Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/47797
Título: O paradoxo da obesidade : uma realidade nos doentes com síndromes coronárias agudas
Autor: Orfão, Tiago Manuel Gonçalves 
Orientador: Gonçalves, Lino
Palavras-chave: Obesidade; Doença coronária
Data: 2009
Resumo: Estudos recentes demonstraram uma relação não consensual entre Índice de Massa Corporal e mortalidade em populações que sofreram Síndromes Coronárias Agudas. O presente estudo teve como objectivo avaliar a associação do Índice de Massa Corporal com o prognóstico intra-hospitalar e com o follow-up (18 meses) em doentes com Síndromes Coronárias Agudas. Foi realizada uma análise retrospectiva de uma base de dados com 1603 doentes consecutivos hospitalizados por Síndromes Coronárias Agudas. A amostra foi dividida em três grupos, de acordo com o Índice de Massa Corporal: A- 18,5-24,9kg/m2 (n=478) ; B- 25-30 kg/m2 (n=751) ; C- >30 kg/m2 (n=374). Desta análise foi possível concluir que os doentes obesos eram significativamente mais novos (p<0,001), do sexo masculino (p<0,001) e apresentavam piores características basais, com maior incidência de hipertensão arterial (p<0,001), dislipidémia (p<0,001), diabetes mellitus (p<0,001), bem como maior incidência de história prévia e familiar de doença coronária (p<0,001). Foram igualmente mais frequentemente tratados com clopidogrel (p<0,006), inibidores das glicoproteínas IIb- IIIa (p<0,002) e antagonistas dos canais de cálcio (p<0,002). Os doentes dos grupos B e C tiveram ainda uma duração de internamento superior (p<0,014). No entanto este estudo demonstrou que os doentes com IMC>25 kg/m2 apresentaram uma prevalência inferior de insuficiência cardiaca na alta (p<0,009). Em contrapartida, os doentes do grupo A apresentaram uma maior incidência de complicações (p<0,042) e morte (p<0,029) intra-hospitalares, comparativamente com os restantes grupos de doentes com maior Índice de Massa Corporal. Não foram observadas diferenças entre os grupos em relação ao tipo de Síndromes Coronárias Agudas, marcadores de necrose miocárdica e tratamento intra-hospitalar, bem como em relação à morbilidade (p=0,053) ou mortalidade (p=0,472) no follow-up médio de 18 meses. A análise dos dados revelou ainda que os principais preditores de morte nesta população foram o sexo feminino, baixa fracção de ejecção ventricular esquerda e elevada classe de Killip. 3 Em conclusão, este estudo demonstrou que existe uma elevada prevalência de excesso de peso e obesidade na população estudada e que apesar de estas condições terem estado associadas a um melhor prognóstico intra-hospitalar, este facto pode estar associado a outros factores tais como diferenças no sexo, fracção de ejecção ventricular esquerda e classe de Killip, sendo por isso necessários outros estudos para obter conclusões mais definitivas. No que diz respeito ao follow-up não foram observadas diferenças significativas na morbilidade e mortalidade entre os diferentes grupos
Recent studies have shown that there is a lack of consensus in the relation between Body Mass Index and mortality in patients who had suffered Acute Coronary Syndromes. The goal of this study was to evaluate the association between Body Mass Index and the in-hospital mortality and follow-up (18 months) in patients with Acute Coronary Syndromes. A retrospective analysis of a database of 1603 consecutive patients hospitalised due to Acute Coronary Syndromes was made for this purpose. The population was divided in 3 groups distributed by Body Mass Index: A- 18,5-24,9kg/m2 (n=478) ; B- 25-30 kg/m2 (n=751) ; C- >30 kg/m2 (n=374). We observed from the study results that the obese patients are meaningfully younger (p<0,001), men (p<0,002) and had worse baseline characteristics: more incidence of hypertension (p<0,001), hyperlipidemia (p<0,001), diabetes mellitus (p<0,001) as well as more incidence of previous personal and family history of coronary disease. They were also more frequently treated with clopidogrel (p<0.006), glycoprotein IIb-IIIa inhibitors and calcium channel blockers (p<0,002). The patients from groups B and C also had longer stays in hospital (p<0,014). However this study has shown that latter groups of patients had a lesser prevalence of congestive heart failure at discharge (p<0,009). On the other hand patients from group A had more complications (p<0,042) and death (p<0,029) while staying in hospital comparing to the other groups of patients with higher BMI. We did not observe differences between the 4 groups in terms of the type of Acute Coronary Syndrome, the level of cardiac markers and the in-hospital treatment as well as in the morbidity (p=0.053) or mortality (p=0,472) in the 18 months follow-up. The data analysis has shown that the major death predictors in this population were gender (in this case, female), patients with low left ventricular ejection fraction and the presence of high Killip class. In conclusion, the study demonstrated an high prevalence of excess of weight in the studied population and that besides this condition which has been associated with a better in-hospital prognosis, this fact might also be associated with other factors such as gender differences, left ventricular ejection fraction and Killip class. Nevertheless, more studies will be required to get more evident conclusions. We did not observed differences in mortality and morbidity between the different groups concerning the follow-up
Descrição: Trabalho final de mestrado integrado em Medicina àrea científica de Cardiologia, apresentado á Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/47797
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

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