Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316/11973
Title: Educação sexual na escola: Um estudo sobre os projectos de educação para a saúde
Authors: Pereira, Vânia João Cristino 
Orientador: Pinheiro, Maria do Rosário Moura
Keywords: Educação sexual; Educação para a saúde
Issue Date: 2009
Abstract: A Educação Sexual na Escola, enquanto área prioritária dos Projectos de Educação para a Saúde, é cada vez mais um tema frequente tanto nos meios académicos como nas salas de professores. Sendo um tema inesgotável quanto às suas problemáticas, tem sido crescentemente alvo de muitos estudos e discussões, algumas medidas normativas e legislativas e inúmeras iniciativas educativas. Estas últimas têm assumido relevo nos Projectos de Educação para a Saúde (EpS) integrados nos Projectos Educativos de Escola. Partindo do entendimento de que a Escola é um espaço privilegiado e indicado para acontecer EpS, ao longo deste trabalho, procurou-se realizar uma reflexão sobre a EpS e a Educação Sexual (como uma das suas áreas prioritárias) abordando conceitos e modelos de Educação Sexual (ES), assim como a sua perspectiva histórica e quadro legal português actual (Capítulo 1). A Escola, a ES e os projectos e programas de ES nas escolas foram também temáticas de fundamentação deste trabalho (Capítulo 2), cuja investigação empírica se debruçou sobre os Projectos de ES ocorridos no âmbito dos Projectos de EpS na Escola, tendo sido realizados dois estudos. Um primeiro estudo (Capítulo 3), consistiu numa investigação por questionário em que participaram 32 Professores-coordenadores do Projecto de EpS das Escolas/Agrupamentos na Região Centro com Alunos do Ensino Básico e Secundário. Pretendeu-se sistematizar informação acerca da organização técnica, pedagógica e científica das equipas e dos projectos, bem como das estratégias de implementação desses projectos, com especial ênfase para a área prioritária de ES. Num segundo estudo (Capítulo 4), foram realizadas entrevistas a 10 dos referidos Professores-coordenadores com o objectivo de aprofundar o nosso conhecimento acerca dos referidos projectos, das metodologias adoptadas, da sua supervisão, avaliação e divulgação, auscultando com profundidade as perspectivas e concepções de EpS e ES dos Professores-coordenadores. Nos resultados obtidos é possível verificar que a “Sexualidade e Infecções Sexualmente Transmissíveis” é a área de intervenção prioritária contemplada em 100% dos Projectos de EpS, seguida das áreas do “Consumo de substâncias psicoactivas” e “Alimentação e Actividade física” (em 84.4% dos projectos) e a “Violência em meio escolar” (em 53.1% dos projectos), sendo diversas as estratégias de implementação, quer nas áreas curriculares disciplinares (em 87.5% dos projectos), quer nas áreas curriculares não disciplinares (em 90.6% dos projectos), quer nas actividades de enriquecimento curricular (em 71.9% dos projectos). A maioria (71.9%) dos Professores-coordenadores não possui formação inicial na área da ES, apesar de 63.3%, terem a sua formação inicial na área das Ciências Naturais (Biologia e/ou Geologia). Já a formação contínua é mencionada por 75.0% dos inquiridos. Os projectos estabelecem parcerias com várias instituições/recursos comunitários, acontecendo em todos os projectos a parceria com os Centros de Saúde. O envolvimento dos elementos da comunidade educativa no projecto é variável, destacando-se o maior envolvimento no seio dos alunos e o pior no grupo dos Pais/Encarregados de Educação. Apesar de 93.75% dos investigados conhecerem bem as recomendações emanadas pelos relatórios do Grupo de Trabalho de Educação Sexual (GTES) são 23.3% os casos que implementaram totalmente a metodologia de projecto proposta, referindo 73.4% que implementam “parcialmente”. Verifica-se de facto que algumas medidas propostas pelo GTES apresentam baixa implementação, nomeadamente a criação dos Gabinetes de Apoio ao Aluno (existente em 53.1% das escolas deste estudo), a aplicação dos conteúdos mínimos para o Ensino Básico (em particular para o 2.º e 3.º Ciclos), a aplicação das sessões mensais na área específica da sexualidade, nas áreas curriculares não disciplinares, com avaliação obrigatória dos conteúdos, e ainda, a implementação da metodologia de projecto assente na intervenção planeada, participativa e com a co-responsabilização dos parceiros. Salienta-se ainda que as práticas de avaliação do projecto se limitam à elaboração e apresentação dos relatórios de actividades ao Conselho Pedagógico pelos Professores-coordenadores ou pela equipa do projecto (quando constituída), não existindo intervenção das parcerias nesta actividade. Por outro lado, as referências às práticas de divulgação de resultados e de supervisão dos projectos são consideradas pelos próprios Professores-coordenadores frágeis e parcas. Apesar de todas as dificuldades existentes, os Professores-coordenadores avaliam positivamente as iniciativas da ES, e consideram-se satisfeitos profissionalmente com a coordenação do projecto. O conjunto de resultados apresentados permitem-nos reforçar a importância da ES, levando-nos a considerar a Escola como local fundamental para a Educação Sexual informal, não formal e formal. A finalizar este trabalho, e em resposta à expressa e identificada necessidade de instrumentos de apoio à supervisão e avaliação dos Projectos de EpS apresentam-se três propostas de questionários que devem ser entendidos como grelhas de orientação para a avaliação inicial, contínua e final de Projectos de Educação para a Saúde nas escolas.
