Relatórios de Estágio e Monografia intitulada “Exercício físico e dieta como potenciais modificadores da Síndrome Metabólica”

Abstract

A síndrome metabólica é uma condição patológica caracterizada por vários fatores de risco metabólico que incluem obesidade abdominal, dislipidemia, hiperglicemia e hipertensão arterial. A sua definição é complexa e nem sempre foi consensual, muito devido à dificuldade em estabelecer critérios de diagnóstico universalmente aceites. A síndrome metabólica reflete uma ingestão calórica excessiva e um estilo de vida sedentário, que se traduz num balanço energético positivo e, consequentemente, em excesso de peso. O crescente aumento global da prevalência da obesidade tem tornado a síndrome metabólica um problema de saúde pública, devido às suas graves consequências em termos de doença e mortalidade. O diagnóstico precoce e o entendimento dos mecanismos fisiopatológicos da síndrome metabólica são cruciais para que se possa atuar na prevenção e tratamento das complicações que lhe estão associadas (ex. diabetes, doenças cardiovasculares, défice cognitivo). Neste contexto, a adiposidade visceral e a resistência à insulina parecem ser centrais para a síndrome metabólica e para o desenvolvimento dos seus componentes individuais. Como complemento a uma potencial terapia farmacológica visando as complicações associadas à síndrome metabólica, a modificação do estilo de vida, com incorporação da prática de exercício físico e implementação de uma dieta mais saudável apresenta-se como abordagem primária no tratamento da síndrome metabólica. Estas medidas, além de resultarem numa diminuição do balanço energético, interferem com diversos mecanismos fisiopatológicos subjacentes ao desenvolvimento da síndrome metabólica assim cooperando para reduzir eficazmente os fatores de risco e as suas complicações.

Metabolic syndrome is a pathological condition characterized by several metabolic risk factors that include abdominal obesity, dyslipidemia, hyperglycemia, and hypertension and is associated with an increased risk of developing type 2 diabetes mellitus and cardiovascular diseases. Its definition is complex and has not always been consensual, much due to the difficulty in establishing universally accepted diagnostic criteria. The metabolic syndrome reflects an excessive caloric intake and a sedentary lifestyle, which translates into a positive energy balance and consequently overweight. The increasing global prevalence of obesity has made metabolic syndrome a significant public health challenge because of its serious consequences in terms of disease and mortality. Early diagnosis and understanding of the pathophysiological mechanisms of the metabolic syndrome are crucial to prevent and treat its associated complications (e.g., diabetes, cardiovascular disease, cognitive impairment). In this context, visceral adiposity and insulin resistance appear to be central to the metabolic syndrome and the development of its individual components. As a complement to a potential pharmacological therapy aimed at the complications associated with the metabolic syndrome, lifestyle modification, with the incorporation of physical exercise and implementation of a healthier diet, is presented as the primary approach in the treatment of metabolic syndrome. These measures, besides resulting in a decrease in the energy balance, interfere with several pathophysiological mechanisms underlying the development of the metabolic syndrome, thus effectively cooperating to reduce the risk factors and its complications.