Os neuroléticos na perturbação do espetro do autismo

Abstract

Introdução: A perturbação do espetro do autismo é uma patologia crónica do neurodesenvolvimento, com apresentação em idades precoces cujos principais sintomas são défices na comunicação, na interação social e padrões de comportamentos restritivos e estereotipados. Frequentemente os indivíduos apresentam associados sintomas disruptivos como auto e hetero agressividade, agitação psicomotora, birras, hiperatividade e alterações de humor, que interferem gravemente com a sua qualidade de vida e das suas famílias. O tratamento farmacológico destes sintomas baseia-se em várias classes de medicamentos, sendo os neuroléticos a mais utilizada, uma vez que demonstra maior eficácia e segurança. A farmacogenética tem sido decisiva na procura das causas para esta perturbação, demonstrando já alguns avanços na descoberta de genes que interferem na farmacodinâmica e no tipo de reações adversas dos neuroléticos e que prometem optimizar a utilização destes nos quadros de autismo. Objetivo: Rever as indicações dos neuroléticos nos quadros de autismo, no que à eficácia e reações adversas diz respeito. Materiais e Métodos: Revisão realizada com base na literatura disponível na base de dados Pubmed, referente à utilização dos neuroléticos na perturbação do espectro do autismo. Conclusões: Os resultados dos estudos analisados sugerem que os neuroléticos são úteis na abordagem dos sintomas associados ao autismo. Apenas a risperidona e o aripiprazol têm indicação legal para o tratamento da irritabilidade relacionada com as perturbações do espetro do autismo, contudo os restantes fármacos utilizados off label também demonstram eficácia nestes quadros. As reações adversas são frequentes, sendo os efeitos extrapiramidais, o aumento de peso e a sonolência os mais observados

Introduction: Autism spectrum disorder is a chronic neurodevelopmental disease, which appears at early ages, whose core symptoms are deficits in communication, social interaction and restrictive and stereotyped behavior. Often these individuals have associated disruptive symptoms, like aggression and self-injury, agitation, tantrums, hyperactivity and mood swings, which interfere with their quality of life and their families. The pharmacological treatments are based on various classes of drugs, where neuroleptics are the most commonly used, since they show better efficacy and safety. Pharmacogenetics has been decisive in the search for the causes for autism, already showing advances in the discovery of genes that influence in pharmacodynamics and in the type of adverse reactions of neuroleptics drugs that promise to optimize that use in autism. Objective: Review the indications, related with efficacy and safety, of neuroleptics drugs in autism Spectrum disorders. Methods: was reviewed based on the literature available in the Pubmed database, regarding the use of neuroleptics in autism spectrum disorder. Conclusions: The results of the studies reviewed suggest that neuroleptics drugs are useful in the treatment of the symptoms associated with autism. Only risperidone and aripiprazole have legal statement for the treatment of irritability related to autism spectrum disorders, however the remaining drugs used off label also demonstrate efficacy in these disorders. Adverse reactions are common, where extrapyramidal side effects, weight gain and drowsiness are the most observed