Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10316/115502
Título: Reshaping the brain using Compassion Focused Therapy for Overeating (CFT-OE): Exploring physiological and psychological processes and outcomes
Outros títulos: Moldar o cérebro através da Terapia Focada na Compaixão para a Sobreingestão Alimentar (CFT-OE): Explorando processos e resultados fisiológicos e psicológicos
Autor: Marques, Cristiana de Campos
Orientador: Pereira, Ana Telma Fernandes
Branco, Miguel Sá Sousa Castelo
Freitas, Paula Cristina Oliveira Castilho
Palavras-chave: overeating; eating psychopathology; Self-Compassion; compassion focused therapy; fMRI; sobreingestão alimentar; psicopatologia alimentar; autocompaixão; terapia focada na compaixão; fMRI
Data: 7-Jun-2024
Projeto: info:eu-repo/grantAgreement/FCT/POR_CENTRO/SFRH/BD/129749/2017/PT 
Título da revista, periódico, livro ou evento: “Reshaping the brain using Compassion Focused Therapy for Overeating (CFT-OE): Exploring physiological and psychological processes and outcomes”
Local de edição ou do evento: FPCEUC
Resumo: Introduction: Overeating is a complex behaviour influenced by multiple factors and poses significant challenges to individuals’ well-being. Despite its prevalence, the intricate neurophysiological and psychological mechanisms originating and maintaining overeating remain relatively poorly understood. Compassion Focused Therapy (CFT), a therapeutic approach focused on addressing shame and self-criticism and cultivating compassion, emerges as a potentially beneficial intervention for individuals struggling with overeating. This thesis sought to contribute to a comprehensive understanding of eating disorder symptoms by addressing three main objectives: 1) validation of psychological measures related to eating psychopathology, 2) exploration of associations between eating psychopathology and psychological processes, including their neural substrates, and 3) development and pilot testing of the effectiveness of an online CFT for overeating (CFT-OE) program, using psychological measures and physiological indicators, such as brain activity and heart rate variability. Method: The eight studies comprised in this dissertation, with cross-sectional and longitudinal designs, including three psychometric studies, three cognitive process-related studies and two intervention-related studies. These studies were conducted using samples of women and men from the general community, women with eating disorders, and women struggling with overeating. Psychological and neurophysiological data were collected through semi-structured clinical interviews, self-report measures, functional magnetic resonance imaging (fMRI), and a pulse finger sensor. Results: Studies focused on assessment highlight the robust psychometric properties and clinical utility of self-report measures specifically designed to assess body and appearance self-conscious emotions, eating disorder-related rumination and food thought suppression. Regarding the psychological mechanisms underlying eating psychopathology, results underscored the central role of body and appearance-related shame, self-criticism, and body dissatisfaction within a network of eating disorder-related symptoms. Furthermore, our findings demonstrated the buffering effect of self-compassion in the relationship between self-disgust and drive for thinness. Cognitive processes, such as self-reassurance, self-criticism, rumination and avoidance, related to eating, weight and body appear to activate a similar brain area network, however, their patterns of activation are substantially distinct. Intervention-related studies revealed a significant improvement after the CFT-OE program in eating psychopathology, shame, self-criticism, self-compassion and fear of self-compassion, with enduring effects after a 3-month follow-up. Furthermore, the CFT-OE program induced changes in brain activity, particularly in putamen and prefrontal cortex, areas involved in habit learning, reward and emotional processing. Heart rate variability metrics were shown to be associated with self-compassion, showing distinct relations depending on the component of self-compassion.Conclusions: The results suggest that shame, self-criticism and self-disgust play a crucial role in eating psychopathology, reinforcing the importance of interventions aimed at addressing these psychological processes. Cultivating compassion and self-compassion skills has proven to be an effective approach to help individuals struggling with overeating, supported by its ability to shape the brain and change heart rate variability. Collectively, these findings contribute to the current body of knowledge on eating psychopathology, paving the way for future research and more targeted and effective interventions grounded in both psychological and neurophysiological dimensions.
