Avaliação da Quantidade de Carbono Orgânico do Solo em Diferentes Regimes: Uma Comparação Entre Extensivo e Intensivo em Sistemas Agro-Pastoris

Abstract

As alterações climáticas, nomeadamente o aumento da temperatura média do ar da atmosfera, são uma realidade, e a sua mitigação uma urgente necessidade. Este aumento deve-se em grande parte ao aumento da concentração de dióxido de carbono presente na atmosfera, o que por efeito perturba o normal ciclo hidrológico, o que se traduz em períodos de seca prolongados ou curtos períodos de precipitação intensa, o que por sua vez provoca inúmeras consequências negativas para os solos e ecossistemas. Calcula-se que parte do dióxido de carbono na atmosfera é de origem antropogénica, sendo a sua captura e armazenamento nos solos visto como uma solução natural para este problema. As práticas agrícolas, se ajustadas, podem contribuir para este objetivo de aumentar a capacidade de sequestro de carbono. Este trabalho procura avaliar qual dos regimes de uso do solo, intensivo ou extensivo, pode contribuir para uma maior capacidade no sequestro de carbono no solo, considerando o contexto climático mediterrâneo. Para este estudo foram recolhidas amostras de solo a diferentes profundidades em diferentes regimes de uso do solo, tendo sido considerados os usos do solo com maior representatividade na área de estudo, ou seja, as pastagens e os pomares. Para cada amostra de solo foram avaliados parâmetros físicos (Areia grossa, Areia Fina, Limo, Argila, Densidade Aparente) e químicos (pH, Potássio, Fosforo, Matéria Orgânica e Carbono Orgânico). Os resultados obtidos indicam que os solos analisados são genericamente solos franco-argilosos, pobres, com baixo teor em carbono orgânico, não se tendo identificado diferenças significativas entre os usos intensivos e extensivos.

Climate change, namely the increase in the average air temperature of the atmosphere, is a reality and its mitigation an urgent need. This trend is largely due to the increase in the amount of carbon dioxide in the atmosphere, which disturbs the normal hydrological cycle, promoting drought events or short periods of intense precipitation, which in turn causes negative impacts in ecosystems. It is estimated that part of the carbon dioxide in the atmosphere is of anthropogenic origin, and its capture and storage in the soil is seen as a natural solution to this problem. Adjusted agricultural practices might contribute to carbon sequestration, promoting mitigation of climate change. This work aims to evaluate which of the regimes, intensive or extensive, in agricultural practices, has the greatest capacity for carbon sequestration. For this study, soil samples were collected at different depths in different land use regimes, having by reference land use types with higher prevalence in the study area , ie, pastures and orchards. Each soil sample was subjected to laboratory analysis, where physical (coarse sand, fine sand, silt, clay, apparent density) and chemical properties were assessed (pH, Potassium, Phosphorus, organic matter and organic carbon). The results obtained indicate that the analysed soils are generically loamy soils with low organic carbon content. Based on results, no significant differences between intensive and extensive land uses were found considering organic carbon content.