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https://hdl.handle.net/10316/102806
Title: | Reconciliação Farmacoterapêutica na Admissão num Serviço de Psiquiatria | Authors: | Oliveira, Joelizy Rodrigues de | Orientador: | Figueiredo, Isabel Vitória Caramona, Margarida Castel-Branco, Margarida |
Keywords: | Reconciliação Farmacoterapêutica; Processo Clínico do Doente; Plataforma de Dados da Saúde; Melhor História Farmacoterapêutica Possível,; Discrepâncias da Medicação; Potencial Impacto Clínico | Issue Date: | 27-Jul-2022 | metadata.degois.publication.location: | Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra | Abstract: | Introdução: Reconciliação Farmacoterapêutica é considerada, atualmente, uma estratégia de intervenção com o objetivo de promover a redução dos riscos em saúde, mostrando-se como uma estratégia promissora na interceção de erros de medicação e na promoção da segurança do doente durante a transição de cuidados. A Reconciliação Farmacoterapêutica consiste num processo sistematizado de identificação da lista exata dos medicamentos habituais do doente e da sua comparação com a medicação instituída em cada momento de transição de cuidados, com consequente identificação de possíveis discrepâncias, nomeadamente omissões, duplicações ou doses inadequadas, promovendo a adesão à medicação e contribuindo para a prevenção de incidentes relacionados com a mesma. A obtenção da lista atualizada e fidedigna do regime terapêutico atual do doente, denominada por Melhor História Farmacoterapêutica Possível, constitui a etapa fundamental de um processo de Reconciliação Farmacoterapêutica, possibilitando a transmissão de informação de forma efetiva e continuada, sendo que a utilização das tecnologias de informação em saúde e as diferentes fontes de informação possibilitam uma informação completa e exata. Objetivos: Determinar a influência das tecnologias de informação em saúde para a obtenção da Melhor História Farmacoterapêutica Possível; identificar, esclarecer e classificar as discrepâncias identificadas entre a Melhor História Farmacoterapêutica do doente e a prescrição de admissão provenientes da alta administrativa do Serviço de Urgência Psiquiátrica, consulta externa, transições internas hospitalares e agendamento para o internamento no Serviço de Psiquiatria, de 24 a 72 horas após a admissão hospitalar; analisar e classificar os potenciais impactos clínicos relevantes, conforme os erros de medicação provenientes da classificação das discrepâncias da medicação. Material e Métodos: Estudo observacional onde se incluiram doentes adultos com idade superior a 18 anos e a tomar, de forma crónica, pelo menos um medicamento. A entrevista com o doente foi realizada na admissão e os dados do Processo Único e da Plataforma de Dados da Saúde recolhidos retrospetivamente. A concordância entre as fontes de informação foi avaliada. Na Plataforma de Dados da Saúde, os dados foram recolhidos em quatro janelas temporais: os últimos três, seis, nove e doze meses. Para a determinação do tempo ideal de corte da colheita de informações retrospetivas da Plataforma de Dados da Saúde foram avaliadas a proporção das informações sobre os fármacos nos períodos referidos. A Melhor História Farmacoterapêutica Possível foi obtida com utilização dos métodos de comparação, combinação e confirmação entre as diferentes fontes de informação: entrevista do doente/cuidador, Registo Médico Eletrónico e Plataforma de Dados da Saúde, no momento de admissão do doente para internamento no Serviço de Psiquiatria. A Melhor História Farmacoterapêutica Possível foi comparada com a prescrição da admissão do internamento do doente. Houve a separação das discrepâncias intencionais clinicamente justificadas das discrepâncias que necessitavam da elucidação por parte do prescritor. Após esclarecimento do prescritor, foram classificadas de acordo com critérios de intencionalidade em discrepâncias não intencionais e discrepâncias intencionais não documentadas. Para a identificação da potencial gravidade foi utilizado um método que consistiu em relacionar os erros de medicação, as informações clínicas do doente