Potencial efeito de águas com sabor na saúde oral infantil: estudo piloto

Abstract

Introdução: A ingestão de bebidas ácidas deve constituir uma preocupação, estando a prevalência da erosão dentária a aumentar em jovens e adolescentes. As águas com sabor são baseadas na adição de um ou mais aromas à água natural. Esta gama de produtos, apesar de relativamente recente, tem tido um aumento crescente no mercado. Estas transmitem a perceção aos consumidores de uma alternativa saudável. Não obstante, é evidente a escassez de estudos acerca destes produtos e possível efeito em termos de saúde oral. Objetivos: Recolher dados que integram o rótulo de diferentes águas com sabor e determinar o pH de uma amostra das mesmas, visando estabelecer alguma potencial influência na saúde oral, particularmente a erosão dentária. Métodos: Procedeu-se a uma recolha online de informações presentes no rótulo de uma amostra alargada, aleatoriamente selecionada, de 31 águas com sabor. Para análise, selecionaram-se 6 destas, nas quais se utilizou o elétrodo de medição de pH (micropH 2001, CRISON) para registo do pH. As amostras foram mantidas à temperatura ambiente, hermeticamente fechadas até análise, repetindo o procedimento em triplicado para cada amostra. Resultados: Das 31 águas com sabor consultadas, 14 são designadas de “sem gás”, 3 das quais o público-alvo é infantil. Os valores de pH das amostras analisadas variaram entre 2,82±0,01 e 3,73±0,02. Conclusões: As águas com sabor devem ser consideradas bebidas ácidas e o seu consumo assumido com algumas precauções como parte de uma dieta desejavelmente equilibrada. O conhecimento do pH de componentes alimentares, tendo ainda em conta fatores individuais, são fundamentais no diagnóstico e prevenção de lesões erosivas dentárias.

Introduction: The consumption of acidic beverages should be a concern since the prevalence of tooth erosion is increasing among children and adolescents. The flavored waters are based on the addition of one or more flavors to natural water. This range of products, although relatively recent, has seen an increasing increase in the market. These give consumers the perception of a healthy alternative. Nevertheless, is clear the lack of studies about these products and their possible effects on oral health. Objectives: Gathering data of different flavored waters labelling and determination of the pH of a sample of these seeking to establish some potential effect on oral health, particularly tooth erosion. Methods: An online collection of information from the label of an enlarged sample, randomly selected, of 31 flavored waters was carried out. For the study 6 of these beverages were selected and the pH meter (micropH 2001, CRISON) was used to measure the pH value. The samples were kept at room temperature, hermetically sealed until test, repeating the procedure in triplicate for each sample. Results: Fourteen of thirty-one flavored waters consulted are named with no gas, three of which the target audience is child. The pH values of the analyzed samples ranged between 2.82 ± 0.01 and 3.73 ± 0.02. Conclusions: Flavored waters should be considered acidic beverages and their consumption should be carefully considered as part of a desirably balanced diet. Knowledge about pH value of dietary components present in the diet, considering individual factors, is essential in the diagnosis and prevention of dental erosive lesions.