Effects of eucalyptus globulus plantations on soil Collembola and on fauna mediated soil biological processes : comparison with autochthonous forests

Abstract

O principal objectivo deste estudo foi contribuir para o conhecimento dos impactos do processo de reflorestação com eucalipto (Eucalyptus globulus) ao nível dos padrões de biodiversidade da Colêmbolos edáficos (abordagem estrutural) e ao nível das interacções entre organismos detritívoros (Isópodes) – microorganismos – folhas em decomposição (abordagem funcional). Os resultados obtidos na abordagem estrutural mostraram que a substituição de um povoamento autóctone por uma plantação de eucalipto acarreta sempre uma alteração da composição específica da comunidade de Colêmbolos e, na maior parte dos casos, um decréscimo nos valores dos descritores de diversidade. A magnitude dos efeitos parece ser condicionada não só pelas práticas de maneio florestal adoptadas aquando da instalação e gestão da plantação (frequência, intensidade e extensão espacial), mas também pela capacidade da essência autóctone em suportar uma comunidade rica em espécies. Os resultados obtidos na abordagem funcional mostraram que na interacção “folha-microorganismos-detritívoros” durante os estádios iniciais da decomposição apesar da influência significativa dos Isópodes no incremento da actividade microbiana, a mineralização de nutrientes (e.g., azoto e fósforo) potenciada por estes organismos foi muito menor nas folhas de eucalipto do que nas restantes essências analisadas. Estes aspectos, aliados ao facto de que em plantações de eucalipto pode ocorrer não só uma simplificação da estrutura do habitat, mas também um assincronia entre a oferta e a procura de elementos de boa qualidade, podem condicionar a existência de populações viáveis destes detritívoros, com as consequências associadas ao nível do processo de decomposição. De um modo geral, os resultados obtidos neste estudo apontam para que a adopção de medidas de maneio mais conservadoras aquando da instalação e gestão das plantações, aliadas à introdução/manutenção de áreas de floresta autóctone no seio das mesmas (aumentando a resiliência espacial na área), podem contribuir para a manutenção de comunidades edáficas mais estáveis, e por isso para o funcionamento regular do sistema edáfico nas áreas geridas.