MicroRNAs no cancro : biomarcadores e alvos terapêuticos

Abstract

Até ao início dos anos 90 apenas se dava importância aos genes que levavam à formação de proteínas. A partir de 1993, quando se descobriu os microRNAs, o interesse por estas moléculas foi imediato. Com o passar dos anos foi descoberta a sua via de síntese e o seu papel em diversas patologias, como no cancro. Sabe-se agora que estas moléculas são muito promissoras nas doenças oncológicas, tanto como biomarcadores como alvos terapêuticos. Como biomarcadores têm potencial para sinalizar indivíduos com elevado risco de desenvolver a doença, fazer o diagnóstico, diferenciar tumores benignos de malignos, estratificar o tipo de cancro quanto à resistência às terapêuticas, realizar o prognóstico e ainda monitorizar a resposta à terapêutica. Como alvos terapêuticos, podem permitir uma terapêutica personalizada, dirigida, com menores efeitos secundários. Existem já empresas que se dedicam à investigação nesta área, com o intuito de introduzir os microRNAs na prática clínica. Ainda assim, existe um longo caminho a percorrer. Deste modo, pretende-se fornecer uma visão geral sobre estas moléculas promissoras explicando os sucessos já alcançados e os desafios futuros.

Until the beginning of the 90’s only the genes that led to protein formation were considered important. After 1993, when microRNAs were found, the interest for these molecules was immediate. Throughout the years their biogenesis pathway was discovered as well as their role in several diseases, as in cancer. It is known now that these molecules are very promising in oncological diseases, both as biomarkers and therapeutic targets. As biomarkers they have potential to identify individuals with high risk to develop the disease, to make the diagnosis, to differentiate benign and malignant tumors, to classify the type of cancer according to the resistance to the therapy, to make the prognosis, and to monitor response to therapy. As therapeutic targets, they may enable personalized and targeted therapy, with fewer side effects. There are already some companies dedicated to the research in this area, in order to introduce microRNAs in clinical practice. Still, there is a long way to go. Thus, it is intended to provide an overview of these promising molecules explaining the successes already achieved and the challenges ahead