A Ansiedade Matemática em alunos do ensino básico e secundário: Desafios e Hipóteses para o futuro

Abstract

Mathematical anxiety can be defined as the negative reaction experienced by individuals, children, or adults, when they are confronted with situations involving mathematical problems. This reaction manifests itself in many ways, ranging from minor and apparent frustration to emotional overload with physiological effects. Thus, mathematics anxiety is characterised by avoidance patterns regarding the use of mathematics, as well as degradable physical reactions, negative attributions to mathematics as well as negative personal attributions. Mathematics anxiety is a real problem in schools and affects many students to a lesser or greater extent. Based on a quantitative methodology, this study aims to develop a correlational study to address mathematics anxiety in students from 7th to 12th grade, characterising it in terms of students' sociodemographic characteristics analysing the relationships between this and the motivational variables of the students. To this end, a questionnaire was applied to 80 students to assess their mathematics anxiety and their perceptions of mathematics classes. The results showed that students with higher levels of school achievement have lower levels of mathematics anxiety. In addition, students' characteristics such as gender, retention, socioeconomic support influence mathematics anxiety levels, with girls being more anxious, students who have been held back for at least one year being more anxious, and students receiving socioeconomic support. Considering these results, it is essential to develop appropriate strategies aimed at reducing mathematics anxiety, especially in students with the above-mentioned characteristics, working towards the right of inclusion and equality that mathematics education integrates, thus allowing for the education of more active and participating citizens.

A ansiedade matemática pode ser definida como sendo a reação negativa experimentada pelos indivíduos, crianças ou adultos, quando são confrontados com situações que envolvem problemas matemáticos. Esta reação manifesta-se de vários modos, podendo ir desde uma pequena e aparente frustração até a uma sobrecarga emocional com efeitos fisiológicos. Deste modo, a ansiedade matemática caracteriza-se por padrões de evitamento relativamente ao uso da matemática, assim como reações físicas degradáveis, atribuições negativas à matemática assim como atribuições pessoais negativas. A ansiedade matemática constitui um verdadeiro problema no âmbito escolar atingindo vários estudantes num menor ou maior grau. Tendo como base uma metodologia quantitativa, o presente trabalho tem como objetivo desenvolver um estudo correlacional de forma a abordar a ansiedade matemática em alunos do 7º ao 12º ano, caracterizando-a em termos de características sociodemográficas dos alunos e examinando as relações desta com o rendimento escolar a matemática e com variáveis motivacionais dos respondentes. Para tal aplicou-se um questionário a 80 alunos, onde se avaliou a sua ansiedade matemática assim como as suas perceções relativamente às aulas de matemática. Os resultados mostraram que alunos com níveis mais altos de desempenho escolar apresentam menores índices de ansiedade matemática. Além disso, as características dos alunos como género, retenção escolar e nível de escolaridade estão associados com os níveis de ansiedade matemática, sendo que as raparigas se apresentam mais ansiosas e alunos que já ficaram retidos pelo menos um ano apresentam-se mais ansiosos a respeito da matemática. Finalmente, encontraram-se algumas associações entre a ansiedade matemática, a autoeficácia e a perceção da estrutura de objetivos na sala de aula. Tendo em conta estes resultados torna-se fundamental o desenvolvimento de estratégias adequadas e orientadas para a diminuição da ansiedade matemática, especialmente nos alunos com as características referidas, trabalhando para o direito de inclusão e igualdade que o ensino de matemática integra, permitindo, assim a formação de cidadãos mais ativos e participantes.