Self-Acceptance and Depression in Sexual Minorities: The Mediating Role of Shame and Psychological Flexibility

Abstract

Em comparação com pessoas heterossexuais, as pessoas pertencentes a Minorias Sexuais (MS) têm um risco aumentado no desenvolvimento de psicopatologia, como vergonha e depressão. A autoaceitação da sexualidade e a flexibilidade psicológica surgiram como processos positivos em indivíduos pertencentes a MS, embora ainda haja uma lacuna no estudo dessas variáveis num único modelo. Os objetivos do presente estudo foram validar o Inventário de Autoaceitação da Sexualidade (SASI) para a população Portuguesa (SASI-PT) e explorar o papel mediador da vergonha relacionada com a orientação sexual e da flexibilidade psicológica na associação entre autoaceitação da sexualidade e sintomas depressivos em indivíduos pertencentes a MS. A amostra total deste estudo transversal foi constituída por 357 adultos portugueses pertencentes a MS (MIdade= 25.2 anos). Uma subamostra de 261 indivíduos foi utilizada para o estudo da validade convergente e para o modelo de mediação, e uma subamostra de 35 indivíduos foi utilizada para calcular a correlação teste-reteste. Os resultados mostraram que o SASI-PT apresentou bons índices de ajuste e boa fiabilidade. Diferenças na identidade de género foram encontradas em todas as variáveis do estudo e, assim, esta foi introduzida como uma covariável no modelo de mediação. A autoaceitação da sexualidade correlacionou-se negativamente com a vergonha relacionada com a orientação sexual e com sintomas depressivos e positivamente com a flexibilidade psicológica. Além disso, a vergonha relacionada com orientação sexual e a flexibilidade psicológica tiveram um efeito mediador na relação entre autoaceitação da sexualidade e sintomas depressivos, sugerindo uma mediação total. Estes resultados fornecem novas descobertas, mostrando que não apenas a autoaceitação da sexualidade, mas também a vergonha e a flexibilidade psicológica podem ser alvos importantes a serem abordados na prática clínica com MS com sintomas depressivos.

Compared to heterosexual people, Sexual Minority (SM) people have an increased risk for psychopathology, namely shame and depression. Self-acceptance of sexuality and psychological flexibility have emerged as positive processes for SM individuals, although there is still a gap in the study of these variables in a single model. The aims of the present study were to validate the Self-Scceptance of Sexuality Inventory (SASI) for the Portuguese population (SASI-PT), and to explore the mediating role of shame related to sexual orientation and psychological flexibility on the association between self-acceptance of sexuality and depressive symptoms in SM individuals. The total sample of this cross-sectional study consisted of 357 Portuguese SM adults (Mage = 25.2 years). A subsample of 261 individuals was used for the study of the convergent validity and for the mediation model, and a subsample of 35 individuals was used to compute the test-retest correlation. Results showed that the SASI-PT presented good fit indexes and good reliability. Differences in gender identity were found in all study variables and, thereby, it was introduced as a covariable in the mediation model. Self-acceptance of sexuality was negatively correlated with shame related to sexuality and with depressive symptoms and positively correlated with psychological flexibility. Furthermore, shame related to sexual orientation and psychological flexibility had mediating effect in the relationship between self-acceptance of sexuality and depressive symptoms, suggesting a total mediation. These results provide novel findings showing that not only self-acceptance of sexuality and but also shame and psychological flexibility may be important targets to address in clinical practice withsexual minorities with depressive symptoms.