Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/36027
Title: A Sopa - Entre Gosto e Desgosto. As crianças do pré-escolar face ao consumo da sopa
Authors: Marto, José Manuel Rodrigues 
Orientador: Cascão, Rui Ascensão Ferreira
Keywords: sopa; gastronomia; gastronomia; determinantes das escolhas alimentares; gosto alimentar; alimentação saudável; neofobia alimentar; educação alimentar; soup; gastronomy; eating habits; food choices; food taste; healthy eating; food neophobia; nutrition education
Issue Date: 25-Oct-2013
Serial title, monograph or event: A Sopa - Entre Gosto e Desgosto. As crianças do pré-escolar face ao consumo da sopa
Place of publication or event: Coimbra
Abstract: A sopa tem sido, ao longo da História da Humanidade, uma componente importante da sua dieta alimentar. Favoreceu, após a sua descoberta, durante a Pré-história, com a sua divulgação e multiplicação de variedades, a melhoria da saúde pública global, proporcionando o aumento da esperança média de vida e o crescimento da população mundial. Em cada época histórica, e em cada país, criou-se uma grande diversidade de sopas ou caldos, tanto para dias festivos (refinadas ou distintas) como de intenso labor (rústicas ou comuns). Em algumas culturas representou, para a maioria da população, até aos séculos XIX-XX, o principal, senão o único prato alimentar quotidiano disponível (acompanhado com pão) para mitigar a fome das famílias mais modestas. O surgimento da sociedade de consumo, com a sua abundância, originou uma mudança progressiva dos hábitos alimentares de parte da população dos países mais desenvolvidos: a alimentação tornou-se menos saudável devido ao consumo excessivo de proteínas animais, açúcar, gorduras e bebidas alcoólicas, em detrimento do consumo de frutas, legumes e leguminosas. Este consumo excessivo de calorias tem conduzido ao crescimento acentuado da obesidade, tanto em adultos como em crianças, a nível global. Em consequência, acelerou-se a propagação de um conjunto de doenças epidemiológicas: doenças cardiovasculares isquémicas, colesterol, diabetes, entre outras. Com o abandono progressivo do padrão alimentar mediterrânico a sopa passou a ser considerada, por muitas pessoas, comida de pobre. Apesar do decréscimo ou rejeição do consumo de sopa afetar sobretudo os adolescentes e os adultos, é frequente ouvir-se dizer que as crianças não gostam de comer sopa. No âmbito desta tese, para se provar ou infirmar a veracidade de tal afirmação, decidiu-se inquirir os encarregados da educação e as crianças, com idade compreendida entre os 3 e os 6 anos, duma turma do jardim de infância do concelho de Leiria, com vinte e cinco crianças, aplicando a cada uma delas um inquérito sobre os seus hábitos alimentares. As conclusões obtidas foram muito positivas. As crianças inquiridas, na sua esmagadora maioria, gostavam de sopa. Todas as que almoçavam na escola comiam sopa. Vinte e uma criança afirmaram comer sempre sopa em casa, ao almoço e ao jantar. As principais razões indicadas para comer sopa foram: fazer bem; saber bem; gosto pela sopa. As três variedades de sopas preferidas pelas crianças eram a canja, a sopas de legumes (de diversas variedades), onde se incluía o tão apetecido caldo verde e a sopa de carne. As preferências gastronómicas destas crianças, por canja e por caldo verde, coincidiam com as preferências manifestadas por Oliveira Bello (1928) e por Maria de Lurdes Modesto (2005), indiciando um gosto multissecular pelas mesmas variedades de sopa, sopa de carne ou com carne. Estas preferências, em termos nutricionais, não serão as mais adequadas para integrarem a dieta alimentar quotidiana das crianças. Para ultrapassar este potencial diferendo dever-se-á tentar conciliar o gosto gastronómico com os princípios duma alimentação saudável, incentivando e estimulando o consumo de legumes e de sopa, sopa de legumes, ao longo da vida, tanto pelas crianças como pelos adultos.
The soup has been, throughout Human History, an important component of their diet. The discovery, during prehistory, of its confection principles, with its dissemination and multiplication of varieties, allowed a global public health improvement, favoring the increase of life expectancy and the world population growth. In each historical time, and in every country, has been created a wide variety of soups or broths, for feast days (refined or different) or labor intensive days ( rustic or common). In some cultures soup has represented, for most of the population, until the nineteenth or twentieth century, the main if not the only daily diet dish available (served with bread) to mitigate hunger of modest families. The emergence of the consumer society, with its abundance, was the source of a progressive change in eating habits of the developed countries population: food has become less healthy due to excessive consumption of animal protein, sugar , fats and alcohol, rather than the consumption of fruits and vegetables.This calories overconsumption led to the sharp increase in obesity, affecting not only adults but also children, worldwide. With poor diet and the development of obesity has emerged a set of epidemiological diseases: ischemic cardiovascular disease, cholesterol, diabetes, among others. With the gradual abandonment of the Mediterranean dietary pattern soup came to be regarded, by many people, food for poor. Despite the decline or rejection of soup consumption that affects mainly adolescents and adults, it is often heard to say that children do not like eating soup. Within this thesis, to prove or disprove the veracity of such a claim it was decided to inquire the carers and children, between the age of 3 to 6 years, with a kindergarten class in the municipality of Leiria, applying to each of them survey on children eating habits. The conclusions were very positive. Surveyed children liked soup, overwhelmingly. All children lunching at school ate soup. Twenty one children said to eat always soup at home, at lunch and dinner. The main reasons given for eating soup were: doing well, taste well and they like the soup by itself. The three varieties of soups preferred by children were the chicken soup, vegetable soups (several varieties), which includes the much coveted caldo verde and the meat soup. The gastronomic preferences expressed by Oliveira Bello (1928) and Maria de Lurdes Modesto (2005), indicating a century taste for the same varieties of soup, meat soup or with meat. These preferences, in nutricional terms, will not be the most appropriated to integrate the daily children diet. To overcome this potential dispute attempt should be made to reconcile the gastronomic taste with the healthy diet principles, encouraging and stimulating lifelong comsumption of vegetables and vegetable soups, both by children and adults.
Description: Dissertação de Mestrado em Alimentação - Fontes, Cultura e Sociedade, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/36027
Rights: openAccess
Appears in Collections:FLUC Secção de História - Teses de Mestrado
UC - Dissertações de Mestrado

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