O impacto da invasão da Ucrânia nos mercados de ações europeus: uma análise para o setor energético

Abstract

Este estudo visa analisar como a invasão da Ucrânia afetou o setor energético europeu. Tendo o índice STOXX Europe 600 como referência, numa primeira parte, analisaremos de que forma foram impactados os índices setoriais STOXX Oil & Gas e ERIX, de forma a perceber o impacto nos setores das energias fósseis e renováveis, respetivamente. Na segunda parte, a nossa análise foca-se em investigar a influência da invasão da Ucrânia em dois conjuntos de empresas com sede de atuação em países europeus. As empresas são divididas por setores correspondentes àqueles índices setoriais, de forma que se possa comparar esta análise com a da primeira parte. O período em análise compreende 125 dias anteriores ao dia da invasão (24 de fevereiro de 2022) e dois dias após (28 de fevereiro de 2022). Para testar a hipótese se a invasão da Ucrânia afetou os retornos das ações, é utilizada uma metodologia de estudo de eventos para detetar a presença de retornos anormais. Os resultados mostram que, apesar de ambos os setores terem retornos anormais positivos, o setor das energias renováveis foi o mais beneficiado com a invasão da Ucrânia. As empresas não reagiram todas da mesma maneira ao contrário do que seria de esperar. No que toca ao setor fóssil, a empresa mais afetada negativamente foi a OMV da Áustria e a mais afetada positivamente foi a Equinor da Noruega. Já no setor renovável, a empresa com maior impacto positivo na cotação das suas ações foi a Siemens da Espanha. Para o setor renovável, apenas uma empresa teve retornos anormais negativos, nomeadamente a Columbus da Polónia.

This study analyzes how the invasion of Ukraine affected the European energy sector. With the STOXX Europe 600 index as a benchmark, in the first part we analyze how the STOXX Oil & Gas and ERIX sector indices were impacted, in order to understand the impact on the fossil and renewable energies sector, respectively. In the second part, our analysis focuses on investigating the influence of the invasion of Ukraine on two sets of companies based in European countries. Companies are divided by sector, matching the two sector indices, to allow comparison with the results of the first part. The period under analysis comprises 125 days prior to the day of the invasion (February 24, 2022) and two days after (February 28, 2022). To test the hypothesis whether the invasion of Ukraine affected stock returns, an event study methodology is used to detect the presence of abnormal returns. The results show that, although both sectors have seen positive abnormal returns, the renewable energy sector has benefited the most from the invasion of Ukraine. Companies did not all react in the same way, contrary to what one would expect. With regard to the fossil sector, the company most negatively affected was OMV from Austria, and the most positively affected was Equinor from Norway. In the renewable sector, the company with the greatest positive impact on its share price was Siemens from Spain. For the renewable sector, only one company generated negative abnormal returns and that was Columbus from Poland.