Sexual Education at School, as priority area of the Health Education Projects is more and more a recurrent matter, both in the academic environment and in the teacher’s rooms. Being an endless theme in what concerns its issues, it has increasingly become an object of many studies and discussions, of some normative and legislative measures and of countless educational initiatives. The former ones have gained significance in the Health Education Projects (HEP) integrated in School Educational Projects. Assuming School as a privileged and suitable place for the HEP to occur, throughout this work, we tried to concentrate on the HEP and Sexual Education (as one of its priority areas) approaching concepts and models of Sexual Education (SE), as well as its historical perspective and the present Portuguese legal frame (Chapter 1). School, SE and the SE projects and programmes at schools have also been grounding themes of this work (Chapter 2), whose empiric research leaned over the Sexual Education Projects taken place within the Health Promotion and Education Projects at School, where two studies were completed. A first study (Chapter 3) consisted of a survey based on a questionnaire in which 32 Teachers/Coordinators of Health Education Projects from Schools in the Centre Region, with students from Basic and Secondary Education. We aimed to systematize information concerning the technical, pedagogic and scientific organization of the teams and projects, as well as the implementation strategies of those projects, with a special emphasis on the priority area of Sexual Education. In a second study (Chapter 4), ten of the referred Teachers/Coordinators were interviewed with the purpose of expanding our knowledge about the given projects, the adopted methodologies, their supervision, evaluation and promotion, enquiring in depth the Teachers’/Coordinators’ perspectives and conceptions of the HEP and SE. In the obtained results, it is possible to verify that "Sexuality and Sexually Transmitted Diseases" is the priority intervention area present in 100% of the HEP, followed by the areas of "Consumption of psychoactive substances" and "Food and Physical activity" (in 84.4% of the projects) and "Violence in school context" (in 53.1% of the projects), being several the implementation strategies, either in the curricular areas (in 87.5% of the projects), or in the non-curricular areas (in 90.6% of the projects), or in the activities of curricular enrichment (in 71.9% of the projects). The majority (71.9%) of the Teachers/Coordinators do not have any initial training in the SE area, despite 63.3% have their initial Degree in the field of Natural Sciences (Biology and/or Geology). As for continuous training, it was mentioned by 75.0% of those inquired. The projects establish partnerships with several community institutions/resources, particularly all of them with Health Care Centres. The participation of the educational community's elements in the project is variable, where the students' partaking is higher and lesser within the parents and child carers. Although 93.75% of those surveyed are fully aware of the recommendations emanated by the reports of the Sexual Education Workgroup (SEW), only 23.3% of the cases fully implement the methodology of the proposed project, 73.4% stating they "partially" implement it. It is, thus, noticeable that some measures proposed by the SEW present a low level of implementation, namely the creation of the Students’ Advisory Offices (present in 53.1% of the schools in this study), the implementation of the minimum contents for the Basic Education (specially for the 2nd and 3rd stage of studies), the carrying out of monthly sessions in the specific area of sexuality in the non-curricular areas, with compulsory evaluation of contents, and still, the implementation of the project methodology based on planned, participative intervention, and with the co-responsibility from the partners. We also point out that the evaluation practices of the project are limited to the working up and presentation of the activities report to the School Board by the Teachers/Coordinators or by the project team (when constituted), therefore with no intervention from the partnerships in this activity. On the other hand, the references to the practices of presentation of results and supervision of the projects are envisaged by the Teachers/Coordinators themselves as fragile and scarce. Despite all the existent difficulties, the Teachers/Coordinators evaluate positively the SE initiatives and they consider themselves professionally pleased with the coordination of the project. The group of results presented allows us to reinforce the importance of SE, leading us to consider School as a fundamental place for informal, non-formal and formal Sexual Education. To conclude this work and, in response to the expressed and identified need of support instruments to the supervision and evaluation of the HEP, we present three suggestions of questionnaires that should be understood as guiding lines for the initial, continuous and final evaluation of Health Education Projects at schools.
