Relatório de Estágio e Monografia intitulada "A importância dos nanossistemas no direcionamento cerebral de fármacos antipsicóticos"

Abstract

Os fármacos antipsicóticos orais são o tratamento de primeira linha utilizado em perturbações psicóticas, como a esquizofrenia e a perturbação afetiva bipolar. Todavia, apresentam inúmeros efeitos adversos que, muitas das vezes, se sobrepõem à sua eficácia terapêutica, o que resulta numa não-adesão por parte do doente. O desenvolvimento de novas estratégias para a entrega dos antipsicóticos, no sistema nervoso central, tem sido um constante desafio devido, sobretudo, à permeabilidade seletiva da barreira hematoencefálica. No entanto, estudos in vivo farmacocinéticos e farmacodinâmicos recentes demonstraram que a administração intranasal dos antipsicóticos, comparativamente à administração oral ou intravenosa, é mais vantajosa, na medida em que possibilita um direcionamento cerebral, através da via olfativa e dos nervos trigémeos, reduzindo os efeitos secundários sistémicos e maximizando a eficácia terapêutica. Para além disso, revelaram que a utilização de nanopartículas poliméricas e lipídicas sólidas, transportadores lipídicos nanoestruturados, nanoemulsões, nanoemulgéis, nanossupensões, niossomas, Spanlastics e micelas poliméricas mistas, é uma estratégia promissora, uma vez que, apresentam um tamanho de partícula/gotícula reduzido, ideal para administração intranasal, estabilidade e elevada eficiência de encapsulação. Contudo, é fundamental continuar a investigação neste ramo, nomeadamente, através da realização de mais estudos a longo termo, que incluam dados mais homogéneos.

Orally administered antipsychotic drugs are the first line treatment in the management of psychosic disorders, such as schizophrenia and bipolar disorder. Nevertheless, adverse drug reactions hinder clinical outcomes, resulting in patient non-compliance. The design and implementation of adequate formulation strategies for enhancing drug delivery and targeting to the brain has been a significant challenge, mainly due to the restrictive properties of the blood-brain barrier. However, recent pharmacokinetic and pharmacodynamic in vivo assays confirmed that there is evidence of the advantage of the intranasal route, when compared to oral and intravenous administration, as it allows the possibility of direct nose-to-brain transport, via neuronal olfactory and trigeminal pathways, reducing systemic side effects and maximizing therapeutic outcomes. In addition, the formulation of polymeric and solid lipid nanoparticles, nanostructured lipid carriers, nanoemulsions, nanoemulgel, nanosuspensions, niosomes, Spanlastics and polymeric mixed micelles, is a promising approach, since they had minimum particle size, ideal for nose to brain delivery, stability, and high encapsulation efficiency. Nevertheless, it is essential to continue research in this field, conducting more long- term studies with greater uniformity. .