Sexualidades Mayas Contemporáneas: El caso de los Mayas de la Península de Yucatán y Chiapas, México

Abstract

Within the Mayan worldview and religiosity of different historical moments, the energy that moves the cosmos is associated with a complementary masculine-feminine duality and in equal conditions. This interpretation of the world allowed, on the one hand, that Mayan women of different times exercised various functions within the political, economic, social, and even military organization that rebelled against the Iberian occupations in the region. And on the other hand, it made room for the conception of androgynous beings with their respective symbolic positions within societies. Given this context and using a post-colonial and gender approach that is not necessarily binary, this doctoral thesis aims to build theoretical-empirical bridges through case studies on the becoming of people with subaltern sexualities -non-heterosexual and/or non-binary- crossed intersectionally with another of the invisible zones of non-being, that of the systematically precarious indigenous worlds, in this case the Mayan peoples of the Mexican southeast. This approach, together with the use of autoethnographic and autobiographical tools, were the basis for the contextualization, realization and analysis of the in-depth interviews carried out with people self-identified as Mayans -yucatecans-tseltales-tsotsiles- and with a wide spectrum of sexualities; who agreed to participate in the research carried out both in rural Mayan communities and in two urban centers with a strong colonial past in the Altos de Chiapas and Yucatán Peninsula regions. The study reflects the creation of specific ways of re-existing, joining various support networks and social struggles, as well as loving and living the fluid sexualities of the contemporary Mayans.

Dentro da visão de mundo e religiosidade Maya de diferentes momentos históricos, a energia que move o cosmos está associada a uma dualidade masculino-feminina complementar e em igualdade de condições. Essa interpretação do mundo permitiu, por um lado, que mulheres Mayas de diferentes épocas exercessem diversas funções dentro da organização política, econômica, social e até militar que se rebelou contra as ocupações ibéricas na região. E, por outro lado, permitiu a concepção de seres andróginos com suas respectivas posições simbólicas dentro das sociedades. Perante este contexto e utilizando uma abordagem pós-colonial e de género não necessariamente binária, esta tese de doutoramento pretende construir pontes teórico-empíricas através de estudos de caso sobre os percursos de vida de pessoas com sexualidades subalternas -não heterossexuais e/ou não binárias-, ligadas interseccionalmente com outra das zonas invisíveis do não-ser, a dos mundos indígenas sistematicamente precários, neste caso os povos Mayas do sudeste mexicano. Esta abordagem em conjunto com o uso de ferramentas autoetnográficas e autobiográficas foram a base para a contextualização, realização e análise das entrevistas em profundidade realizadas com pessoas autoidentificadas como Mayas -Yucatecan-Tseltal-Tsotzil- e com uma ampla gama de sexualidades que aceitaram participar da pesquisa realizada tanto em comunidades rurais como em dois centros urbanos com forte passado colonial nas regiões de Altos de Chiapas e Península de Yucatán. O estudo reflete a criação de modos particulares de re-existir, unindo várias redes de apoio e lutas sociais, além de amar e viver as sexualidades fluidas dxs Mayas contemporâneos.