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https://hdl.handle.net/10316/14252
Título: | Estratégia invasiva em síndromes coronárias agudas sem supradesnivelamento de ST: riscos e benefícios numa população de idosos | Outros títulos: | Invasive strategy in non-ST elevation acute coronary syndromes: risks and benefits in an elderly population | Autor: | Lourenço, Carolina Teixeira, Rogério António, Natália Saraiva, Fátima Baptista, Rui Jorge, Elisabete Monteiro, Sílvia Gonçalves, Francisco Monteiro, Pedro Matos, Vítor Calisto, João Faria, Henrique Gonçalves, Lino Freitas, Mário Providência, Luís A. |
Palavras-chave: | Síndromes coronárias agudas; Estratégia invasiva; Idosos; Prognóstico; Acute coronary syndromes; Invasive strategy; Elderly; Prognosis | Data: | Out-2010 | Editora: | Sociedade Portuguesa de Cardiologia | Citação: | "Revista Potuguesa de Cardiologia". ISSN 0304-4750. 29:10 (2010) 1451-1472 | Título da revista, periódico, livro ou evento: | Revista Potuguesa de Cardiologia | Número: | 10 | Local de edição ou do evento: | Lisboa | Resumo: | Introdução: A idade é um importante factor
prognóstico em contexto de síndromes
coronárias agudas (SCA). A estratégia
invasiva tem demonstrado benefício em
muitas populações com SCA sem
supradesnivelamento de ST; contudo,
continua a ser um tema controverso em
doentes mais susceptíveis a complicações
relacionadas com o procedimento, como os
idosos, uma população sub-representada nos
estudos sobre a matéria.
Objectivo: Comparar o prognóstico intra-
-hospitalar e a longo prazo de doentes idosos
com SCA sem supradesnivelamento do
segmento ST submetidos a estratégia invasiva
versus estratégia conservadora. Pretendemos
ainda caracterizar os doentes seleccionados
para uma abordagem inicialmente invasiva.
Métodos: Estudo observacional, longitudinal,
prospectivo e contínuo, incluindo 307
doentes com idade superior a 75 anos
consecutivamente hospitalizados por SCA
sem supradesnivelamento de ST. Foram
formados dois grupos de acordo com a
abordagem adoptada: Grupo A (n=91) –
doentes submetidos a uma estratégia invasiva
precoce; Grupo B (n=216) – doentes
submetidos a uma estratégia conservadora.
Procedeu-se a um seguimento clínico mediano de 18 meses.
Resultados: Os doentes abordados de forma
invasiva eram mais novos (79,8 ± 3,2 versus
81,4 ± 3,9 anos, p<0,001), mais
frequentemente do sexo masculino (63,7
versus 50,9%, p=0,04), tinham maior
incidência de doença coronária prévia,
receberam clopidogrel mais frequentemente e
tiveram um internamento mais longo (5,8 ±
3,1 versus 4,9 ± 2,6 dias, p=0,01). Os doentes
submetidos a estratégia conservadora
apresentaram classes de Killip superiores e
foram tratados mais frequentemente com
diuréticos durante a hospitalização. O grupo
submetido a estratégia invasiva apresentou
uma maior incidência de complicações intra-
-hospitalares (13,6 versus 4,9%, p=0,009),
não tendo havido diferenças significativas
nas taxas de mortalidade. A análise
multivariada mostrou que a estratégia
invasiva foi preditora independente de
morbilidade intra-hospitalar (OR=3,55). No
seguimento clínico verificou-se que as taxas
de MACE (56,3 versus 33,3%, p=0,002) e
morte (32,5 versus 13,8%, p=0,007) foram
superiores no grupo que foi submetido a
estratégia conservadora e a estratégia
invasiva foi um dos factores protectores
relativamente a incidência de eventos
cardíacos adversos major (MACE); o mais
potente preditor de mortalidade foi a fracção
de ejecção do ventrículo esquerdo <50%.
Conclusões: Apesar da estratégia invasiva ter
estado associada a um aumento de
complicações intra-hospitalares, condicionou
um melhor prognóstico a longo prazo. Estes
dados mostram que a idade não deve ser um
critério isolado na selecção de doentes para o
uso de estratégia invasiva e são a favor da
sua realização precoce na população idosa. Introduction: Age is an important prognostic factor in acute coronary syndromes (ACS). An invasive strategy has been shown to benefit many non-ST elevation ACS populations; however, there is some controversy regarding patients who are more susceptible to procedure-related complications, such as the elderly, an under-represented population in the studies on this subject. Objective: We aimed to compare the in-hospital and long-term prognosis of elderly patients with non-ST elevation ACS treated with either invasive procedures or a conservative strategy, and to characterize the patients selected for an early invasive approach. Methods: This observational, longitudinal, prospective and continuous study included 307 patients aged over 75 years consecutively admitted for non-ST elevation ACS. They were divided into two groups, according to the approach adopted: Group A (n=91) – patients treated with an early invasive strategy; and Group B (n=216) – patients treated conservatively. The median clinical follow-up was 18 months. Results: The subjects who were treated invasively were younger (79.8±3.2 vs. 81.4±3.9 years, p<0.001) and more often male (63.7 vs. 50.9%, p=0.04), had a higher incidence of previous coronary artery disease, were more often treated with clopidogrel, and had a longer hospital stay (5.8±3.1 vs. 4.9±2.6 days, p=0.01). Patients managed conservatively presented higher Killip class, and were more often treated with diuretics during hospitalization. The group treated by an invasive approach presented a higher incidence of in-hospital complications (13.6 vs. 4.9%, p=0.009), but there were no significant differences in mortality rates. Multivariate analysis showed that an invasive strategy was an independent predictor of in-hospital morbidity (OR=3.55). In follow-up, rates of MACE (56.3 vs. 33.3%, p=0.002) and death (32.5 vs. 13.8%, p=0.007) were higher in the group that received conservative treatment, and an invasive strategy was a protective factor against MACE; the strongest predictor of mortality was left ventricular ejection fraction <50%. Conclusions: Although an invasive strategy was associated with increased in-hospital complications, it was shown to confer a better long-term prognosis. These data show that age should not be the only criterion in selecting patients for an invasive strategy and favor early adoption of this approach in the elderly. |
URI: | https://hdl.handle.net/10316/14252 | ISSN: | 0304-4750 | Direitos: | openAccess |
Aparece nas coleções: | FMUC Medicina - Artigos em Revistas Nacionais |
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