Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/32089
Título: Hegemony, Agency and Resistance: a critical analysis of power and security relations in the European Union-Russia-shared neighbourhood triangle
Autor: Dias, Vanda Rafaela Amaro 
Orientador: Freire, Maria Raquel
Palavras-chave: Poder; Rússia; Segurança; União Europeia; Vizinhança partilhada; European Union; Power; Security; Shared neighbourhood
Data: 5-Dez-2016
Citação: DIAS, Vanda Rafaela Amaro - Hegemony, agency and resistance : a critical analysis of power and security relations in the European Union-Russia-shared neighbourhood triangle. Coimbra : [s.n.], 2016. Tese de doutoramento. Disponível na WWW: http://hdl.handle.net/10316/32089
Projeto: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/SFRH/SFRH/BD/72865/2010/PT 
Resumo: The end of the Cold War incited meaningful changes on power and security dynamics across the broader European space. To the West, the European Union (EU) was propelled to develop a foreign policy dimension enabling it to uphold a stronger role in regional affairs. To the East, the Russian Federation emerged as the most relevant actor in the former Soviet space with undisputable regional ambitions and interests. In between, the newly independent states struggled to undertake internal reforms and define foreign policy strategies aiming at taking the utmost advantage of their geopolitical location. Since the EU’s Eastern enlargement, the EU and Russia share a common neighbourhood. The fact that the Union is extending its power towards Moscow’s traditional sphere of influence has further impacted on dynamics of power and security produced by and reflected on the interplay between identities, interests and discursive practices in this area. Both EU and Russian foreign policies are based on the understanding that security starts outside their borders, and thus countries in the shared neighbourhood emerge as linchpins to their regional strategies. As a result, a number of struggles for power over the region have unfolded, gradually conferring an antagonistic tone to EU- Russia relations. This has been a cornerstone cause of tension for their common neighbours, which find themselves torn between the economic attractiveness of the EU’s agenda and a cooperative relation with Russia in order to manage their manifold dependences on Moscow. Reflections on the configuration of power and security relations in post-Cold War Europe have been multiple and diverse. However, it remains absent from the debate a comprehensive understanding of the complex interactions in the EU-Russia-shared neighbourhood triangle looking at all intervenients from an equitable basis of analysis. It is precisely this lacuna that we aim to fill. To do so, the research follows from two assumptions. First, the EU and Russia are political entities with hegemonic regional ambitions, whose survival and security depend on asymmetrical relations with neighbouring countries. Second, Brussels and Moscow share a common sphere of influence over which their identities, interests and discursive practices collide – the shared neighbourhood. Despite this dispute over a common area of interests, it would be an overstatement to label the EU and Russia as enemies as they cooperate on a very significant number of issues. This tension between cooperation and competition opens important avenues for the countries in the shared neighbourhood to evade powerful manoeuvres by these actors and to influence their hegemonic regional endeavours – ergo underscoring the meaningful role of agency in shaping structures of power. That brings us to the dual purpose of this research: 1) understand why countries in the shared neighbourhood have agency in the context of confrontation and dispute for influence between the EU and Russia; 2) critically analyse how this agency works in practical terms and whether it influences the constitution of EU and Russian identities, interests and discursive practices. Our initial contention is that countries in the shared neighbourhood are not merely passive reactors to their contextual environment. Instead, they actively resist EU and Russian structural power aiming at dominating them by using their key geopolitical and geostrategic relevance. In doing so, these countries stress the mutually constitutive nature of relations in the EU-Russia-shared neighbourhood triangle. Critical constructivism – methodologically complemented by Ernesto Laclau and Chantal Mouffe’s approach to discourse analysis – provides this research with the framework of analysis to delve into this topic. According to this framework, power implies a relation for it comes across as an imposition of a worldview over another, thus producing shared meanings which in turn constitute the identities, interests and discursive practice of the involved agents. In this reading, power tends towards hegemony and domination, though it is never absolute and agents may resist attempts at controlling their behaviour. Hegemony, agency and resistance are thus mutually implicated and resistance itself can be interpreted as an instance of power. Overall, the research focuses on instances of hegemony by the EU and Russia, as well as on instances of agency and resistance by Ukraine, Moldova and Belarus – the last stronghold between West and East. The purpose is to deconstruct the manifold dynamics operating in and arising from this triangle in order to produce an independent and critical understanding on how power and security dynamics arise from the mutual constitution of the involved actors, ergo providing an interpretation focusing on hegemony, agency and resistance, something that remains absent from the literature on the topic.
