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Título: As sementes de Cadmo : autoctonia, miasma, nemesis e o trágico nas tragédias do ciclo tebano
Autor: Braga, Alessandro 
Orientador: Leão, Delfim
Palavras-chave: Autoctonia; Miasma; Nemesis; Trágico; Tragédia; Cadmo; Tragédias do ciclo tebano; Estudos Clássicos; Mundo Antigo
Data: 15-Jun-2015
Citação: BRAGA, Alessandro Eloy - As sementes de Cadmo : autoctonia, miasma, nemesis e o trágico nas tragédias do ciclo tebano. Coimbra : [s.n.], 2015. Tese de doutoramento. Disponível na WWW em: <http://hdl.handle.net/10316/28494>
Resumo: A linhagem real do fundador da cidade de Tebas, o Tírio Cadmo, é representada em sete tragédias escritas pelos três tragediógrafos atenienses cujas obras chegaram até o nosso tempo: Ésquilo, em Os Sete contra Tebas; Sófocles, em Antígona, Rei Édipo e Édipo em Colono; Eurípides, em As Suplicantes, As Fenícias e As Bacantes. O objetivo deste trabalho de tese foi verificar a presença da autoctonia nestas setes peças atenienses ambientadas em Tebas, a partir do mito tebano de autoctonia protagonizado por Cadmo, e as influências desta no destino trágico que assola as sucessivas gerações de reis do oikos do fundador e sua cidade. A autoctonia é o substantivo que se refere à qualidade de autochthon atribuída àquele povo que habita a mesma terra desde há tempos imemoriais ou, em um contexto mítico, àquele que brotou da terra. Nestes dois contextos, a autoctonia tornou-se um aspecto de suma importância para a organização social e política das cidades-estado gregas, especialmente em relação à Atenas. Nesta cidade, entre os séculos VII e IV a.C., a autoctonia foi um importante critério na atribuição da cidadania, além de ser utilizada como instrumento ideológico na elaboração de leis e na condução da política interna e externa da Ática. Para além destas duas concepções, a presente investigação, contudo, apontou para uma terceira acepção, na qual a autoctonia configura-se como um ‘sentimento de pertença mútua’ entre autochthon e patris, caracterizado como uma ligação congênita, inata, afetiva e misteriosa a qual os une incondicionalmente. Esta relação entre filho e terra-mãe revelou-se como algo que exerce grande influência na formação da identidade e na vida de ambos. Nas sete tragédias do ciclo tebano, tais influências ficam evidentes em relação à formação da identidade coletiva e ao destino trágico que recai sobre Tebas durante o domínio do oikos de Cadmo representado no percurso das sete peças. Verificamos ainda que, no caso de Tebas, ao contrário do que se vê na história antiga ateniense, a autoctonia não é representada em seus valores positivos, mas como o fio condutor de uma maldição resultante da nemesis de Ares, desencadeada pelas ações de Cadmo as quais formam o mito tebano de autoctonia, e que recaiu sobre a linhagem real do fundador e sua cidade na forma de várias ações aniquiladoras. Assim, a autoctonia tornou-se um miasma que polui o solo tebano, é transmitido aos descendentes do primeiro rei de Tebas e condena a cidade ao sofrimento e à ruína ininterrupta até que a linhagem do fundador chegue ao fim. De resto, torna-se perceptível que o entendimento dos motivos pelos quais Tebas sofre seguidos infortúnios passa pela leitura conjunta destas sete tragédias do ciclo tebano que chegaram até nós, pois apenas desta maneira é possível observar de forma completa a saga do oikos de Cadmo, o qual revelou-se protagonista de uma tragédia própria, que não foi escrita na forma de uma peça pelos antigos dramaturgos, mas que se revela entremeada no corpo destas sete tragédias.
Descrição: Tese de doutoramento em Estudos Clássicos, ramo Mundo Antigo, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/28494
Direitos: openAccess
Aparece nas coleções:FLUC Secção de Estudos Clássicos - Teses de Doutoramento

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