En tant que domaine prioritaire des Projets éducatifs en matière de santé, l’éducation sexuelle à l’école est devenue un thème de plus en plus récurrent aussi bien dans les milieux académiques que dans les salles des professeurs. S’agissant d’un thème inépuisable du point de vue des problématiques, il fait l’objet de plusieurs recherches et discussions, de quelques mesures normatives et législatives et de nombreuses initiatives éducatives. Ces dernières assument un rôle de plus en plus important au niveau des Projets éducatifs en matière de santé (EpS) compris dans les Projets éducatifs scolaires. Partant du principe que l’école est un espace privilégié et indiqué pour les EpS, la présente étude ébauche une réflexion sur les EpS et l’Education sexuelle (entendue comme l’un de ses domaines prioritaires) en traitant des concepts et des modèles d’Education sexuelle (ES), ainsi que de sa perspective historique et de l’encadrement légal actuel au Portugal (Chapitre 1e). L’Ecole, l’ES et les projets/cursus d’ES à l’école sont les thématiques de base de cette étude (Chapitre 2e), dont la recherche empirique s’est penchée sur les projets d’ES survenus dans le cadre des projets d’EpS à l’école, deux études ayant été réalisées. La première étude (Chapitre 3e) menée est une enquête qui a compté sur la participation de 32 Professeurs coordinateurs du projet d’EpS des écoles/groupements de la région centre, et des élèves de l’enseignement de base et secondaire. Le but est de systématiser l’information sur l’organisation technique, pédagogique et scientifique des équipes et des projets, ainsi que les stratégies de mise en oeuvre de ces projets, mettant en exergue le domaine prioritaire de l’ES. Lors d’une deuxième étude (Chapitre 4e), dix (10) des Professeurs coordinateurs mentionnés ont été interviewés afin d’approfondir nos connaissances sur les projets concernés, sur les méthodologies adoptées, leur supervision, l’évaluation et la diffusion, tout en analysant au détail les perspectives et les conceptions des EpS et de l’ES des Professeurs coordinateurs. Tenant compte des résultats obtenus, il est possible de vérifier que “la Sexualité et les Infections sexuellement transmissibles” sont les domaines d’intervention prioritaire contemplés dans 100 % des projets d’EpS, suivis de “l’usage de substances psycho-actives”, de “l’Alimentation et l’Activité physique” (dans 84.4% des projets), de “la Violence en milieu scolaire” (en 53.1% des projets), et que ont été mise en place des stratégies diverses, soit dans les domaines des programmes disciplinaires (dans 87.5% des projets),soit dans les domaines des programmes nom disciplinaires (dans 90,6% des projets), et dans les activités et l’enrichissement du cursus (dans 71.9% des projets). La plupart (71,9%) des Professeurs coordinateurs n’ont pas de formation initiale en ES, quoique 63.3% aient une formation de base en sciences naturelles (biologie et/ou géologie). La formation continue est cependant mentionnée par 75.0% des interviewés. Les projets établissent des partenariats avec plusieurs institutions/ressources communautaires, notamment avec les Centres de santé dans 100% des cas. L’engagement des éléments de la communauté éducative dans le projet est variable, l’engagement le plus actif revenant aux élèves, et le moins actif aux parents/responsables d’élèves. Quoique 93.75% des interviewés affirment bien connaître les recommandations établies dans les rapports du Groupe de Travail d’Education Sexuelle (GTES), juste 23.3% des cas ont mis en place la méthodologie du projet proposé dans la totalité, tandis que 73.4% affirment ne l’avoir mis en place que “partiellement”. En effet, il est possible de vérifier que certaines mesures proposées par le GTES ont une faible mise en place, notamment la création des Cabinets de soutien à l’élève (qui n’existent que dans 53.1% des écoles prises en compte dans l’étude), l’application des contenus minimums pour l’enseignement de base (en particulier pour le 2e et le 3e cycles), l’application des séances mensuelles dans le cadre spécifique de la sexualité dans les domaines des programmes nom disciplinaires (les contenus devant être évalués), et, encore, la mise en place de la méthodologie du projet reposant sur l’intervention programmée, participative et comptant sur la co-responsabilisation des partenaires. De souligner que les pratiques d’évaluation du projet se limitent à l’élaboration et à la présentation des rapports d’activités au Conseil pédagogique par les Professeurs coordinateurs ou par l’équipe du projet (le cas échéant), les partenaires n’intervenant pas au niveau de cette activité. D’autre part, les références aux pratiques de diffusion des résultats et de supervision des projets sont jugées faibles et peu nombreuses par les propres Professeurs coordinateurs. Malgré toutes les difficultés existantes, les Professeurs coordinateurs évaluent positivement les initiatives en matière d’ES, et se considèrent satisfaits du point de vue professionnel avec la coordination du projet. L’ensemble des résultats obtenus renforcent l’importance de l’ES, faisant de l’école le lieu par excellence pour l’Education sexuelle informelle, non formelle et formelle. Finalement, et dans le but de répondre au besoin évident d’instruments de soutien à la supervision et à l’évaluation des Projets d’EpS, nous présentons trois propositions de questionnaires devant être envisagées comme des tableaux d’orientation pour l’évaluation initiale, continue et finale des Projets d’Education pour la Santé au sein des écoles.
Description: Dissertação de mestrado em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores, apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
URI: https://hdl.handle.net/10316/11973
Rights: openAccess
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FPCEUC - Teses de Mestrado

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