíduo de pensamentos e ações de conduta autolesiva, diminuindo a probabilidade de considerar, tentar e consumar o suicídio. Os comportamentos autolesivos compreendem uma série de ações através das quais o indivíduo causa lesões a si próprio. Vários estudos comprovam que as estatísticas relativas ao risco de suicídio e comportamentos autolesivos em contexto prisional são muito superiores em comparação com a população geral, contudo esta temática carece de estudos sobre o tema. Em muitos países constitui a principal causa de morte entre detidos. Partindo de trabalhos de Durkheim relativamente a esta temática, o suicídio é o ato de morte que resulta de uma ação praticada pelo próprio indivíduo e que pode ser considerado como resultante de determinado tipo de desorganização ou mudança social. A presente investigação tem como objetivo a análise dos fatores de risco (essencialmente sociodemográficos mas também familiares, pessoais ou de reclusão) relacionados com o comportamento suicidário de reclusos. Deste modo, pretende-se conhecer a realidade do suicídio em meio prisional contribuindo para a sua compreensão. Pretende ainda abordar questões no âmbito de medidas de prevenção adequadas com vista à reintegração, nomeadamente social, dos reclusos. Foram analisados os casos de morte por suicídio no Estabelecimento Prisional de Coimbra entre 2002 e 2016. Foram consideradas variáveis como a idade, o estado civil e outros fatores relacionados com a circunstância da morte. Para além disso, foram igualmente tidos em conta fatores de risco de suicídio, sendo que as fases depressivas, a ideação suicida e as tentativas prévias de suicídio são dos principais e mais importantes fatores nos casos de suicídio consumado. Os objetivos deste estudo passam por analisar a relação entre as mortes ocorridas e variáveis demográficas, sociais, culturais e económicas, perceber que fatores poderiam influenciar um indivíduo e levá-lo a pôr termo à própria vida, perceber as razões que estariam por detrás dos pensamentos e atos suicidas e que medidas se poderiam propor para evitar esses mesmos atos e promover a integração do indivíduo na sociedade. Os resultados obtidos revelaram existir uma forte ligação entre os comportamentos autolesivos e as variáveis demográficas, mas também a realidade prisional, os sintomas psicopatológicos e determinadas características da personalidade dos indivíduos. Numa eventual fase posterior deste estudo, o objetivo é fazer a ligação entre estes dados e dados relativos a casos de outros Estabelecimentos Prisionais nacionais de modo a ter uma visão mais abrangente relativamente a esta problemática.
Descrição: Dissertação de Mestrado em Medicina Legal e Ciências Forenses apresentada à Faculdade de Medicina
URI: https://hdl.handle.net/10316/81817
Direitos: closedAccess
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