e a definição da potencial gravidade. Foram utilizadas medidas de tratamento estatístico descritiva através dos softwares Excel versão16.20. Resultados: Participaram 148 doentes, com idade média de 54,6 anos, polimedicados e com múltiplas morbilidades, com a presença de um cuidador como requisito fundamental em caso de psicopatologias e função cognitiva comprometidas. O período ótimo para a colheita das informações da Plataforma de Dados em Saúde, após a análise realizada, foi determinado nos 6 meses anteriores à admissão. No total, 1147 fármacos foram considerados para a obtenção da Melhor História Farmacoterapêutica Possível, tendo sido excluídos 77 fármacos provenientes das entrevistas com os doentes/cuidadores devido à falta de comparação, combinação e confirmação com as outras fontes de informações. No processo de reconciliação da Melhor História Farmacoterapêutica Possível com a prescrição da admissão foram identificadas 788 discrepâncias intencionais clinicamente justificadas e 359 discrepâncias foram enviadas para o prescritor para identificação e justificação dos critérios de intencionalidade. Relativamente à tipologia das discrepâncias, das 302 (84,12%) “omissão de fármaco”, 286 (94,7%) foram classificadas como discrepâncias não intencionais e 16 (5,3%) como discrepâncias intencionais não documentadas; das 20 (5,57%) “substituição de fármaco”, 5 (25%) foram classificadas como discrepâncias não intencionais e 15 (75%) como discrepâncias intencionais não documentadas; das 25 (6,96%) “alteração de dose do fármaco”, as 25 (100%) foram classificadas como discrepâncias intencionais não documentadas; das 12 (3,34%) “alteração de frequência posológica do fármaco”, as 12 (100%) foram classificadas como discrepâncias intencionais não documentadas; não foram encontradas discrepâncias da tipologia “alteração de via de administração do fármaco”. Quanto aos potenciais impactos clínicos proveniente dos erros de medicação: de um total de 296 erros de “omissão de fármaco”, foram identificados os seguintes graus de potencial gravidade - nenhum 123 (41,6%), ligeiro 75 (25,3%), moderado 80 (27,0%) e grave 18 (6,1%); de um total de 20 erros de “substituição de fármaco” - ligeiro 6 (30%), moderado 11 (55%) e grave 3 (15%); de um total de 25 erros de “alteração de dose do fármaco” - ligeiro 12 (48%), moderado 7 (28%) e grave 6 (24%); de um total de 12 erros de “alteração de frequência posológica do fármaco” - nenhum 6 (50,0%), ligeiro 2 (16,67%), moderado 2 (16,67%) e grave 2 (16,67%). Conclusão: O presente estudo focou-se no processo da Reconciliação Farmacoterapêutica na admissão de um Serviço de Psiquiatria. Foi analisada a contribuição de diferentes fontes de informação na obtenção da Melhor História Farmacoterapêutica Possível, salientando-se a importância do cuidador como fonte de informação junto do doente psiquiátrico, a relevância de analisar a informação da PDS nos 6 meses precedentes à admissão hospitalar e a necessidade de utilizar eficientemente o Registo Médico Eletrónico. A classificação das discrepâncias entre a Melhor História Farmacoterapêutica do doente e a prescrição de admissão revelou que quase 1/3 necessitaram de esclarecimento por parte do prescritor e, dessas, cerca de 1/5 eram intencionais, mas não tinham sido adequadamente documentadas. As restantes eram discrepâncias não intencionais, na sua maioria da tipologia de omissão de fármaco. Os potenciais impactos clínicos foram analisados, sendo de realçar 29 discrepâncias potencialmente graves. Tudo isto é relevante e contribui para a segurança do doente durante o processo de transição de cuidados. | Description: | Tese de Doutoramento em Ciências Farmacêuticas, especialização em Farmacologia e Farmacoterapia, apresentada à Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra. | URI: | https://hdl.handle.net/10316/102806 | Rights: | openAccess |
Appears in Collections: | UC - Teses de Doutoramento FFUC- Teses de Doutoramento |
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Joelizy Oliveira Tese de Doutoramento (1).pdf | 6.57 MB | Adobe PDF | View/Open |
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