Introdução: A sobreingestão alimentar é um comportamento complexo influenciado por múltiplos fatores e que impacta negativamente o bem-estar dos indivíduos. Apesar da sua prevalência, os mecanismos neurofisiológicos e psicológicos que originam e mantêm a sobreingestão alimentar ainda são relativamente pouco compreendidos. A Terapia Focada na Compaixão (CFT), uma abordagem terapêutica centrada em abordar a vergonha e o autocriticismo e em cultivar a compaixão, surge como uma intervenção potencialmente benéfica para indivíduos com sobreingestão alimentar. A presente tese pretendeu contribuir para uma compreensão abrangente dos sintomas inerentes ao comportamento alimentar perturbado, delineando três objetivos principais: 1) validação de medidas psicológicas relacionadas com a psicopatologia alimentar, 2) exploração das associações entre psicopatologia alimentar e processos psicológicos, incluindo os seus substratos neurais e, 3) desenvolvimento e teste piloto da eficácia de um programa online de CFT para sobreingestão alimentar (CFT-OE), utilizando medidas psicológicas e indicadores fisiológicos, como a atividade cerebral e variabilidade da frequência cardíaca.Método: Esta dissertação compreende oito estudos, com desenhos transversais e longitudinais, incluindo três estudos psicométricos, três estudos relacionados com processos cognitivos e dois estudos relacionados com o programa de intervenção. Estes estudos foram realizados com amostras de mulheres e homens da comunidade em geral, mulheres com perturbações alimentares e mulheres com sobreingestão alimentar. Os dados psicológicos e neurofisiológicos foram recolhidos com entrevistas clínicas semiestruturadas, medidas de autorrelato, ressonância magnética funcional (fMRI) e um sensor de pulso.Resultados: Os estudos focados na avaliação destacam as propriedades psicométricas robustas e a utilidade clínica das medidas de autorrelato para avaliar as emoções autoconscientes relacionadas com o corpo e aparência, a ruminação relacionada com psicopatologia alimentar, e supressão de pensamentos sobre comida. Sobre os mecanismos psicológicos subjacentes à psicopatologia alimentar, os resultados destacaram o papel central da vergonha relacionada com o corpo e aparência, autocriticismo, e insatisfação corporal numa rede de sintomas relacionados com o comportamento alimentar perturbado. Além disso, os nossos resultados demonstraram o efeito moderador da autocompaixão na relação entre autoaversão e desejo de magreza. Processos cognitivos, como a autotranquilização, autocriticismo, ruminação e evitamento, relacionados com a alimentação, peso e corpo, parecem ativar uma rede de áreas cerebrais semelhantes, embora os seus padrões de ativação sejam substancialmente distintos. Estudos relacionados com a intervenção revelaram uma melhoria significativa após o programa de CFT-OE na psicopatologia alimentar, vergonha, autocriticismo, autocompaixão e medos da autocompaixão, com efeitos duradouros três meses após o término do programa. Além disso, o programa de CFT-OE induziu mudanças na atividade cerebral, principalmente no putamen e no córtex pré-frontal, áreas envolvidas na aprendizagem de hábitos, processamento de recompensa e emocional. Métricas de variabilidade da frequência cardíaca mostraram estar associadas à autocompaixão, apresentando relações distintas dependendo do componente da autocompaixão.Conclusões: Os resultados sugerem que vergonha, autocriticismo e autoaversão contribuem para a psicopatologia alimentar, o que reforça a importância de intervenções que abordem esses processos psicológicos. O desenvolvimento de competências de compaixão e de autocompaixão mostrou ser uma abordagem eficaz para ajudar pessoas com sobreingestão alimentar, com capacidade de moldar o cérebro e alterar a frequência do ritmo cardíaco. Em conjunto, estes resultados contribuem para uma maior compreensão da psicopatologia alimentar, abrindo caminho para futuros estudos e intervenções mais direcionadas e eficazes fundamentadas em dimensões psicológicas e neurofisiológicas.
Descrição: Tese de Doutoramento em Psicologia apresentada à Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
URI: https://hdl.handle.net/10316/115502
Direitos: embargoedAccess
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