A percepção do stress e das estratégias de coping familiares em reclusos: um estudo exploratório

Abstract

O presente projecto de investigação tem como objectivo analisar a percepção do stress e estratégias de coping familiares em reclusos, averiguando possíveis diferenças estatísticas entre a amostra de estudo e a amostra de comparação. Tendo este objectivo em vista, procedeu-se à aplicação de um protocolo constituído pelos instrumentos de avaliação FILE e F-COPES, completados com um questionário demográfico. Num primeiro momento, efectuou-se uma comparação entre estas duas amostras, equivalentes em género. Os resultados obtidos revelaram diferenças estatisticamente significativas na percepção do stress familiar com os reclusos a registarem uma pontuação mais elevada a este nível. Relativamente à percepção das estratégias de coping, não se registaram diferenças estatisticamente significativas entre ambos os grupos, à excepção do factor “procura de apoio espiritual”, onde os reclusos pontuaram significativamente mais. Num segundo momento, procedeu-se à análise da influência de possíveis variáveis mediadoras, sociodemograficas e familiares, na percepção do stress e coping familiares. Embora de carácter exploratório, esta investigação pode ser um impulsionador de novos estudos e reflexões que, consequentemente, ajudem a implementar novas práticas ou serviços de apoio às famílias dos reclusos.

The current investigation project has as purposes to analyze the perception of family stress and coping strategies in inmates, identifying possible statistical differences between the study sample and the sample for comparison. Having this purpose in view, proceeded to the implementation of a protocol consisting of assessment tools FILE and FCOPES, supplemented with a demographic questionnaire. At first, these two sub-samples were compared, similar in genre. The results revealed statistically significant differences in perception of family stress with the inmates to record a higher score at this level. Regarding the perception of coping strategies, there were no statistically significant differences between both groups, except for the factor "seeking spiritual support", where inmates scored significantly higher. In a second time, proceeded to examine the influence of possible mediating variables, sociodemographic and family, the perception of stress and family coping. Although exploratory, this investigation can be a stimulus to further studies and reflections that, consequently, help implement new practices or support services to families of inmates.