Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/784
Título: Salvação e história em Espinosa
Autor: Jordão, Francisco Vieira 
Palavras-chave: Literatura Portuguesa; Espinosa, Bento de, 1632-1677
Data: 5-Mai-1988
Citação: JORDÃO, Francisco Vieira - Salvação e história em Espinosa. Coimbra, 1987.
Resumo: Começando por expor um modelo de análises ao pensamento de Espinosa em que se defende uma total ruptura com a Tradição e completa originalidade em relação à sua época, Salvação e História em Espinosa pretende demonstrar que os defensores de tal tese só conseguem manter-se coerentes na medida em que fazem uma leitura de Espinosa pelo modelo do materialismo histórico, amoldando-o aos seus princípios fundamentais. No entanto, porque se trata dum modelo posterior no tempo e determinado por circunstâncias muito diversas, pensamos que se devem, antes, ter em conta os grandes sitemas de pensamento que o precederam. Será no confonto com estes que se poderá avaliar da originalidade ou da continuidade do sistema da Ética. Um cuidadoso estudo da obra de Espinosa levou-nos a concluir que existe uma base de inspiração comum aos grandes sismas dos gnósticos, dos teólogos alexandrinos, dos cabalistas e dos pensadores místicos dos séculos XVI-XVII. Tal como nestes sistemas, existe, no sistema de Espinosa, uma dinâmica que faz derivar tudo de Deus, com a originalidade da plena identidade de tudo em Deus e dum ilimitado poder da razão. A conexão com os movimentos de pensamento referidos e a dependência do pensamento de Espinosa das circunstâncias epocais e da sua experiência de vida são evidentes sobretudo nos Tratados.> Tal como sucedia com um grande número de reformadores religiosos muitos dos quais fizeram parte do círculo de amigos de Espinosa, a grande preocupação do filósofo luso-judeu de Amsterdão foi a de constituir o modelo de comunidade humana que mais facilmente proporcionasse a todos os homens a verdadeira felicidade ou salvação.> A meditação da obra de Espinosa levou-me a ver o seu pensamento, sobretudo como produto dum homem que: a) enquanto judeu, dedicou-se a reflectir sobre as preocupações do seu grupo étnico e religioso, criticando o seu apego à ideia duma especial > para uma missão extensiva a todo o mundo humano, defendendo, no entanto, que existia no Judaísmo uma força interior com gérmenes de universalidade e capacidade para introduzir os crentes, que reflectem, no âmbito das exigências da razão; b) enquanto leitor interessado da Bíblia, propôs-se reiterpretá-la, críticando todas as deduções sobre o seu contéudo com base nos princípios da sua a divindade, da veracidade de todas as suas afirmações e da missão profética de todos os que intervieram na sua feitora, princípios que Espinosa considerava simples preconceitos,mas defendendo que tal livro se revestia duma grande utilidade em ordem à descoberta duma prática humana correcta, sobretudo porque dava aos que não tinham capacidade para se guiarem segundo as exigências da razão a possibilidade de encontrarem a sua salvação ou felicidade no cumprimento da Lei da obediência a Deus e aos seus Eternos Decretos, expressos na Natureza; c) enquanto homem, que depois de exilado da Sinagoga se inseriu na Polis. propôs-se constituir os fundamentos teóricos dum >, criticando os que pretendiam para a Religião o estatuto de actividade científica e para as Igrejas um estatuto semelhante ao do Estado, defendendo que a comunidade verdadeiramente útil para os homens tinha de assentar apenas nas exigências da razão e obedecer somente à autoridade civil, ficando a Religião com o estatuto de actividade de carácter moral e indivídual, embora continue a ser necessária para os indivíduos incapazes de operar a síntese de tudo em >, síntese esta que só um Estado bem estruturado pode proporcionar.>
Descrição: Tese de doutoramento em Letras (Filosofia Moderna e Contemporânea) apresentada à Fac. de Letras da Univ. de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/784
Direitos: embargoedAccess
Aparece nas coleções:FLUC Secção de Filosofia - Teses de Doutoramento

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