Autoconsumo coletivo aplicado a um campus universitário

Abstract

Fatores como a crescente preocupação com o meio ambiente e a necessidade de utilização de fontes de energia renováveis, aliado ao aumento das necessidades energéticas, assim como a ameaça de uma crise energética, tanto por causa de uma grande dependência externa como devido à redução da oferta de combustíveis fósseis, tem vindo a estimular o desenvolvimento tecnológico e científico no que respeita a fontes alternativas de energia. É neste sentido que surgem os incentivos ao autoconsumo e às comunidades de energia (autoconsumo coletivo), numa ótica de transição energética. O autoconsumo é a produção de energia elétrica dentro de uma instalação para consumo próprio, que permite fazer face aos custos crescentes de eletricidade facilitado pelos custos decrescentes de instalação fotovoltaica. Atendendo ao potencial que uma iniciativa de comunitarização de energia pode ter no contexto português, considera-se pertinente analisar de que forma poderá ser feita a criação de uma Comunidade de Energia para autoconsumo coletivo no Pólo II da Universidade de Coimbra, tendo em conta a possível diversidade de necessidades energética dos Departamentos de Engenharia e das instalações de sistemas de produção fotovoltaicos instalados, através do desenvolvimento de um estudo exploratório e descritivo. Para este estudo tem-se como base a análise dos perfis de consumo de eletricidade de cada departamento, durante o ano de 2021. Observa-se excedentes de energia no DEI, DEC e DCT que podem ser efetivamente usados nos outros edifícios do Pólo II, sendo vantajoso para a entidade, na medida em que conseguirem aproveitar os excedentes existentes no edifício com produção fotovoltaica. No entanto, não se observa grande diversidade de perfis de consumo energético entre os diferentes departamentos, uma vez que todos os departamentos consomem energia as mesmas horas, com maior consumo no inverno, e menor consumo no verão. Portanto, poderá não ser muito rentável dentro da própria comunidade, mas podendo mesmo assim, obter um aumento da utilização da energia produzida e reduzir um pouco os excedentes para venda à rede elétrica pública.

Factors such as the growing concern with the environment and the need to use renewable energy sources, coupled with the increase in energy needs, as well as the threat of an energy crisis, both because of a large external dependence and due to the reduction of the supply of fossil fuels, has been stimulating the technological and scientific development regarding alternative energy sources. It is in this context that the incentives for self-consumption and energy communities (collective self-consumption) have emerged, in a perspective of energy transition. Self-consumption is the production of electricity within a facility for its own consumption, which allows it to deal with the rising costs of electricity facilitated by the decreasing costs of photovoltaic installation. Given the potential that an energy communitization initiative may have in the Portuguese context, it is considered pertinent to analyze how the creation of an Energy Community for collective self-consumption could be done at the University of Coimbra Pole II, taking into account the possible diversity of energy needs of the Engineering Departments and the installed photovoltaic production systems facilities, through the development of an exploratory and descriptive study. This study is based on the analysis of the electricity consumption profiles of each department, during the year 2021. Energy excess is observable in the DEI, DEC and DCT that can be effectively used in the other buildings of Pole II, being advantageous for the university to the extent that they can take advantage of the existing excess energy in the building with photovoltaic production. However, there is not much diversity in energy consumption profiles among the different departments, since all departments consume energy at the same hours, with higher consumption in winter, and lower consumption in summer. Therefore, it might not be very profitable within the community itself, but it could still obtain an increase in the utilization of the energy produced and reduce a little the exceeding energy for sale to the public electricity grid.