Duas faces da vinculação em grávidas e mães adolescentes: “Bonding” e percepção das relações devinculação com os pais

Abstract

Quando estudamos a gravidez e/ou maternidade na adolescência, constatamos que a vinculação perpassa toda essa área de investigação. Nesse sentido, o estudo apresentado destina-se a investigar o modo como grávidas e mães adolescentes se encontram emocionalmente envolvidas com o bebé e também, o modo como percepcionam as relações de vinculação com a sua mãe e com o seu pai. Desse modo, a nossa amostra (N=37), foi avaliada através dos seguintes instrumentos: Questionário sócio-demográfico; Escala Bonding (Figueiredo, Marques, Costa, Pacheco & Pais, in press); Inventário da Vinculação na Adolescência (IPPA – Neves, 1995). Não encontrámos qualquer correlação estatisticamente significativa entre o Bonding e a percepção das relações de vinculação com os pais em grávidas e/ou mães adolescentes. Contudo, algumas das variáveis sócio-demográficas e outras associadas à gravidez influenciaram os resultados do Bonding e do IPPA. Curiosamente, verificámos que o “estado civil dos pais”, o “estado civil da própria”, a “conjugalidade” e a “atitude do pai” da própria se destacavam, quando analisávamos os resultados obtidos na escala Bonding e no IPPA. Enfatizou-se ainda, a importância em investigar, mais especificamente, a dimensão da vinculação na maternidade (não apenas na gravidez), abrindo reflexão para a potencial existência de variáveis mediadoras que, eventual e paralelamente, poderão explicar o Bonding e a percepção das relações de vinculação com os pais nas grávidas e mães adolescentes. Estabelecendo como objectivo o estudo do funcionamento relacional da adolescente com os seus pais e o seu bebé, acreditamos que, desse modo, é possível construir uma intervenção e prevenção ao nível da relação precoce mãe-filho, junto da população adolescente.

When we study pregnancy and motherhood in adolescence, we report that attachment pass by all this area of investigation. In this way, the introduced study is intended to investigate the way how adolescent pregnants and mothers are emotionally involved with baby, and also the way how they perceive attachment relationships with their mother and father. Thus, our sample (N=37) was assessed through the next instruments: sociodemographic questionnaire, Bonding scale (Figueiredo, Marques, Costa, Pacheco, & Pais, in press), Inventory of Parent and Peer Attachment (IPPA – Neves, 1995). We didn’t find any statistically significant correlation between Bonding and the perception of attachment with parents in adolescent pregnants and mothers. However, some of the sociodemographic variables and others associated with pregnancy influenced the results in Bonding scale and IPPA. Curiously, we test that “marital status”, “conjugality”, and “father’s attitude” became visible, when we analysed the results of Bonding and IPPA. We also emphasized the importance of investigate, more specifically, the attachment’s dimension in motherhood (not only in pregnancy), opening reflection to the potencial existence of intermediary variables which, possible and similarly, could explain bonding and adolescent pregnant’s or mother’s perception about the attachment relationships with parents. Establishing as purpose the study of adolescent’s relational functioning with her parents and baby, we believe that, on this way, it’s possible to build intervention and prevention related with early relation between mother-son, near the adolescent population.