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https://hdl.handle.net/10316/104975
Title: | A profissão militar no século XXI: um estudo de caso da comunidade americana de Aeronaves Remotamente Pilotadas no contexto do Contraterrorismo | Other Titles: | The military profession in the 21st century: a case study of the american Remotely Piloted Aircraft community in the context of Counterterrorism | Authors: | Silva, Beatriz de Loureiro Lima | Orientador: | Fazendeiro, Bernardo da Silva Relva Teles | Keywords: | Aeronaves Remotamente Pilotadas; guerra pós-moderna; identidade profissional; militar pós-humano; contraterrorismo; Remotely Piloted Aircrafts; postmodern war; professional identity; posthuman military; counterterrorism | Issue Date: | 16-Sep-2022 | metadata.degois.publication.title: | A profissão militar no século XXI: um estudo de caso da comunidade americana de Aeronaves Remotamente Pilotadas no contexto do Contraterrorismo | metadata.degois.publication.location: | Coimbra, Portugal | Abstract: | This dissertation seeks to understand the formation of the professional identity of a group of the American Armed Forces military personnel that emerges in the 21st century, namely the professionals that compose the Remotely Piloted Aircraft (RPA) community. This group has emerged and consolidated in a context that involves three central factors: the technological innovations of the late 20th century; the international interventions under the logic of counterterrorism; and the worsening wear that society and the American Armed Forces were facing due to the international interventions of the late 20th and early 21st centuries. Military personnel involved in RPA activities face unique features in their professional roles, such as extreme geographic distance from their targets, immunity from conflict, an environment and work rhythm that causes social isolation, and participation in targeted assassination activities. Based on the understanding of postmodern warfare fought by the United States of America and represented mostly by these surveillance and assassination actions of specific individuals within the logic of counterterrorism, these military personnel are hereby conceptualized as post-human assemblages. Through the lens of posthumanism, this research analyzes how technology enables the construction of bodies formed by biological parts, machinery, and software, emphasizing the process of self-perception of the professionals and the construction of their professional identity. The construction of these post-human bodies goes beyond dualistic and hierarchical views between its components and conceives the military as a set formed by parts that are equally necessary for it to exist. From a postmodern perspective, identity is problematized and hegemonic narratives about the tradition of the Western military profession are questioned in the face of the new 21st century context. Drawing on the counterterrorism scenario where RPA have deepened the postmodern war of risk aversion prevalent in Western societies, this dissertation illustrates the extent to which the military profession has undergone profound changes. It is namely argued that such posthuman individuals are in the process of constructing a professional identity based not on traditional military values, but rather on technical roles and the ability to act on a daily basis in counterterrorism activities. Virtues such as courage and heroism have become relatively obsolete in the eyes of the military and society in the contexts of remote warfare. Thus, this research shows that the professional identity of this group of military personnel differs from the identity of the modern Western military, especially in relation to the values of sacrifice and courage. The professional identity of these military personnel also pervades psychological disturbances that relate primarily to the civilian casualties occasioned by the American policy of targeted killings. This dissertation analyzes personal accounts of military personnel and studies that indicate how their daily activities impact their perception of the military profession to determine how professional identity is perceived and constructed by this group. Esta dissertação procura compreender a formação da identidade profissional de um grupo de militares das Forças Armadas Americanas que surge no século XXI, nomeadamente os profissionais que compõem a comunidade de Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP). Este grupo surge e consolida-se num contexto que envolve três fatores centrais: as inovações tecnológicas do fim do século XX; as intervenções internacionais sob a lógica do contraterrorismo; e o agravamento do desgaste que a sociedade e as Forças Armadas Americanas enfrentam desde as intervenções internacionais do fim do século XX e início do século XXI. Os militares envolvidos nas atividades com ARP lidam com características únicas em suas funções profissionais, como a distância geográfica extrema em relação aos seus alvos, a imunidade no conflito, o ambiente e ritmo de trabalho que ocasionam isolamento social e a participação em atividades de assassinatos seletivos. Com base no entendimento da guerra pós-moderna lutada pelos Estados Unidos da América e representada maioritariamente por estas ações de vigilância e assassinato de indivíduos específicos dentro da lógica do contraterrorismo, estes militares são aqui conceptualizados enquanto conjuntos pós-humanos. Através da lente do pós-humanismo, o trabalho analisa, pois, como a tecnologia permite a construção de corpos formados por partes biológicas, maquinários e software, dando ênfase ao processo de autoperceção dos profissionais e de construção da sua identidade profissional. A construção destes corpos pós-humanos ultrapassa visões dualísticas e hierárquicas entre seus componentes, e entende o militar como um conjunto formado por partes igualmente necessárias para que ele exista. A partir de uma perspectiva pós-moderna, a identidade é problematizada e as narrativas hegemônicas sobre a tradição da profissão militar ocidental são questionadas face ao novo contexto do século XXI. Com base no cenário contraterrorista em que as ARP aprofundaram a guerra pós-moderna de aversão ao risco predominante nas sociedades ocidentais, esta dissertação ilustra em que medida a profissão militar sofreu profundas mudanças. Defende-se nomeadamente que tais indivíduos pós-humanos estão em processo de construção de uma identidade profissional baseada não nos valores militares tradicionais, mas sim em funções técnicas e na capacidade de ação diária nas atividades do contraterrorismo. Virtudes como a coragem e o heroísmo tornaram-se relativamente obsoletas aos olhos dos militares e da sociedade nos contextos da guerra à distância. Dessa forma, este trabalho demonstra que a identidade profissional desse grupo de militares difere da identidade do militar moderno ocidental, principalmente em relação aos valores de sacrifício e coragem. A identidade profissional destes militares também perpassa distúrbios psicológicos que se relacionam principalmente com as baixas de civis ocasionadas pela política americana de assassinatos seletivos. O trabalho analisa relatos pessoais dos militares e estudos que indicam a forma como as suas atividades diárias impactam na perceção que possuem da profissão militar para determinar a forma como a identidade profissional é percebida e construída por este grupo. |
Description: | Dissertação de Mestrado em Relações Internacionais - Estudos da Paz, Segurança e Desenvolvimento apresentada à Faculdade de Economia | URI: | https://hdl.handle.net/10316/104975 | Rights: | openAccess |
Appears in Collections: | UC - Dissertações de Mestrado |
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