Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/36812
Título: Vitamína D e doença cardiovascular
Autor: Veiga, José Manuel de Abrantes 
Orientador: Santos, Lèlita
Palavras-chave: Doença cardiovascular; Vitamina D; Calcidiol; Calcitriol
Data: Mar-2016
Resumo: Introdução: A doença cardiovascular é a principal causa de morbilidade e mortalidade mundial. Para que esses indicadores diminuam é necessário encontrar novos factores de risco e as suas causas. A vitamina D tem como alvos não só a mucosa intestinal, o osso e o rim mas também o sistema cardiovascular, devido à presença do receptor de vitamina D no coração e vasculatura. Para além disso, estudos transversais, casos-controlo e epidemiológicos mostraram uma associação entre os baixos níveis de vitamina D e doença cardiovascular estabelecida. Assim sendo, nesta revisão foram abordadas as bases fisiopatológicas, assim como analisada a relação entre a vitamina D e a doença cardiovascular e se existe necessidade de suplementação de vitamina D como prevenção ou terapêutica da doença cardiovascular. Materiais e métodos: A pesquisa bibliográfica foi realizada utilizando a base de dados PubMed com filtros para a língua inglesa, textos livres, artigos de revisão, publicados nos últimos 10 anos, sendo os termos Mesh usados “vitamin D” e “cardiovascular diseases”. Foram ainda consultadas referências bibliográficas destes artigos. Fisiopatologia: Os mecanismos fisiopatológicos abordados basearam-se na influência da vitamina D na sinalização celular, na regulação epigenética, na disfunção endotelial, na resposta inflamatória, na coagulação e fibrinólise, no metabolismo da glucose e insulina, na hormona da paratiróide e no metabolismo lipídico, tendo em conta o sistema cardiovascular. Resultados: Os estudos sobre a influência da vitamina D na pressão arterial mostraram resultados heterogéneos. A maioria dos estudos não demonstrou influência da vitamina D no perfil lipídico. Relativamente ao metabolismo da glucose parece existir uma associação inversa entre os níveis de vitamina D e incidência de diabetes mellitus, no entanto os estudos intervencionais são inconclusivos. Meta-análises que relacionam vitamina D e doença cardiovascular mostraram uma relação linear inversa, entre os níveis de vitamina D e o risco relativo de doença cardiovascular até níveis de 60 nmol/L de 25(OH)D. Indíviduos com hipertensão têm o dobro do risco cumulativo de primeiro evento cardiovascular se tiverem níveis de 25(OH)D inferiores a 15 ng/mL. Uma diminuição de 10 ng/mL equivale a um aumento de 29% de doença arterial periférica mas não foi possível concluir uma relação causal. A mortalidade cardiovascular nos doentes com níveis baixos de vitamina D é superior apenas nalguns estudos, não sendo estatisticamente significativa noutros. No estudo Women’s Health Initiative, não ficaram demonstradas diferenças significativas entre o grupo de tratamento e o placebo. Noutra meta-análise, com diferentes doses de vitamina D entre os estudos, chegou-se a um risco relativo de mortalidade reduzido em 7%, no grupo com terapêutica. Num estudo, com separação dos participantes com défice de vitamina D, a suplementação com vitamina D melhorou a sobrevida de maneira geral. Em relação à toxicidade potencial da vitamina D, apenas doses superiores a 50000 UI/d é que estão associadas a hipercalcémia e hiperfosfatémia. Conclusões: Foi possível concluir que apesar de existir evidência em estudos observacionais e existir uma base fisiopatológica compreensível, são ainda necessários estudos controlorandomizados, bem desenhados e incindindo na doença cardiovascular. São esperados os resultados de estudos em curso entre 2017 e 2020. Até lá, não existem dados científicos suficientes que aconselhem a suplementação com vitamina D, tendo como objectivo a prevenção ou terapêutica cardiovascular. Introduction: The cardiovascular disease is the main cause of morbidity and mortality worldwide. For these indicators to diminish it is necessary to find new risk factors and their causes. Vitamin D has as targets the intestinal mucosa, the bone and kidney but also the cardiovascular system, due to the presence of the vitamin D receptor in the heart and vasculature. Moreover, cross-sectional, case-control and epidemiologic studies showed an association between low levels of vitamin D and established cardiovascular disease. Due to that, in this review the physiopathology was mentioned, as well as the relation between vitamin D and cardiovascular disease and if there is the need for supplementation with vitamin D as a preventive or therapeutic measure for cardiovascular disease. Materials and methods: The literature research was made in the PubMed database with filters for English language, free texts, review articles, published in the last 10 years, using the Mesh terms “vitamin D” and “cardiovascular diseases”. References from the articles found were also used. Physiopathology: The physiopathologic mechanisms mentioned in this review were based on the influence of vitamin D in cellular signalling, epigenetic regulation, endothelial dysfunction, inflammatory response, coagulation and fibrinolysis, glucose metabolism and insulin, parathyroid hormone and lipid metabolism, concerning the cardiovascular system. Results: The studies about the influence of vitamin D in blood pressure showed heterogeneous results. The majority did not show influence of vitamin D in the lipid profile. Concerning the glucose metabolism it seems to be an inverse association between the levels of vitamin D and the incidence of diabetes mellitus, however, the interventional studies are inconclusive. Meta-analysis that correlate vitamin D and cardiovascular disease showed a linear inverse relation, between levels of vitamin D and relative risk of cardiovascular disease until levels of 60 nmol/L of 25(OH)D. Subjects with hypertension have two times more cumulative risk of first cardiovascular event if they have levels of 25(OH)D under 15 ng/mL. A decrease of 10 ng/mL is equivalent to an increase of 29% in peripheral artery disease, but it was not possible to achieve a causal relation. The cardiovascular mortality in patients with low levels of vitamin D is superior in some studies but it is not statistically significant in others. In the Women’s Health Initiative study, there were no significant differences between the treatment group and placebo. In other meta-analysis, with different doses of vitamin D between studies, there was a reduction of 7% in the relative risk of mortality in the treatment group. In a study with separation of participants with vitamin D deficit, the supplementation with vitamin D improved the overall survival. In what concerns the potential toxicity of vitamin D, only doses superior to 50000 UI/d were associated with hypercalcemia and hyperphosphatemia. Conclusion: It was possible to conclude that despite the evidence in observational studies and the comprehensible physiopathology, more well designed randomized controlled trials are necessary and with primary outcome the cardiovascular disease. Results from on-going studies are expected between 2017 and 2020. Until then, there are no scientific data sufficient to support the supplementation with vitamin D for the prevention or treatment of cardiovascular disease.
URI: https://hdl.handle.net/10316/36812
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:UC - Dissertações de Mestrado
FMUC Medicina - Teses de Mestrado

Ficheiros deste registo:
Ficheiro Descrição TamanhoFormato
José Veiga.pdfJosé Veiga16.67 MBAdobe PDFVer/Abrir
Mostrar registo em formato completo

Visualizações de página 50

590
Visto em 17/jul/2024

Downloads 20

894
Visto em 17/jul/2024

Google ScholarTM

Verificar


Todos os registos no repositório estão protegidos por leis de copyright, com todos os direitos reservados.