The Role of Depression and Anxiety Symptoms on Cognitive Functioning in Motherhood: A Systematic Review and Meta-Analysis

Abstract

Revisão da literatura: No período perinatal, as mulheres reportam frequentemente alterações ao nível da memória, orientação e atenção. No entanto, a investigação com testes neuropsicológicos de memória e atenção tem revelado resultados inconsistentes. A possível influência de mudanças afetivas durante este período tem vindo a ser discutida, sendo que alguns autores defendem uma ligação entre sintomatologia depressiva/ansiosa e funcionamento cognitivo durante a gravidez e o pós-parto. Objetivos: Esta revisão sistemática da literatura pretende caracterizar a associação entre sintomatologia depressiva e ansiosa e o funcionamento cognitivo (memória, atenção e flexibilidade cognitiva) durante o período perinatal. Métodos: Efetuámos pesquisas nas bases de dados eletrónicas PubMed, Web of Knowledge e PsycInfo. Os revisores avaliaram de forma independente os títulos/resumos e os textos completos. Foi efetuada uma avaliação da qualidade dos estudos. Foram realizadas uma síntese qualitativa e uma meta-análise de dados. Resultados: Foram incluídos 44 estudos na revisão sistemática. A análise qualitativa revelou inconsistências entre estudos no que diz respeito à associação entre sintomatologia depressiva/ansiosa e domínios cognitivos específicos (e.g., memória de trabalho, atenção). Deficits ao nível da memória subjetiva parecem estar positivamente associados com sintomatologia depressiva/ansiosa, ao contrário do que se verifica relativamente às memórias de reconhecimento e verbal, que não apresentaram associações com sintomatologia depressiva/ansiosa. A meta-análise não revelou uma associação estatisticamente significativa entre sintomatologia depressiva e atenção no pós-parto. Foi também verificada uma elevada heterogeneidade metodológica entre estudos. No entanto, de acordo com a meta-regressão, o tamanho da amostra, o design do estudo e o controlo de variáveis confundidoras não afetaram significativamente os resultados. Conclusões: A presente revisão sistemática veio confirmar a inconsistência de resultados no que diz respeito à associação entre o estatuto clínico e a performance cognitiva relativamente a certos domínios, em mulheres grávidas e no pós-parto, acentuando a necessidade de uma maior robustez na investigação, que considere metodologias de maior qualidade e uma maior homogeneidade em relação à avaliação cognitiva. Os nossos resultados sugerem ainda que, estudos futuros, devem considerar outras possíveis variáveis na explicação deste fenómeno, nomeadamente a qualidade do sono e a consideração de perspetivas sociais em relação à adaptação da mulher à maternidade.

Background: Women in the perinatal period frequently report forgetfulness, disorientation and short attention span. However, research with neuropsychological tests on memory and attention has yielded inconsistent results. The possible influence of affective changes during this period has been discussed, with some authors defending a linkage between depressive/anxiety symptoms and cognitive functioning during pregnancy and postpartum. Objective: The present systematic review aims to characterize the association between depression and anxiety symptoms and cognitive functioning (memory, attention and cognitive flexibility) during the perinatal period. Methods: We searched PubMed, Web of Knowledge and PsycINFO electronic databases. Reviewers independently screened for title/abstract and full text. A risk of bias assessment was independently conducted. Qualitative narrative synthesis and meta-analysis were conducted with enough data available to estimate effect sizes. Results: We included 44 articles in the present review. Qualitative synthesis reveals inconsistencies among studies regarding the association between depressive/anxiety symptoms and some specific cognitive domains (e.g., working memory, attention). Subjective memory impairments seem to be positively associated with depressive/anxiety symptoms, while no associations have been found for recognition and verbal memory. Meta-analysis does not indicate a statistically significant association between depression symptoms and attention in postpartum. High heterogeneity of data was obtained. According to meta-regression, sample size, type of study, and control for confounding variables did not significantly impact the results. Conclusions: The present review confirms the inconsistent results regarding the association between clinical status and some specific cognitive domains in pregnant and postpartum women, highlighting the need for more robust research, considering higher quality methodologies and more homogeneity regarding cognitive assessment, and the consideration of other possible variables for the explanation of this phenomenon, namely quality of sleep and the consideration of social perspectives of women’s adaptations to this lifespan event.