O fim da Guerra Fria despoletou mudanças importantes nas dinâmicas de poder e segurança no espaço Europeu. A Ocidente, a União Europeia (UE) foi compelida a desenvolver uma dimensão de política externa a fim de assumir um papel mais forte em assuntos regionais. A Oriente, a Rússia emergiu como o principal ator no espaço pós- soviético com interesses regionais bem definidos. No meio, os novos estados independentes debatiam-se com a necessidade de levar a cabo reformas internas e de definir estratégias de política externa que lhes permitissem tirar o máximo proveito da sua localização geopolítica. Desde os alargamentos a leste da UE, a União e a Rússia partilham uma vizinhança comum. O facto de a UE estar a estender o seu poder à tradicional esfera de influência russa, afetou ainda mais as dinâmicas de poder e segurança produzidas pela e refletidas na interação entre identidades, interesses e práticas discursivas neste espaço. As políticas externas europeia e russa partilham o entendimento que a sua segurança começa fora das suas fronteiras e, portanto, os países da vizinhança partilhada surgem como peças centrais nas suas estratégias regionais. Concomitantemente, tem-se assistido a uma série de lutas pelo poder sobre esta região, conferindo um tom antagónico às relações UE-Rússia. Aqui reside uma importante fonte de tensão para os países na vizinhança partilhada que se encontram divididos entre a atratividade económica da agenda europeia e a necessidade de manter uma relação cooperativa com a Rússia, com vista a gerir as várias dependências que marcam as suas interações com Moscovo. As reflexões sobre a configuração das relações de poder e segurança na Europa pós-Guerra Fria têm sido múltiplas e diversas. Contudo, permanece ausente do debate uma leitura abrangente das complexas interações no triângulo UE-Rússia-vizinhança partilhada que coloque todos os intervenientes em níveis de análise equitativos. É precisamente esta lacuna que serve de mote a esta investigação, a qual se desenrola a partir de duas premissas. A primeira é que a UE e a Rússia são entidades políticas com ambições hegemónicas, cuja sobrevivência e segurança dependem de relações assimétricas com a vizinhança. A segunda é que Bruxelas e Moscovo partilham uma esfera de influência comum onde as suas identidades, interesses e práticas discursivas colidem – a vizinhança partilhada. Apesar desta disputa, seria exagerado considerar a UE e a Rússia como inimigos, uma vez que ambos cooperam num vasto número de matérias. Esta tensão entre cooperação e competição gera um espaço que permite aos países da vizinhança partilhada resistir às poderosas estratégias regionais destes atores e influenciar a sua agenda hegemónica, realçando assim o importante papel da agência na transformação das estruturas de poder. Isto conduz-nos ao duplo propósito desta investigação: 1) compreender como os países da vizinhança partilhada têm agência num contexto de confronto e disputa por influência entre a UE e a Rússia; 2) analisar criticamente a forma como esta agência funciona na prática e se ela influencia a construção das identidades, interesses e práticas discursivas da UE e da Rússia. O nosso argumento inicial é que os países da vizinhança partilhada não se limitam a reagir passivamente ao seu contexto circundante. Ao invés, eles resistem ativamente ao poder estrutural da UE e da Rússia, fazendo uso da sua importância geopolítica. Ao agirem desta forma, estes países realçam a constituição mútua das interações no triângulo UE-Rússia-vizinhança partilhada. O construtivismo crítico, metodologicamente complementado pela proposta de análise de discurso sugerida por Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, constitui o quadro teórico que suporta esta investigação. De acordo com esta abordagem, o poder implica uma relação, já que surge como a imposição de uma determinada visão sobre outra. Desta forma, o poder produz conhecimento que, por seu turno, constitui as identidades, interesses e práticas discursivas dos atores envolvidos. Nesta leitura, o poder inclina-se para a hegemonia e a dominação, embora ele nunca seja absoluto, uma vez que os agentes têm sempre a possibilidade de resistir a tentativas para controlar o seu comportamento. A hegemonia, a agência e a resistência encontram-se, assim, interligadas e a própria resistência pode ser interpretada como uma forma de poder. De uma forma geral, esta investigação centra-se na análise de manifestações hegemónicas por parte da UE e da Rússia e em formas de agência e resistência por parte da Ucrânia, da Moldova e da Bielorrússia: o último reduto entre o Ocidente e o Oriente. O objetivo é desconstruir as múltiplas dinâmicas que operam neste triângulo, a fim de produzir um entendimento independente e crítico sobre a forma como as dinâmicas de poder e segurança surgem da constituição mútua dos atores nele envolvidos. Desta forma, visamos gerar uma interpretação focada nos conceitos de hegemonia, agência e resistência, algo que permanece ausente da bibliografia sobre o tema.
Descrição: Tese de doutoramento em Relações Internacionais, na especialidade de Política Internacional e Resolução de Conflitos, apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/32089
Direitos: embargoedAccess
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